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Cerca de 900 pessoas participaram da programação da Semana Nacional de Museus na UFLA

museu_6Na última semana, entre 16 e 22/5, a comunidade regional teve acesso a uma programação especial promovida pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) em comemoração à Semana Nacional de Museus. Cerca de 900 pessoas visitaram o Museu Bi Moreira (MBM) e o Museu de História Natural (MHN), sendo que aproximadamente 400 delas participaram das atividades ofertadas.

As visitas, exposições, debates, ações educativas e oficinas chamaram a atenção, neste ano, para paisagens e culturas. Na UFLA, as ações foram promovidas pelas Coordenadorias de Museus e Patrimônio Histórico e de Cultura, vinculadas à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec).

A Semana dos Museus na UFLA contou com uma repleta programação, como as exposições “Campus poético: paisagens da UFLA”; “Da Janela para o Mundo”; “Das memórias vivas do barro aos valores e costumes mineiros”; “Cultura Afro-indígena”; além dos minicursos “Vidas Secas: paisagem, cultura, educação e ciência”; “Educação Ambiental Crítica”; “Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade”.

“Campus poético: paisagens da UFLA”, do professor Silvério José Coelho, mostrou os ipês floridos da Universidade. Silvério relatou que as fotografiasmuseu são referentes ao período primavera-verão de 2014, quando houve uma intensa seca, que resultou no florescimento de distintos ipês no mesmo período, garantindo um leque de cores no câmpus da Universidade.

Já na exposição “Das memórias vivas do barro aos valores e costumes mineiros”, esteve presente a coleção pessoal do professor do Departamento de Biologia (DBI) Antônio Fernandes Nascimento Júnior, com alguns elementos da cultura brasileira – no caso, a afro-indígena. “São elementos que exploram as tradições, os comportamentos e como essas culturas lidam com o mundo”, comentou José Sebastião Andrade de Melo, responsável pelo Museu de História Natural da UFLA.

Também estiveram disponíveis durante a semana as oficinas “Maracatu”; “Saravá Bethânia!”, e “Festa das Estrelas”, além das ações educativas “Cultura Afro-indígena”; “De olho no Câmpus Histórico da UFLA”; e “Experimentos de física elaborados com material de baixo custo”.

A Semana contou, ainda, com a roda de conversa “Museus e Paisagens Culturais” e a palestra “Resgate Histórico e Paisagístico: praça do Câmpus Histórico da UFLA”. “Quando trabalhamos em um jardim, é importante respeitar o ambiente natural e a autenticidade do local. O trabalho de jardinagem no câmpus histórico iniciou-se em 2010, sendo finalizado em 2012. Até então, havia apenas o gramado, a palmeira que foi plantada em 1942 pelos formandos, representando a consolidação da UFLA, além de algumas jabuticabeiras, que foram transferidas para outros locais da Universidade”, disse a professora Patrícia Duarte de Oliveira Paiva, responsável pela jardinagem presente hoje no câmpus histórico. Para que o trabalho fosse feito de maneira fidedigna, a professora contou que realizou um levantamento por meio de fotografias e relatos de todas as transformações que o jardim já havia passado.

Além das exposições, palestras e oficinas, a programação incluiu o Sarau Cultural Fotografia, arte e paisagens; o Cinema Com Vida, com exibição do longa metragem “Uma jovem tão bela quanto eu”, e o espetáculo teatral com a peça “Terras de Minas”.

Envolvimento da comunidade acadêmica

DSC_0505A celebração da Semana de Museus é promovida com a participação e colaboração de diferentes memnbros da comunidade acadêmica. Um exemplo foi a contribuição do grupo do Pibid Biologia. Oito de seus membros atraíram a atenção de um público de crianças e adultos com a apresentação da pela “Terra de Minas”, durante a fase final da programação da Semana de Museus.

Os voluntários criaram o texto, ensaiaram e produziram tudo, sob a inspiração do livro Às margens do Rio Grande e de causos caipiras. “Para mim, foi muito importante poder colocar em prática um teatro entendido como ferramenta de educação política. Com poucos recursos, é possível que essa arte seja utilizada na educação”, comentou o estudante Flávio Henrique Chaves Filhos, integrante do Pibid Biologia.

