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Estudantes da UFLA constroem drone com materiais de baixo custo

Idealizadas inicialmente para fins militares, as aeronaves remotamente pilotadas (ARPs), conhecidas como drones, são cada vez mais comuns. Seu uso abrange diversas áreas, de segurança a entretenimento. No Brasil, assim como em outros países, diversas pesquisas apontam a sua eficácia na agricultura de precisão.

Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), dois estudantes de Engenharia de Controle e Automação usaram como base diversas disciplinas do curso (eletrônica de potência, circuitos elétricos e programação) para a construção de um drone. O projeto teve início há pouco mais de um ano, sob orientação do professor Gabriel Araújo e Silva Ferraz, do Departamento de Engenharia (DEG/UFLA). Após a projeção inicial, as peças foram adquiridas no mercado “A primeira parte foi projetar quais peças seriam necessárias, depois comprar esses equipamentos e iniciar a montagem. O drone ainda não está pronto; porém, testes em bancada já mostraram que os resultados são bem promissores.”

Ainda de acordo com o professor, a intenção é que posteriormente a aeronave seja testada para aplicações diretas como na agricultura. Marcello Gonçalves Moreira e Eduardo Massayuki Iwasaki, graduandos do 8º período foram responsáveis pela iniciativa do projeto. Segundo Marcello, o drone possui os equipamentos comuns a outras aeronaves remotamente pilotadas, como receptor do controle remoto, sensor de inclinação, bateria e motor. A diferença está na placa controladora, que, neste caso, é um arduino montado no centro de sua estrutura. “Geralmente os drones para a agricultura de precisão exigem um voo autônomo, cujo processamento é muito potente, sendo para isso utilizada outra placa controladora. Nossa intenção foi desenvolver um controlador de voo que é bem mais barato do que os utilizados, reduzindo muito o custo e ainda, assim, com a garantia de que não haverá uma queda da aeronave. Na agricultura, nosso drone poderá ser utilizado para uso geral: como sobrevoar as plantações e registrar as fotos”. 

O estudante explica todo o processo para a construção. “Para a programação dessa aeronave remotamente pilotada (ARP), do tipo quadricoptero com câmera acoplada, a estrutura mecânica foi comprada, modelo F450, toda em plástico firme para suportar o peso. Assim, nós analisamos o peso da estrutura com a bateria e a câmera para saber qual teria que ser a potência dos motores e das hélices para ele voar. Depois foram compradas as hélices e programamos a placa controladora arduino, tudo com a intenção de fazer um voo mais estável possível para conseguir tirar fotos de qualidade com baixo custo”. De acordo com os pesquisadores, o custo do drone construído foi de R$ 2 mil; no entanto, uma aeronave para o mesmo fim proposto é encontrada no mercado por cerca de R$ 10 mil.

O uso de aeronaves remotamente pilotadas (ARPs) para a coleta de imagens na agricultura permite ao produtor obter dados sobre o solo, a planta e microclimas da plantação, auxiliando no planejamento e alocação de recursos como água, fertilizantes, pesticidas, entre outros. O professor Gabriel ressalta ainda que a intenção é de divulgar o  projeto à comunidade, para que qualquer pessoa possa tentar desenvolver sua própria aeronave.

Reportagem:  Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom
Edição do vídeo:  Mayara Toyama, bolsista Fapemig/Dcom

Confira o vídeo: 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

 

Pesquisadores da UFLA participarão da Exposição Mangalarga Marchador em Lavras

A  25ª edição da exposição especializada Mangalarga Marchador será realizada de 14 a 17 de março, no Parque de Exposições de Lavras.

A programação contará  com uma palestra na sexta-feira (16), às 15h, no recinto ao lado da pista principal, sobre “Melhoramento Genético de Equinos“,  a ser ministrada pelo pós-doutorando Alessandro Procópio do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (DZO-UFLA). A palestra é aberta e gratuita para toda a população.

