A última edição da revista Minas Faz Ciência, publicada em dezembro de 2014, dá destaque a uma pesquisa desenvolvida no Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras (DCA/UFLA). O trabalho é coordenado pela professora Joelma Pereira e busca padronizar a formulação de uma pré-mistura de pão de queijo, por meio do estudo de otimização, custo de produção e vida-de-prateleira do produto. Intitulado “De Minas para o mundo”, o texto ganhou chamada na capa da publicação.
A reportagem explica que as pré-misturas de pão de queijo hoje existentes no mercado exigem que o consumidor acrescente ingredientes como ovos, leite ou, até mesmo, queijo. Com a pesquisa desenvolvida na UFLA, foi possível desenvolver uma formulação de pré-mistura mais prática para o consumidor: é necessário acrescentar apenas água, dispensando a inclusão de outros ingredientes durante o preparo. O produto foi desenvolvido com a utilização de leite e ovo em pó, além de queijo curado e moído. Ainda não foi realizada pesquisa para verificar a aceitação da mistura pela indústria.
O trabalho envolveu fases como o estudo das pré-misturas já presentes no mercado e a avaliação do novo produto pelo consumidor. Os resultados alcançados foram positivos, validando uma pré-mistura que alia qualidade, praticidade e valor nutricional adequado. Outra etapa em andamento é a avaliação dos custos de embalagem e armazenagem, já que é fundamental definir o prazo de validade e garantir a qualidade do produto durante todo o intervalo em que ficar armazenado. A mistura elaborada a partir da pesquisa não possui aditivos ou conservantes.
Outra participação da UFLA na edição
A mesma edição da revista teve a participação do chefe do Departamento de Zootecnia da UFLA (DZO), professor Carlos Eduardo do Prado Saad. Ele foi uma das fontes para a matéria principal da revista, que trata da importância dos estudos empreendidos nos zoológicos, especialmente para o entendimento e a conservação da fauna silvestre. (Veja na página 6 da revista).
De 10 de novembro até o dia 12 de dezembro, durante os intervalos de aulas, os estudantes de graduação da UFLA serão convidados a responder a um questionário de avaliação da coleta seletiva na Universidade.
O projeto da mestranda Fabiana Cristina de Carvalho, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologias e Inovações Ambientais, está sob a orientação do professor André Geraldo Ribeiro, do Departamento de Engenharia, responsável pelo setor de Resíduos Sólidos e Reciclagem da Diretoria de Meio Ambiente da UFLA.
O questionário que será aplicado tem 27 questões e possui aprovação do Comitê de Ética (Coep). O objetivo é a obtenção de dados para projetos de educação ambiental na Universidade, além de diagnosticar a situação da coleta seletiva existente no câmpus.
Ao imaginar uma caverna, é provável que venha à mente um lugar inóspito. Porém, pesquisas feitas pelo Centro de Estudos em Biologia Subterrânea (CEBS) têm evidenciado não só a presença de vida neste ambiente, como também têm descoberto novas espécies. Uma das pesquisas mais recentes diz respeito à descrição de um novo gênero e nova espécie de planária estritamente cavernícola da América do Sul: a Hausera hauseri, uma planária troglóbia (estritamente cavernícola), despigmentada e sem olhos.
“Foi uma descoberta inesperada”, relata o responsável pelo trabalho de campo, professor Rodrigo Lopes Ferreira (do Departamento de Biologia da UFLA – DBI e coordenador do CEBS). A Hausera hauseri é a primeira espécie de planária da América do Sul que sobrevive somente em cavernas. Além disso, possivelmente trata-se de um relicto oceânico, que evoluiu na caverna após as galerias serem invadidas pela água do oceano (e esvaziadas, posteriormente). A planária foi encontrada em uma caverna calcária no município de Felipe Guerra, no Rio Grande do Norte, em 2010.
A descrição foi feita pela professora Ana Maria Leal-Zanchet, do Instituto de Pesquisa de Planárias Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos, no RS). Também contou com a participação da doutoranda Stella Teles de Souza, discente do Programa de Pós-Graduação em Biologia da Unisinos. O estudo sobre a sua descrição foi publicado pela revista ZooKeys, em setembro (leia o artigo aqui).
