O projeto ambiental Conservador das Águas, desenvolvido em Extrema, no Sul de Minas, foi premiado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, entre os 12 projetos finalistas do Prêmio Internacional de Dubai para Melhores Práticas, que destaca as ações realizadas no mundo e obtiveram sucesso na melhoria da qualidade de vida das pessoas. O projeto vencedor conta com o apoio do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (DCS/UFLA), sob a coordenação do professor Marx Leandro Naves Silva, no que concerne às práticas de conservação do solo e da água.
A cerimônia teve a presença do sheik Hamdan Bin Rashid Al Maktoum e do ministro das Finanças e presidente da Municipalidade de Dubai, engenheiro Hussain Lootah Nassir. Representando o Brasil, o prefeito de Extrema, Luiz Carlos Bergamin, o vice-prefeito, João Batista da Silva e o secretário do meio ambiente, Paulo Henrique Pereira.
O prêmio concedido ao município de Extrema (MG) incluiu troféu, certificado e um bônus no valor de US$ 30 mil. Nesta edição, o concurso recebeu cerca de 360 projetos, inscritos por diversos países, sendo 30 do Brasil.
O projeto Conservador das Águas foi indicado ao Prêmio pela Caixa Econômica Federal, uma das instituições apoiadoras da iniciativa, em conjunto com a Agência Nacional das Águas (ANA), Instituto Estadual de Florestas (IEF), SOS Mata Atlântica e The Nature Conservancy (TNC). Lançado oficialmente em 2007, o projeto tem o objetivo de fomentar a preservação de mananciais e nascentes por meio de parcerias e do apoio dos produtores rurais, que de forma inovadora, são remunerados pela preservação do ambiente.
De acordo com o professor Marx Silva, a participação da UFLA no projeto tem o objetivo de transferir tecnologias e treinar os produtores e profissionais envolvidos para boas práticas de conservação do solo e da água. As práticas apresentadas são resultado de pesquisas realizadas na Universidade, que além do caráter científico e de extensão universitária, possibilitam uma vivência prática que fortalece a formação profissional dos estudantes envolvidos.
Entre as pesquisas realizadas, destacam-se dois projetos em desenvolvimento; um deles voltado à identificação de indicadores da qualidade do solo e modelagem da erosão hídrica em sub-bacias hidrográficas, apoiado pelo CNPq, e também ao monitoramento e modelagem de atributos e indicadores da qualidade do solo em relação à recarga de água, perdas de solo e água por erosão hídrica, que recebe o apoio da Fapemig.
Atualmente, organizações e governos de várias cidades brasileiras e da África empregam o modelo do Conservador das Águas em outros projetos ambientais, incluindo as práticas de conservação de solo indicadas pela UFLA.
“O manejo adequado de bacias hidrográficas, notadamente em regiões ambientalmente frágeis, como o sul de Minas Gerais, é de suma importância para a manutenção do escoamento subterrâneo e para a manutenção da perenidade dos cursos de água, resultado das condições satisfatórias de recarga e, por consequência, da produção de água nas nascentes”, explica o professor.