Na quinta-feira (4/9) foi realizado o “I Seminário de Língua Portuguesa e suas Literaturas”, no auditório do Departamento de Ciências Humanas (DCH). Estiveram presentes os estudantes do curso de Letras da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O objetivo foi promover reflexões interinstitucionais sobre o andamento, atuação, contribuições sociais e educativas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) na formação de futuros professores, supervisores e estudantes das escolas envolvidas.
A mesa diretora contou com a presença da professora do Departamento de Ciências Humanas (DCH) Helena Maria Ferreira, mediadora do simpósio e coordenadora do curso de Letras; do professor do DCH Márcio Rogério de Oliveira Cano; do professor da Unicamp Marcos Aparecido Lopes; da professora da Unicamp Márcia Mendonça; e da representante do corpo discente, Nathália Garcez.
Com o olhar atento dos estudantes presentes no auditório, a professora Márcia Mendonça abordou o tema “Escola, letramentos escolares e aprendizagens na área de linguagens: reflexões a partir de dados do Pibid Letras Unicamp”. Segunda ela, o objetivo geral é aprimorar a formação inicial dos licenciandos em Letras quanto ao ensino de língua portuguesa e suas respectivas literaturas, tomando como foco central a diversidade linguístico-cultural.
Letramento é o estudo de processos cognitivos de leitura e escrita utilizados por indivíduos quando leem e produzem textos. Segundo Márcia Mendonça, este conceito amplia o significado de cultura escrita, criando nova perspectiva de inserção e facetas de aprendizagem.
O professor Marcos Aparecido Lopes falou sobre “O ensino de literatura: impasses e desafios para os bolsistas do Pibid/Letras”, no qual disse que o ensino da literatura deve ser capitaneado por um campo especializado ou ignorado pela erudição.
“O campo especializado, que eu diria ser comandado em parte pela linguística ou por certa sociologia da literatura, põe na berlinda o privilégio cultural que se atribuiu comumente ao estudo da literatura”, disse Marcos. “Esse campo rebaixa o estatuto do texto literário ou horizontaliza os gêneros textuais a tal ponto que tanto faz ler a tirinha do Angeli ou as Memórias Póstumas de Brás Cubas”, afirmou.
Marcos acredita que a literatura emancipa ou mantém o indivíduo em estado de menoridade. “Tal literatura, sendo produto direto de uma prática social, tanto pode emancipar quanto manter o indivíduo em estado de menoridade”. “Essa ambiguidade do texto literário deve ser desmascarada sem piedade”, concluiu.
Com o tema “O leitor e produtor de discursos: bases para atuação no Pibid Letras na UFLA”, o professor Márcio Rogério de Oliveira Cano abordou a questão do ensino da língua portuguesa no que se refere ao foco dado à produção textual e o papel social do sujeito ao realizar um discurso, levando-se em consideração o ambiente em que vive e suas experiências.
Segundo Márcio Cano, o professor deve dar condições para que o aluno faça a leitura e a produção do discurso, abordando suas experiências e refletindo sobre elas, afirmando que leitura e oralidade se cruzam com produção (oral) e escrita (multimodal).
Os estudantes tiveram a oportunidade acompanhar a apresentação dos pôsteres elaborados pelos bolsistas do Pibid e desfrutar de um coffee break servido no local. A última atividade do seminário foi a ministração dos seguintes minicursos: Gêneros de divulgação científica no ensino fundamental II (Professora Márcia Mendonça – Unicamp); Textos fundamentais de literatura e formação do leitor (professor Marcos Aparecido Lopes – Unicamp); Análise do discurso e ensino de Língua Portuguesa (professor Márcio Rogério de Oliveira Cano – UFLA); Leitura e escrita: reflexões sobre o processamento de textos nas aulas de língua portuguesa (professora Márcia Fonseca Amorim – UFLA); e A produção em sala de aula: questões de autoria (professora Helena Maria Ferreira – UFLA).