A terceira edição do Road Ecology Brazil (REB 2014) teve hoje (27/01) sua abertura oficial. Com um público envolvido de cerca de 180 pessoas, a cerimônia iniciou-se às 10h, com a presença do diretor de Relações Internacionais da UFLA, professor Antonio Chalfun Júnior (representando o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo); da coordenadora de Apoio à Pesquisa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ana Elisa Schittini; da representante do Núcleo de Meio Ambiente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Janice Cabus; do Promotor de Justiça da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente das Bacias dos rios das Velhas e Paraopebas, Mauro da Fonseca Ellovitch; e do representante da Superintendência de Meio Ambiente da Valec, Daniel Silva Diniz. Como organizador do evento e coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), o professor Alex Bager deu início aos pronunciamentos da mesa de honra.
De maneira geral, as autoridades enfatizaram a relevância do tema e a importância de um congresso que se propõe a discuti-lo, as evoluções registradas pelo CBEE nos últimos dois anos e a importância da internacionalização das discussões sobre a ecologia de estradas. “Eu me considero um verdadeiro entusiasta da área no Brasil”, disse o professor Bager, num pronunciamento que reforçou o compromisso dos presentes com o assunto. Representando a ANTT, Janice afirmou que o REB é um evento no qual os técnicos da Agência fazem questão de estar presentes. “Pelo caráter técnico e sério das discussões, fazemos o esforço que for necessário para comparecer”, conta Janice, ressaltando que participou também das edições anteriores, em 2009 e 2011. Já o professor Chalfun reforçou o papel do REB na divulgação dos estudos e pesquisas feitos no Brasil, chamando a atenção para as trocas internacionais que o Congresso promove.
A conferência de abertura teve como tema “Pavimentação de estradas e mudanças nas florestas: desmatamento e valor florestal do Sudoeste da Amazônia”, ministrada pelo professor da Universidade da Flórida (Estados Unidos) Stephen Perz. Toda a cerimônia ocorreu no Centro de Convenções da UFLA. Antes mesmo da abertura oficial, os trabalhos do Congresso tiveram início já no final de semana (25 e 26/01), com o pré-evento, quando aconteceu o minicurso “Ecologia de Estradas com abordagem de Ecologia de Paisagens”.
O tema do evento: empreendimentos viários e biodiversidade
Quem consultar a página do CBEE/UFLA vai encontrar, em destaque, o “atropelômetro”. Trata-se de um contador que dá a estimativa do número de animais selvagens atropelados durante o ano nas estradas do Brasil. Até o momento, o quantitativo passa de 34 milhões. A informação está relacionada a estudos já realizados, que calculam a quantidade de animais mortos a cada segundo no país. Para mudar esses números, o REB propõe discussões entre estudantes, pesquisadores e profissionais, de forma a favorecer o desenvolvimento de ações práticas de preservação da fauna.
O coordenador da área de Pesquisa e Proteção à Biodiversidade do Instituto Estadual de Florestas (IEF) da região Centro-Oeste, Sotero Greco, é um exemplo de profissional que se inscreveu no evento com a expectativa de subsidiar um trabalho de proteção à fauna. Apesar de estar de férias, compareceu ao REB com a intenção de fazer contatos e buscar conhecimento para solucionar uma demanda da região da BR-050, trecho entre Belo Horizonte em São Sebastião do Paraíso. “Depois que a proteção à fauna passou a ser atribuição do Estado, buscamos participar desses eventos para conseguirmos incrementar o trabalho”, explica Greco.
O CBEE, organizador do REB, está sediado na UFLA e conta tem na sua equipe com membros da própria Universidade, além de cinco pesquisadores nacionais e três internacionais. Foi institucionalizado em fevereiro de 2012 e, desde então, tem a meta de ser um centro de excelência em pesquisa, capacitação, desenvolvimento de tecnologia e estabelecimento de políticas públicas em temas que relacionem empreendimentos viários (rodovias e ferrovias) e biodiversidade.