A descoberta está inserida em um projeto maior do Centro de Estudos em Biologia Subterrânea: “O objetivo inicial era identificar áreas prioritárias para conservação de cavernas na Caatinga brasileira. Mas, durante o projeto, foram inventariadas dezenas de cavernas em toda a região Nordeste do país, revelando centenas de espécies novas”, conta o professor Rodrigo Ferreira. “Há pelo menos cinco novas espécies de planárias troglóbias, que descobrimos no Rio Grande do Norte e Bahia”, diz o pesquisador. Os estudos têm financiamento do CNPq e Capes.
Os nomes de gênero e espécie foram propostas em homenagem ao biólogo húngaro Dr. Josef Hauser, que imigrou para o Brasil e estudou planárias de água doce ao longo de muitos anos.
Com informações de Wagner Schiavoni, bolsista Ascom/DBI
Três estudantes do curso de Medicina Veterinária, membros do Centro de Estudos em Biotecnologia da Reprodução Animal (CEBRA/UFLA), apresentaram três trabalhos científicos em dois congressos internacionais realizados na Austrália. José Paulo Roman Barroso, Lucas Oliveira e Silva e Thomaz Teixeira de Almeida foram orientados pelo professor João Bosco Barreto Filho, do Setor de Fisiopatologia da Reprodução Animal (DMV). Um dos trabalhos foi apresentado no XXVIII World Buiatrics Congress (Congresso Mundial de Buiatria), entre os dias 27 e 31 de julho, na cidade de Cairns, Queensland. A pesquisa (Evaluation of structural luteolysis between days 12 and 18 after AI increases FTAI efficiency leading to na early estrus resynchronization in Bos taurus indicus cows) trata de um novo método de diagnóstico precoce de gestação em bovinos, aumentando a eficiência reprodutiva em protocolos de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo). Esse estudo foi desenvolvido pelo estudante José Paulo. Os demais trabalhos foram apresentados no XXII International Symposium on Spermatology (Simpósio Internacional de Espermatologia), entre os dias 10 e 14 de agosto, na cidade de Newcastle, New South Wales. Os estudos Morphological distinct sperm cells subpopulations are present in Bos taurus indicus bulls ejaculates e Morphology of Bos taurus taurus spermatozoa assessed by Harmonic Fourier Descriptors foram desenvolvidos no Laboratório de Fisiopatologia da Reprodução Animal da UFLA, com o intuito de avaliar as subpopulações espermáticas e as características morfológicas do sêmen bovino. O primeiro trabalho foi apresentado por Thomaz e o outro, por Lucas. Além da participação nos congressos, os estudantes conheceram três grandes universidades australianas: James Cook University, University of Sydney e Newcastle University. Eles conheceram as instalações e trocaram conhecimentos com os professores da área, apresentando mais sobre os trabalhos que estão sendo desenvolvidos no Setor de Fisiopatologia da Reprodução Animal da UFLA. Os estudantes contaram com o apoio da Ouro Fino Agronegócio (Cravinhos, SP) e da Fazenda Barra Linda (Carrancas, MG).
Uma das principais preocupações na produção de alimentos, desde o cultivo à industrialização, é garantir a segurança do alimento – ou seja, que o alimento esteja propício para o consumo, atendendo a normas sobre os parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e sensoriais. No Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA) da UFLA, são desenvolvidas pesquisas nesse sentido. Um dos projetos, coordenado pelo professor Luís Roberto Batista, busca identificar espécies de fungos produtores de micotoxina em grãos de café produzidos no Estado de Minas Gerais.
O projeto conta com a participação da mestranda Jing Zhang, que realiza seu mestrado na Universidade de Wageningen (WUR), instituição que mantém cooperação com a UFLA. Em sua pesquisa, ela analisa grãos de café produzido em fazendas de Lavras e Três Pontas, a fim de avaliar os pontos críticos de contaminação e identificar as espécies de fungos que podem produzir micotoxinas. Ela permanece na Universidade participando do projeto até novembro.