Além disso, pesquisadores da Universidade realizarão atividades como parte do projeto “Caracterização genética e fenotípica de equinos da raça Mangalarga Marchador”. O programa tem apoio do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento (MAPA) e da   Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM).

Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom

 

Doutorando da UFLA é selecionado para o Startup Universitário – iniciativa do programa Minas Digital estimula empreendedorismo nas instituições de ensino

O doutorando Rafael Machado Felix de Lima, do programa de Pós-Graduação em Agroquímica (Química/Bioquímica), do Departamento de Química (DQI) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), foi selecionado para o Startup Universitário, do programa Minas Digital. Ele é orientado pela professora Adelir Aparecida Saczk. Rafael, que é professor na Faculdade Una de Pouso Alegre, foi um dos 100 docentes de instituições de ensino superior selecionados no estado para participar do projeto.  

A iniciativa do Governo do Estado, capitaneada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SEDECTES), visa despertar a cultura empreendedora e o desenvolvimento dos ecossistemas universitários nas Instituições de Ensino, capacitando e apoiando os professores universitários a criarem ações e programas que deem aos alunos a oportunidade de desenvolver um comportamento empreendedor,

Por meio dos educadores selecionados, o programa pretende apoiar até 100 startups em instituições de ensino na criação de protótipos e ambientar 34 espaços de ideação nos campus das instituições dos professores selecionados, com o montante total de até R$700.000,00.

A capacitação dos professores envolverá os temas de educação empreendedora para que possam desenvolver ecossistemas inovadores nas instituições de ensino. Os educadores também receberão, em suas instituições, uma equipe especializada para assessorá-los na construção do plano de trabalho de atividades voltadas ao fomento do empreendedorismo e inovação.

Além disso, o Programa apoia a criação de empresas de base tecnológica, estimulando ciência e tecnologia. Nesta etapa, o apoio será em material de consumo, equipamentos e serviços especializados para a construção de protótipos viáveis para startups universitárias orientadas por professores participantes do programa Startup Universitário.

Na UNA de Pouso Alegre, Rafael ministra disciplinas de Química e Bioquímica para os cursos de Engenharia Civil, Mecânica, Elétrica, Agronomia, Nutrição, Biomedicina, Fisioterapia, Medicina Veterinária. O projeto do Startup Universitário ainda irá contemplar os cursos de Administração e Arquitetura e Urbanismo.

Na UFLA, no Laboratório de Analítica e Eletroanalítica (LAE-DQI), como discente de doutorado do PPAG, desenvolve pesquisa científica voltado a eletroquímica e eletroanalítica, no desenvolvimento e aplicação de sensores químicos. Pesquisa principalmente eletrossíntese de novos materiais para uso como sensores em análises residuais. Realiza desenvolvimento de protocolos de validação de metodologias
analíticas envolvendo diferentes guias de figuras de mérito (FDA, Eurochem, Anvisa, Inmetro, IUPAC, MAPA). Aplicando na área de caracterização de fármacos e compostos bioativos; Síntese química e eletroquímica de polímeros condutores; líquidos iônicos para a aplicação como eletrólito de suporte; análise por injeção em batelada (BIA); utilização de ferramentas estatísticas em eletroquímica; desenvolvimento de sensores eletroquímicos.

Além do doutorando, a professora Jenaina Ribeiro Soares, do Departamento de Física (DFI), também é uma das selecionadas para o Startup Universitário.

