No próximo dia 8/8, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) irá sediar o Seminário Regional do Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (PIRH Grande), às 8h30, no Anfiteatro 2 do Núcleo de Educação Continuada (NEC), no câmpus histórico.
A iniciativa é da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande (CBH Grande) e, além de Lavras, promoverá mais 12 encontros em municípios das bacias afluentes.
Durante os seminários serão apresentados o prognóstico e o plano de ações do PIRH-Grande, documentos que apontam objetivos e metas de quantidade e qualidade das águas, levando em consideração as atuais e futuras demandas. Esses dois documentos compõem o plano de recursos hídricos da bacia hidrográfica e foram elaborados a partir de um amplo diagnóstico no qual foram evidenciados os conflitos e problemas relacionados ao uso, à demanda e à disponibilidade hídrica em toda a área da bacia.
Dentre os principais conflitos identificados no diagnóstico, podem ser citados: a degradação da qualidade da água, provocada pelas atividades industriais, minerárias, pelo lançamento de esgoto e mau uso do solo; erosão acentuada em toda a bacia; riscos de inundação; manejo inadequado do solo; escassez de pontos de monitoramento; e perdas no abastecimento de água em quase toda a extensão da bacia hidrográfica.
O prognóstico do PIRH-Grande estimou quatro cenários para o uso das águas na bacia hidrográfica a partir de critérios como o balanço hídrico, a identificação de áreas de conflito atuais e de potenciais conflitos futuros. Com base nos cenários propostos, o plano de ações pretende alcançar e manter a sustentabilidade hídrica e socioambiental da bacia e a sustentabilidade operacional do PIRH-Grande a partir de três componentes estratégicos, a saber: Instrumento de Gestão de Recursos Hídricos, Conservação dos Recursos Hídricos e Governança.
Caracterização da bacia do rio Grande
A bacia do rio Grande está localizada na bacia do rio Paraná, ocupando uma área de 143.437 km², situada entre os estados de São Paulo (40% da área da bacia) e de Minas Gerais (60% da área). O rio Grande tem extensão de 1.286 km, sendo o limite natural entre os estados de São Paulo e de Minas Gerais até a sua foz, quando forma o rio Paraná ao confluir com o rio Paranaíba.
Os principais afluentes do rio Grande são os rios Sapucaí, Pardo, Turvo, Verde, Capivari, Sapucaí-Mirim e Mogi Guaçu, pela margem esquerda; e os rios Jacaré, Santana, Pouso Alegre, Uberaba, Verde (ou Feio) e o rio das Mortes, pela margem direita. 36,2% dos corpos hídricos superficiais da bacia estão sob domínio do estado de São Paulo, 51,4% sob domínio do estado de Minas Gerais e 12,4% sob custódia da União.
A bacia do rio Grande está subdividida em 14 Unidades de Gestão Hídrica (UGHs). Em São Paulo, as seis UGHs afluentes ao rio Grande são conhecidas por Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs); e em Minas Gerais, as oito UGHs afluentes são chamadas de Unidades de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos (UPGRHs), codificadas como “GDs”, por serem contribuintes do rio Grande. A bacia como um todo apresenta um total de 393 municípios: 179 em São Paulo e 214 em Minas Gerais. Destacam-se por sua polarização urbano-regional os municípios da rede de influência de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Campos do Jordão, Franca e Mogi Guaçu, em São Paulo; e de Uberaba, Capitólio, Alfenas, Lavras, Itajubá e São João Del Rei, em Minas Gerais.
Panmela Oliveira – comunicadora e bolsista Dcom/Fapemig – com informações da assessoria de imprensa da PIRH bacia do rio Grande
Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.