No projeto, Jing teve a oportunidade de presenciar toda a cadeia produtiva de café, desde a colheita. A tecnologia empregada no cultivo e no processamento do café foi um dos aspectos que chamou a atenção da pesquisadora, que, na Holanda, estudou outros alimentos – cervejas e queijos.
Nas análises laboratoriais, cerca de 80 fungos foram identificados, sendo detectadas até o momento 10 diferentes espécies, mas poucas delas são capazes de produzir toxinas. “Encontrar essas espécies na natureza é comum e não significa, necessariamente, que haja toxina nos grãos”, explica o professor Luís Roberto Batista. A identificação foi possível devido aos equipamentos do Laboratório de Micotoxinas e Micologia de Alimentos, “um dos poucos no Brasil preparado para realizar a identificação de fungos dos gêneros Aspergillus e Penicillium até espécie”, ressalta o professor.
Os resultados da pesquisa já indicam que, quanto melhor o processamento do café, menor o risco de apresentar toxinas. “Concluímos que o baixo nível de contaminação dos fungos está relacionada, principalmente, às boas práticas agrícolas”, revela o professor Luís Roberto. Já a pesquisadora Jing espera que o seu estudo extrapole o laboratório: “Acredito que este trabalho contribuirá para melhorias no cultivo do café na região”.
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café, sediado na Universidade Federal de Lavras – UFLA, inicia suas articulações em torno de uma nova proposta que vai direcionar as pesquisas nos próximos seis anos (2015/2021). O grande diferencial desta vez está na aproximação com o mercado, tendo sido já oficializado o apoio de cinco empresas para o cofinanciamento de diferentes linhas de pesquisa previstas na nova proposta.
Sob a coordenação do professor Mário Lúcio Vilela de Resende (DFP/UFLA), várias reuniões estão sendo realizadas para definição de novas parcerias e linhas prioritárias de pesquisa. O objetivo é reunir um time diversificado de pesquisadores e o apoio de instituições públicas e privadas para atender a chamada INCT – MCTI/CNPq/CAPES/FAPs nº 16/2014, que tem por objetivo apoiar atividades de pesquisa de alto impacto científico em áreas estratégicas e/ou na fronteira do conhecimento.
Nessa quarta-feira (6), o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, e a vice-reitora, professora Édila Vilela de Resende Von Pinho, receberam no Salão dos Conselhos da Universidade (Prédio da Reitoria), o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, para a assinatura da declaração de interesse em cofinanciar a linha de pesquisa “Produtos Inovadores à Base de Subprodutos e Resíduos da Indústria de Café”. O presidente estava acompanhado do engenheiro de produção da Cooxupé, Marcelo Casagrande.
A Cooxupé é a maior cooperativa de cafeicultores do mundo, reunindo a produção de cinco milhões de sacas anualmente, o que representa 12% do café brasileiro e 6% do café produzido no mundo. Também está no ramo de café torrado e moído, inaugurando em breve uma das maiores torrefações do Brasil. De acordo com Carlos Paulino, o objetivo é apoiar o desenvolvimento de pesquisas que confiram valor agregado ao produto e garantam uma maior rentabilidade ao cafeicultor. Destacando a UFLA como uma instituição de referência em pesquisas voltadas ao café, o presidente da Cooxupé reforçou a importância da parceria. “Esse é o primeiro passo de uma longa caminhada”, considerou.
A importância da parceria com a Cooxupé também foi enaltecida pelo reitor da UFLA, que apresentou um resgate do processo de expansão com qualidade e das conquistas da Universidade nos últimos anos. Scolforo reforçou a necessidade de incentivar as pesquisas que resultem em benefícios diretos para a população, sobretudo relacionados à cultura do café, um dos produtos mais estratégicos para o Estado de Minas e para o País.