 

Confira aqui os 100 professores selecionados para o Startup Universitário

Professora da UFLA fala sobre a relação entre o salmão e o ômega 3

Presente na mesa de muitos brasileiros, principalmente nesta época, o peixe é um aliado na busca por uma alimentação saudável.  Segundo publicações especializadas, a estimativa para 2018 é de que as vendas de peixes e frutos do mar na quaresma cheguem a crescer 50% em relação ao ano passado. A coordenadora do Núcleo de Estudos em Aquacultura (NAQUA), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), professora Priscila Vieira e Rosa, explica que o consumo tem crescido no Brasil: “Temos uma conscientização maior do consumidor nos últimos anos de ter uma alimentação mais saudável e também um incentivo maior ao consumo por meio do extinto Ministério de Pesca e Aquicultura, que realizou várias campanhas para aumentar o consumo de pescado. Vale ressaltar que o consumo per capta ano no Brasil gira em torno de 11kg/habitante/ano, aquém do preconizado de OMS, que é de 15 kg/habitante/ano e muito abaixo do consumo Europeu, que gira em torno de 22 kg/habitante/ano. ”

Ainda de acordo com a especialista, o aumento do consumo do pescado é extremamente importante, já que o peixe tem um alto teor nutritivo: “O peixe é fonte de proteínas, minerais, vitaminas e principalmente de lipídeos. O perfil lipídico dos peixes se diferencia dos outros produtos de origem animal, pois tem uma proporção maior de ácidos graxos insaturados, que promovem uma melhor digestão, sendo esse um benefício adicional à saúde. Além disso, alguns peixes têm uma grande concentração de ácidos graxos essenciais da série ômega 3, uma característica exclusiva do pescado. O ômega 3 atua no metabolismo e na fisiologia do nosso organismo, e deve ser um complemento à alimentação humana.”

Um dos peixes mais apreciados pelos brasileiros, incluindo os mineiros, é o salmão. Um estudo da Diretoria da Aquicultura e Pesca da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento mostrou que o salmão, seguido da merluza e do bacalhau, são os peixes importados de maior preferência em Minas Gerais. Já a tilápia é a principal espécie consumida no estado. O grande sucesso do salmão na mesa dos consumidores é devido às recomendações desse peixe como fornecedor de ômega 3, que possui uma grande concentração de ácidos graxos da série n-3 e principalmente pela expansão de pratos japoneses, que geralmente são preparados com essa espécie.

Mas será que o salmão possui realmente tanto ômega 3 quanto dizem? A professora Priscila explica: “ A deposição dos ácidos graxos no corpo é reflexo da composição dos ácidos graxos dos alimentos que o peixe ingere, ou seja, se ele tem na ração ômega 3, ele vai depositá-los na carcaça. Em rações para peixes carnívoros, como é o caso do salmão, até 10 anos atrás, utilizava-se na ração a farinha e/ou óleo de peixe na sua formulação. Consequentemente, ele depositava os ácidos graxos ômega 3 na carcaça. Como a farinha ou o óleo de peixe é caro, além de ser uma fonte finita, os nutricionistas de peixes trabalharam para substituí-los por fontes vegetais, como a soja e o milho, e como essas fontes são ricas em ácidos graxos ômega 6, as concentrações de ácidos graxos ômega 6 aumentaram e de ômega 3 reduziram praticamente à metade; por isso, essa recomendação da ingestão de ômega 3 baseada no consumo do salmão deve ser revista, explica Priscila.

Atualmente, a maior parte do salmão que consumimos é criada em cativeiros, principalmente no Chile, Canadá, Estados Unidos e norte da Europa. O salmão selvagem é proveniente do Alasca e da Rússia. A professora explica que, no caso do salmão selvagem, a captura só é permitida após o período reprodutivo, quando as reservas de gordura do peixe estão reduzidas e, consequentemente a concentração dos ácidos graxos ômega 3 é mais baixa.

Uma outra dúvida que muita gente tem é com relação à cor do salmão. “Em ambiente natural, o salmão consome alimentos que possuem pigmentantes e o depositam na carne. Já no salmão de cativeiro, nós colocamos pigmentante, o mesmo utilizado na avicultura, e ele vai depositar essa cor, que não faz nenhum mal para a saúde”, enfatiza a especialista.