Para o professor Antônio Fernandes, coordenador do grupo, o trabalho realizado pelos estudantes na peça teatral demonstrou que a juventude tem um papel muito importante na atualidade. “Achei inacreditável o que o grupo fez. Em um mundo tão voltado para o materialismo, ações como essa demonstram o quanto é possível fazer coisas que garantem a cooperação, a preocupação com o coletivo, com a cultura. Isso resgata em mim a crença na capacidade de mudança e transformação. É também a expressão do diálogo da ciência com a cultura”, concluiu o professor.

Museu Bi Moreira (MBM)

O Museu Bi Moreira tem a missão de ampliar o acesso da sociedade ao patrimônio cultural, por meio da pesquisa de acervo, comunicação e história do município de Lavras e da UFLA. Salvaguarda coleções históricas, etnográficas, arqueológicas, de ciência e tecnologia com cerca de 5.000 artefatos. Esses testemunhos, vinculados à história do município de Lavras e da UFLA, são elos entre o presente e o passado. Ressalta-se que o prédio Álvaro Botelho, no qual o Museu está abrigado, é protegido pelo órgão do patrimônio cultural municipal e integra o Campus Histórico da UFLA, importante conjunto arquitetônico de valor patrimonial e cultural.

O Museu se originou pela iniciativa do jornalista Sílvio do Amaral Moreira (1912-1994), mais conhecido como Bi Moreira. Este, desde jovem começou a coletar peças, fotografias e documentos em diferentes suportes. Em 1980 esta coleção particular foi encampada pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL), atual UFLA. O Museu Bi Moreira foi oficialmente inaugurado em 09 de setembro de 1983, durante as celebrações de 75º aniversário da ESAL.

Atualmente, a área de exposição permanente do Museu está passando por um processo de requalificação, visando o alargamento das suas funções de preservação, pesquisa e comunicação. A abertura do MBM para o público geral está ocorrendo pontualmente, por meio de uma programação especial (previamente divulgada) composta por exposições temporárias, visitas mediadas, ações educativas.

Museu de História Natural (MHN)

O Museu de História Natural da UFLA foi criado em 1998 e tem a missão de realizar investigação científica e por meio dela, levar essas informações à comunidade em geral e principalmente aos estudantes do ensino básico e fundamental, visando à sensibilização para a preservação ambiental e o conhecimento sobre o mundo que nos cerca.

O MHN, que integra o conjunto arquitetônico Campus Histórico da UFLA, comunica um acervo de peças expositivas, painéis explicativos contando o passado da vida no planeta, animais taxidermizados, rochas e minerais e diversos itens de Paleontologia, Biologia, Entomologia, Mineralogia e Zoologia.

Como espaço de educação não formal, o MHN desenvolve atividades de divulgação e ensino em Ciências, por meio de exposições e ações de democratização e popularização científica para o público de Lavras e região. Essas atividades abarcam diferentes campos do conhecimento, como Astronomia, Biologia, Física e Química e contribuem para fomentar as relações com as transformações tecnológicas, ambientais, culturais e sociais. Destacam-se as atividades: A ciência vai ao cinema, Mostra de filmes Cinema Com Vida, A magia da Física e do Universo, Tudo ao redor tem a ver com Química, Oficinas de Astronomia. Essas ações são supervisionadas por docentes dos Departamentos de Química, Biologia, Ciências Exatas, Educação e agregam a equipe técnica do Museu, bolsistas, estagiários e discentes dos cursos de Licenciatura da UFLA.

Contatos:

Telefones:

(35) 3829-1205 (Museu Bi Moreira)
(35) 3829-1206 (Museu de História Natural)
E-mail: museus@proec.ufla.br

Texto: Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA, com a colaboração de Ana Eliza Alvim – jornalista UFLA.  

Veja na galeria algumas fotos da Semana de Museus da UFLA (autoria: José Sebastião Andrade de Melo).