Atendendo à necessidade de inclusão da iniciativa privada à nova proposta do INCT Café, o professor Flávio Meira Borém também entregou ao coordenador do INCT Café, professor Mário Lúcio, mais quatro cartas de intenção de cofinanciamento em nome da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e das empresas Bourbon Specialty Coffees SA, Videplast Indústria de Embalagens LTDA e Verde Fertlizantes LTDA. As empresas deverão apoiar as linhas de pesquisas “Inovações em Pós-Colheita do Café” e “produtos Inovadores para a Cafeicultura”.
Reunião de competências
No dia 29 de julho, pesquisadores de diversas instituições de referência em pesquisa cafeeira se reuniram na sede da Agência de Inovação do Café, na UFLA, para debaterem quais linhas de pesquisa serão prioritárias no âmbito do INCT Café nos próximos anos. Durante a reunião, foram elencados os principais gargalos tecnológicos da cafeicultura e articuladas redes de pesquisa para suas soluções.
Pesquisas Estratégicas
O INCT Café está em funcionamento desde 2008. Além da UFLA, coordenadora do projeto, conta com a participação de cinco instituições signatárias: Universidade Federal de Viçosa (UFV), Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper). O INCT Café tem o objetivo de apoiar a geração de tecnologias sustentáveis, desenvolvendo modelos adaptados para os sistemas especializados de produção e melhorando a qualidade e a competitividade da cadeia produtiva do café.
Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Lavras (UFLA) buscou identificar e quantificar, por meio do monitoramento por satélite, as áreas irrigadas pelo sistema de pivô central em Minas Gerais. O estudo, coordenado pela professora do Departamento de Engenharia (DEG) Elizabeth Ferreira, ocupa quatro páginas da edição de número 58 da revista Minas fez Ciência, publicação da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).
O texto enfatiza a importância do trabalho, considerando a produção de alimentos como o desafio do século XXI, devido ao crescimento populacional no mundo. A agricultura aparece, então, como recurso primordial para o combate à fome, assim como para sua prevenção. Na primeira parte da pesquisa, iniciada em 2009, foi possível mapear as áreas que possuem pivôs de irrigação em atividade no Estado. A forma circular das áreas facilita sua identificação por análise visual, com base nas imagens de satélites.
Os resultados dessa primeira fase de estudos revelaram 3.871 pivôs em todo o Estado, com 255 mil hectares de área irrigada. Cento e oitenta municípios em Minas Gerais apresentaram território irrigado por pivô central, sendo que três deles – Paracatu, Unaí e Rio Paranaíba – destacaram-se por apresentarem números acima de cem equipamentos.
A partir desses dados, a pesquisa ingressou em nova etapa, em que se investiga o uso e o consumo da água pelo setor agrícola de Minas. As informações já reunidas permitem aos pesquisadores saber a abrangência dos pivôs instalados, os locais em que estão e a bacia hidrográfica da qual se extrai água em cada caso. A intenção é que o estudo completo colabore para o desenvolvimento de técnicas específicas de irrigação para locais de climas quentes, contribuindo para a maior qualidade da prática agrícola e para o consumo racional da água.
O texto publicado na revista é de William Ferraz e a pesquisa foi contemplada por edital Demanda Universal, da Fapemig.
O sistema de Pivô Central
O sistema baseia-se em equipamento colocado no centro de determinada área de cultivo. Ele possui estrutura suspensa capaz de aspergir a água sobre a plantação, alcançando a área circular em seu entorno.
A biotecnologia tem sido uma ferramenta importante para desvendar a diversidade genética do vírus da mancha-anular do cafeeiro (Coffee ringspot vírus – CoRSV), responsável por prejuízos nas principais regiões produtoras de café, causando intensa desfolha e redução dos atributos de qualidade nos frutos. O sequenciamento completo do genoma desse vírus está depositado no National Center For Biotechology Information (NCBI), fruto da cooperação internacional entre pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Universidade de Kentucky, Estados Unidos.