A pesquisadora destaca que no Brasil não há a produção de salmão, mas há muitos peixes tropicais de água doce disponíveis no território nacional que possuem a capacidade de converter os ácidos graxos ômega 3, precursores com 18 carbonos, presentes em alguns óleos vegetais, como a linhaça, por exemplo, nos ácidos graxos fisiologicamente essenciais ômega 3, como o ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosaexaenoico (DHA) e depositar na carcaça. “Essa é uma das linhas de pesquisa que são estudadas na UFLA. Nosso objetivo é colocar no mercado brasileiro uma opção de pescado, como a tilápia e o tambaqui, com uma concentração maior de EPA e DHA e com alto teor de ômega 3”, enfatiza.

Consumo na quaresma

De acordo com o proprietário de uma peixaria em Lavras, a venda de peixes na quaresma aumentam cerca de 30%, chegando a dobrar na Semana Santa. A espécie mais procurada é a Tilápia, principalmente como filé, seguido do Salmão e da Sardinha. Por semana, são comercializados no local (atacado e varejo), em média, 350 quilos de salmão vindos do Chile. Por ser importado, o preço varia conforme a cotação do dólar.

 

 

Imagens e Texto Karina Mascarenhas, jornalista- bolsista Fapemig/Dcom.

Edição: Mayara Toyama – bolsista Fapemig/Dcom.

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

UFLA na Mídia: laboratório de Análises de Qualidade de Aguardente (LAQA) é destaque na TV Alterosa

Referência quando se trata de estudos sobre a cachaça, o Laboratório de Análises de Qualidade de Aguardente (LAQA), do Departamento de Química da Universidade Federal de Lavras (UFLA), foi destaque no último final de semana no programa Café com TV, da TV Alterosa.

A reportagem aborda as pesquisas desenvolvidas no laboratório há 20 anos e o suporte dado aos produtores de todo o Brasil com análises de qualidade da bebida. O projeto criou na Universidade uma rede de pesquisadores especialistas em toda a cadeia produtiva: nas áreas de plantio de cana, fermentação, análise físico-química, comercialização, envelhecimento, entre outras.

Confira a reportagem da TV Alterosa

Veja também:
UFLA é destaque em pesquisas sobre cachaça: conheça o Laboratório de Análises de Qualidade de Aguardente (LAQA)

Pesquisa da UFLA analisa o uso de madeiras nativas brasileiras no envelhecimento da cachaça

Pitaia: estudos na UFLA propõem uma alternativa para o melhor aproveitamento da fruta

O Brasil produz uma grande variedade de frutas, superando os 40 milhões de toneladas nos últimos anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, uma das maiores dificuldades enfrentadas na fruticultura brasileira é o grande desperdício, seja por falta de comercialização e escoamento da produção, ou pelo tempo curto de prateleira, principalmente de espécies exóticas como a pitaia, que pode ser encontrada de dezembro a meados de abril.

Uma alternativa para o máximo aproveitamento das frutas é o desenvolvimento de produtos processados da frutífera, por isso a pós-doutoranda da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Deniete Soares Magalhães, desenvolveu geleia, licor e barra de cereal usando a pitaia vermelha de polpa branca (Hylocereus undatus) e vermelha de polpa vermelha (Hylocereus polyrhizus). Além do aproveitamento da polpa, foram desenvolvidas pesquisas com a utilização da casca da fruta da pitaia, que é algo inédito.

O professor José Darlan Ramos do Departamento de Agricultura (DAG/UFLA), orientador do projeto de doutorado, explica que as pesquisas de processamento da pitaia ainda são recentes, por isso, neste quesito destacam as análises feitas pela pós- doutoranda. “É mais uma alternativa de aproveitamento dos frutos, principalmente os de menor tamanho que não são aproveitados para o mercado in natura.”

Assim, a intenção foi desenvolver produtos a partir de materiais pouco aproveitados da fruta. “Nosso primeiro trabalho foi desenvolver geleias de pitaia de polpa branca e de polpa vermelha com diferentes níveis de casca (de 0 até 60%). Na de polpa branca, por exemplo, pudemos observar que a medida que se aumenta a concentração de casca, a geleia é mais aceita visualmente por conta da coloração. Já na de polpa vermelha, a coloração dela é tão forte que a diferença entre a produzida com a polpa e a com 60% de casca é mínima”, explica a pesquisadora.

Foram feitas análises da qualidade fisico, fisico-química e análise de aceitabilidade pelo consumidor. Para a produção da geleia, apenas uma parte da casca da pitaia é utilizada. A fruta é higienizada, depois retira-se o excesso de pele e aproveita-se a parte interna da camada. De acordo com o estudo, a adição da casca não interferiu no sabor da geleia, um resultado positivo no que diz respeito ao aproveitamento dessa parte da planta que seria descartada. O aproveitamento de cascas é uma alternativa sustentável, uma vez que a geração de resíduos agroindustriais tem se tornado um problema, especialmente para o meio ambiente.

Em parceria com o Departamento de Ciências de Alimentos (DCA), Deniete também desenvolveu outros produtos, como o licor de pitaia, tanto da de polpa branca quanto da vermelha, e as barras de cereais, nas quais os pesquisadores usaram a pitaia vermelha por conta de a coloração ser mais atrativa e pelo maior conteúdo de betalanaínas, que apresentam propriedades funcionais. Todos os produtos tiveram uma aceitação muito boa do consumidor.

Além disso, com polpas congeladas da fruta é possível fazer sucos e vitaminas, e a aceitabilidade sensorial desses produtos também foi objeto de estudo da pesquisadora. Estudos de aceitabilidade dos frutos in natura das diferentes espécies de pitaia, incluindo a pitaia amarela, também foram realizados, além de trabalhos de caracterização e qualidade dos frutos em diferentes estádios de desenvolvimento para determinação dos índices de maturação e auxiliar na indicação do melhor ponto de colheita das frutas. Novos estudos estão sendo conduzidos pela equipe, buscando o melhor aproveitamento da fruta.

Texto: Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom.

Imagens e vídeo: Panmela Oliveira, comunicadora – bolsista Fapemig/Dcom.

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Pesquisa da UFLA analisa o uso de madeiras nativas brasileiras no envelhecimento da cachaça

O envelhecimento da cachaça em tonéis de madeira é a última etapa no processo de produção. Mesmo não sendo obrigatória, a técnica é muito utilizada no Brasil e agrega valor ao produto. Para que isso seja possível, é fundamental escolher o tipo de madeira empregada neste procedimento, uma vez que a escolha tem um grande impacto no resultado final da bebida.

O tipo mais comum e estudado de madeira para a fabricação de barris ou tonéis é o carvalho, sendo utilizado tanto o americano quanto o europeu, apresentando um custo mais elevado para a produção da bebida. Uma pesquisa de doutorado realizada no Laboratório de Análises de Qualidade de Aguardente (LAQA), do Departamento de Química (DQI), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), trouxe uma nova perspectiva para o uso de diferentes tipos de madeiras nativas brasileiras em tonéis recém-confeccionados, conforme Wilder Douglas Santiago, autor do estudo. “Nós comparamos o uso do carvalho com o de outras madeiras nativas brasileiras para verificar a semelhança do perfil físico-químico e da composição química em cachaças armazenadas no período de 12 meses”.

Foram utilizados na pesquisa tonéis recém-confeccionados de carvalho (Querus sp.), amburana (Amburana cearenses), jatobá (Hymenaeae carbouril), bálsamo (Myroxylon peruiferum) e peroba (Paratecoma peroba). Eles foram fabricados em uma tanoaria especializada e as cachaças foram produzidas por um alambique da região. Wilder explica como foram feitos os estudos “Na primeira etapa, foram avaliados os compostos voláteis e o perfil físico-químico das bebidas armazenadas nesses tonéis. Na segunda parte, foi analisada  a composição fenólica dessas cachaças, uma vez que esses compostos químicos são característicos de cada madeira e são responsáveis pelo sabor e pela cor da bebida, agregando valores diferenciados a ela. Já na terceira etapa foi estudado o carbamato de etila, um contaminante orgânico geralmente encontrado em bebidas fermentadas, a intenção foi avaliar se o armazenamento em diferentes tonéis influenciaria na concentração desse composto”.