Do ponto de vista acadêmico, o resultado deste estudo representa uma grande contribuição, já que o sequenciamento completo do genoma do vírus mostrou que ele possui genoma bipartido, estando classificado de forma equivocada na classe Mononegavirales. O vírus da mancha-anular passa a ser um candidato a pertencer ao gênero Dichorhavirus, ainda em proposição no órgão competente. O artigo completo será brevemente publicado no Virology Journal, periódico com alto fator de impacto e um dos mais relevantes da área.
De acordo com a professora do Departamento de Fitopatologia da UFLA e coordenadora do projeto no Brasil, Antônia Reis Figueira, não existem estudos que envolvem a composição molecular desse vírus, sendo todas as medidas de controle direcionadas ao ácaro vetor (Brevipalpus phoenicis). Ela explica que o sequenciamento permite um maior conhecimento da diversidade genética do vírus, possibilitando a recomendação de medidas mais eficazes de controle. Além disso, favorece o estudo direcionado ao uso de ferramentas moleculares para o desenvolvimento de plantas transgênicas resistentes ao vírus.
Do ponto de vista econômico, a descoberta também beneficia o cafeicultor, já que a virose traz prejuízos econômicos em todas as regiões produtoras do País. A incidência do vírus tem aumentado nos últimos anos, afetando os cafeeiros em qualquer fase de desenvolvimento, causando manchas cloróticas ou necróticas nas folhas, geralmente em forma de anéis concêntricos, e na forma de anéis ou manchas irregulares nos frutos. O vírus causa desfolha severa de folhas, queda de frutos e depreciação da qualidade da bebida.
Parceria Internacional
Em visita a UFLA, o professor Michael Maurice Goodin, do Departamento de Fitopatologia da Universidade de Kentucky, comemora os resultados da parceria. Ele ressalta a importância da pesquisa e a oportunidade de ampliar os estudos no campo, com visitas às principais regiões produtoras de café no Brasil. “Está sendo uma experiência única. A UFLA é realmente um centro de excelência na área do café, com uma organização multidisciplinar, nos ensina a conciliar fitopatologia com outras áreas do conhecimento”, considera.
Em função dessa parceria, o professor Michael Goodin aprovou um projeto na National Science Foundation (NSF), com recursos para visitar áreas de campo no Brasil e outras demandas da pesquisa, incluindo o intercâmbio na UFLA de duas estudantes da Universidade de Kentucky, Olivia Jones e Layne Ellen Duff. Elas retornam agora para os Estados Unidos, depois de um período de dois meses na universidade mineira.
Durante sua primeira temporada na UFLA, o professor Goodin ministrou dois cursos em técnicas avançadas em biotecnologia aplicada ao estudo de vírus. Para a professora Antônia, uma excelente oportunidade para atualização de novas tecnologias e para a formação diferenciada dos estudantes, em especial do curso de Pós-Graduação em Fitopatologia, que busca o conceito de qualidade internacional na Capes.
O estudo segue agora para uma segunda fase, para caracterização, variabilidade genômica, interação patógeno-hospedeira e elaboração do mapa de localização das proteínas do vírus da mancha anular. Para esta etapa, a professora Antônia Figueira aprovou um projeto no programa Ciência sem Fronteiras, que oficializa a vinda de Michael Goodin como professor visitante na UFLA. Assim, o parceiro da pesquisa poderá visitar a Universidade duas vezes ao ano, até 2016.
“Foi uma grande sorte participar desta parceria. Tem sido uma experiência fantástica”, enaltece o pesquisador, destacando a cooperação entre pesquisadores e produtores rurais, com singular apoio para a realização das pesquisas de campo. Os professores Antônia Figueira e Michael Goodin visitaram lavouras cafeeiras em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Paraná e Espírito Santo.
Além dos resultados científicos, o professor Goodin reforça o intercâmbio cultural como outro benefício da parceria. “Esta é uma ótima oportunidade para nossos estudantes, já que apenas 2% dos estudantes da UK têm a chance de conhecer de perto outra cultura”, afirma.