No Brasil, a cachaça segue a tradição do envelhecimento em carvalho, porém o uso de madeiras nativas brasileiras já vem sendo praticado pelos produtores sem que haja muitos estudos sobre seus efeitos, como explica a professora Maria das Graças Cardoso: “Até então, os produtores usavam essas madeiras, mas não sabiam a composição química ali presente, se realmente tinha alguma similaridade com o carvalho, que é a madeira mais utilizada para o envelhecimento, já que na literatura há poucos estudos sobre isso. Com o resultado deste trabalho, pretendemos fazer uma cartilha e divulgar aos produtores”. A professora enfatiza que pesquisas sobre o uso de outras madeiras ainda continuam sendo realizadas na UFLA: “Nós temos uma quantidade muito grande em termos de vegetais, por isso buscaremos outras madeiras semelhantes ao carvalho para que elas possam ser utilizadas pelos produtores”.

A pesquisa sobre o uso de árvores nativas brasileiras para fazer toneis foi objeto de quatro artigos publicados em revistas na área de bebidas, sendo selecionada como melhor tese do Programa de Pós-Graduação em Agroquímica de 2016. Atualmente, Wilder continua suas pesquisas em cachaça em seu pós-doutorado.

Texto: Karina Mascarenhas- jornalista, bolsista Dcom/Fapemig.

Vídeo: Panmela Oliveira – comunicadora e bolsista Dcom/Fapemig.

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Pitaia: conheça a fruta exótica, típica do verão, que tem conquistado o mercado brasileiro

Ela pode parecer estranha por fora, ganhou o nome de “fruta do dragão” em alguns países, mas o sabor suavemente adocicado da pitaia tem atraído muita gente. A fruta, da família cactaceae, é típica de regiões de clima quente e teve sua origem no México. No Brasil, o cultivo da pitaia começou na década de 90, com a produção concentrada no estado de São Paulo. Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), o primeiro cultivo feito para estudos teve início em 2007, com o objetivo de ampliar as pesquisas com essa frutífera. Desde então, uma série de experimentos têm sido desenvolvidos como: propagação, adubação, poda, polinização artificial, colheita e pós-colheita.

Para o professor do Departamento de Agricultura (DAG/UFLA), José Darlan Ramos, o cultivo da pitaia pode ser uma grande alternativa de diversificação da propriedade, sendo indicada principalmente para o pequeno produtor “Ela é uma frutífera que tem uma boa aceitação, e se encaixa nos princípios da agricultura familiar, não exige muito em seu manejo, apresenta  certa rusticidade e por isso não necessita de uso de agroquímicos, consequentemente colaborando com a conservação do meio ambiente.”

A fruta é escamosa e possui três principais variedades para o consumo:  Hylocereus polyrhizus, vermelha por dentro com casca rosada, conhecida como pitaia vermelha, a Hylocereus megalanthus, com polpa branca e casca amarela, que é a pitaia-amarela, e a Hylocereus undatus, de polpa branca e casca rosada, que é a mais comum, a pitaia-branca.

Cada uma delas com sua particularidade, de acordo com o professor: “A pitaia de casca vermelha e polpa branca e a vermelha de polpa vermelha possuem um mercado equilibrado entre si, contudo a de casca amarela e polpa branca pode apresentar tem o dobro do preço”. A explicação de acordo com o pesquisador, é por conta da baixa produtividade, ainda, das espécies devido à ao fato do cultivo ainda ser recente: “Existe uma série de dificuldades que a pesquisa ainda não conseguiu resolver, na verdade, as pesquisas estão se iniciando com a pitaia vermelha de polpa branca e com a de polpa vermelha. Das três, a amarela é a que tem melhor sabor, mas demora muito para se desenvolver e atingir a maturação. Ainda há muito para ser estudado. ”

No mercado, o valor comercial da pitaia é alto já que a oferta é menor que a demanda, conforme explica o professor Darlan: “Apesar de ter tido um alto crescimento no plantio nos últimos dois anos, essas plantas ainda não começaram a produzir. Na nossa região, a produção do fruto vai de novembro a maio. No início desse período o preço é alto, contudo em janeiro e fevereiro o preço cai. O quilo chega a variar de R$100 no início e final da colheita e chega a R$8 no pico da oferta.” Para o especialista, com o tempo é possível que esse preço se estabilize e que a fruta possa ser encontrada com mais facilidade “Talvez num curto período tenhamos tecnologias disponíveis para prolongar esse período de oferta, que facilite tanto para o mercado quanto para o produtor.”

E você, já conhece a pitaia? Em breve uma série de matérias sobre a fruta serão disponibilizadas aqui na nossa página.

Karina Mascarenhas- jornalista, bolsista Dcom/Fapemig. 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

BIC Jr. 2018 – confira as instruções para matrícula dos aprovados

Os estudantes de Ensino Médio aprovados no processo seletivo do BIC Jr.  para o ano de 2018 devem realizar a matrícula no projeto na próxima terça-feira (30/1), na Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec), localizada no Prédio das Pró-Reitorias Acadêmicas/UFLA (prédio novo, abaixo do estacionamento da Reitoria).

Os estudantes devem comparecer ao local, respeitando os horários indicados no edital de convocação, acompanhados obrigatoriamente pelo responsável para apresentar os seguintes documentos:

  • RG (original);
  • CPF (original);
  • Comprovante de endereço;
  • Comprovante de matrícula (do ano de 2018);
  • Conta Corrente no Banco do Brasil (o titular deve ser o bolsista);
  • Conta de e-mail ativa (necessário levar senha correta).

Acesse aqui o edital de convocação do Programa Bic Jr.

O BIC Jr.

O Programa é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O objetivo é despertar a vocação científica em estudantes do ensino médio da rede pública, incentivando talentos potenciais a prosseguir no caminho acadêmico. Durante os três anos do Ensino Médio, eles participam de atividades de pesquisa científica e tecnológica, com orientação de pesquisadores da Universidade.

Na UFLA, o BIC Jr. teve início em 2002. Atualmente, são 150 vagas do BIC Jr. na Instituição. Para a turma que ingressará em 2018, foram disponibilizadas 40 delas. As demais vagas estão sendo utilizadas pelas turmas que iniciaram em 2016 e 2017. Todos os anos, a UFLA certifica os estudantes concluintes do Programa em cerimônia oficial. 

Programa de Apoio à Mobilidade de Pesquisa Fapemig e Universidade do Texas – inscrições até 19/2

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) está com inscrições abertas para o Programa de Apoio à Mobilidade de Pesquisa Fapemig e Universidade do Texas (UT), em Austin. O objetivo é apoiar, por meio da concessão de Bolsas de Pesquisador Visitante (BPV) a docentes pesquisadores vinculados à UT, o desenvolvimento de projetos de pesquisa em Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação – ICTs – sediadas no Estado de Minas Gerais, de forma a fortalecer as cooperações científicas entre as partes.

Por meio da Chamada 14/2017, a instituição receberá propostas até o dia 19/2, e selecionará projetos para financiar bolsas de no mínimo 3 (três) e no máximo 12 (doze) meses de duração.

O processo seletivo consistirá em três etapas: enquadramento, mérito e homologação. Os documentos exigidos e os itens financiáveis podem ser conferidos aqui.

Confira a Chamada 14/2017 na íntegra.

Mais informações pelo email: dci@fapemig.br .

Com informações da Fapemig.