Credibilidade e interação
A equipe da professora Antônia deu início aos estudos da virologia molecular especificamente com o café em 2001, com os primeiros projetos financiados pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café. Os resultados preliminares deram subsídio para que fosse iniciado, em 2011, o sequenciamento do genoma do vírus da mancha-anular, com a ida do primeiro estudante da UFLA para cursar doutorado sanduíche na Universidade de Kentucky. Em 2012, mais um estudante da UFLA foi para os Estados Unidos e, em 2014, o sequenciamento foi finalizado.
O projeto de pesquisa “Adolescência e juventude na relação com o ambiente: conhecer e cuidar como princípio de identidade e pertencimento” abre inscrições para o preenchimento de uma vaga para Bolsa de Apoio Técnico (BAT III). As inscrições podem ser feitas até o dia 16 de maio, por estudantes egressos ou regularmente matriculados em qualquer curso de graduação ou pós-graduação da UFLA, noturno ou de educação a distância.
A inscrição é feita pelo preenchimento de formulário específico, fornecido pela Secretaria do Departamento de Educação (DED). Além do formulário, o estudante deverá entregar o currículo e um memorial, texto em que descreve suas experiências e os pontos mais relevantes do currículo. Os pré-selecionados serão convocados para entrevistas, que ocorrerão de 19 a 21 de maio, na Sala de Reuniões do DED. O horário será comunicado por e-mail.
O Projeto ficará à disposição dos participantes para consulta. Durante a entrevista, serão apresentadas as atribuições do bolsista de acordo com os objetivos e atividades descritas no Projeto. O resultado final será publicado no dia 23 de maio e ficará disponível no mural da Secretaria do DED.
O bolsista selecionado exercerá suas atividades durante 20 horas semanais. A bolsa terá vigência de até 15 meses e valor de R$ 724, 52 mensais.
Uma pesquisa feita na Universidade Federal de Lavras (UFLA) identificou o potencial da casca do coco babaçu de se tornar fonte de energia. O resultado é fruto da dissertação de mestrado do agora doutorando em Ciência e Tecnologia da Madeira Thiago de Paula Protásio, sob orientação do professor do Departamento de Ciências Florestais (DCF/UFLA) Paulo Fernando Trugilho. Também houve a co-orientação da professora do Departamento de Química (DQI/UFLA) Maria Lúcia Bianchi e do pesquisador do Cirad (instituição francesa de pesquisa agrícola para o desenvolvimento) Alfredo Napoli.
O trabalho já foi tema de textos nos sites CI Florestas e Painel Florestal, além de estar disponível, em parte, para consulta pública no periódico internacional Springer Plus. De acordo com as conclusões da pesquisa, o expressivo potencial bioenergético dos resíduos do coco babaçu (casca) faz com que essa biomassa tenha desempenho superior ao relatado para o bagaço de cana, a madeira de eucalipto e a casca de café. O material também apresenta baixo teor de cinzas e bom desempenho durante a combustão, além de aptidão para a produção de carvão vegetal de uso siderúrgico.
A descoberta vai ao encontro da busca por combustíveis renováveis e pela redução da poluição ambiental. Como as áreas com matas de cocais estão mais concentradas nas regiões norte e nordeste do Brasil, a exploração dos babaçuais como fonte bioenergética pode colaborar na diversificação e descentralização da matriz energética brasileira. Além disso, o aproveitamento energético da casca poderá contribuir para o desenvolvimento social das comunidades extrativistas que sobrevivem da coleta do coco babaçu nessas regiões.
O professor Trugilho enfatiza a quantidade de informações relevantes produzidas pela pesquisa e faz uma avaliação do impacto positivo dos resultados. “Trata-se de uma alternativa viável a ser utilizada pelas siderúrgicas instaladas nas regiões norte e nordeste e, assim, contribuir com a redução da pressão sobre a floresta nativa de tais regiões.”, constata.
Os resíduos utilizados como matéria-prima na pesquisa foram coletados na zona rural do município de Sítio Novo do Tocantins (TO), onde é feita exploração extrativista pelas comunidades locais. A casca do coco babaçu foi carbonizada em um forno elétrico (mufla), em temperaturas específicas, para que, ao final pudesse ser feita a avaliação tecnológica do carvão vegetal.