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Artigos científicos de estudantes e professores da UFLA estão entre os melhores trabalhos do V Encontro Brasileiro de Administração Pública

O V Encontro Brasileiro de Administração Pública, realizado na Universidade Federal de Viçosa (UFV), reuniu acadêmicos e profissionais nos dias 13 e 14 de junho de 2018. O Encontro foi estruturado na forma de conferências, grupos de trabalho e oficinas. 

Entre os 13 trabalhos científicos considerados os melhores do evento está o artigo “Os Guardiões das Águas no Circuito das Águas de Minas Gerais: Um Estudo a Partir do Modelo de Estruturação dos Sistemas Sociais de Ação Coletiva”, dos autores da UFLA Valderí de Castro Alcântara, José Roberto Pereira e Lindsay Teixeira Sant’anna. O artigo foi um dos homenageados no grupo de trabalho Governança e Cooperação no Setor Público.

Já no grupo Casos de Ensino em Administração Pública, as autoras da UFLA Patrícia Aparecida Ferreira, Marina Aparecida Lima e Andreina Del Carmen de Lima também foram mencionadas entre os melhores trabalhos, com o artigo “Desenvolvimento Sustentável de Três Comunidades Atingidas pela Construção de Uma Usina Hidrelétrica”.

O objetivo do V Encontro Brasileiro de Administração Pública foi promover o livre debate de ideias, o aprendizado fundado na troca de experiências, a divulgação científica de qualidade e a coordenação das ações estratégicas para a consolidação do campo acadêmico da Administração Pública, com ênfase na pós-graduação.

Confira o resultado completo.

Ana Carolina Rocha, estagiária Dcom/UFLA. 

Pesquisa da UFLA publicada na revista Nature Materials aborda novas interações para uso em discos rígidos

Pesquisa da Universidade Federal de Lavras (UFLA) deu um passo a mais na descoberta de uma tecnologia que promete revolucionar a indústria de eletrônicos.  O professor do Departamento de Física (DFI) da UFLA, Alexandre Cotta, descobriu inéditas interações entre materiais magnéticos e grafeno (uma nanoestrutura de Carbono), que se aplicadas aos discos rígidos de computadores os tornarão mais velozes e ampliarão a capacidade de armazenamento de informações.

A empreitada foi materializada no artigo “Significante interação o Dzyaloshinskii-Moriya em interfaces grafeno-ferromagneto devido ao efeito Rashba”, publicado na prestigiada revista Nature Materials, edição de maio (https://www.nature.com/articles/s41563-018-0079-4).

A pesquisa começou em 2013, quando o Alexandre Cotta, na época doutorando, acompanhou experimentos elaborados com grafeno de diferentes grupos de pesquisas no Brasil e no exterior junto ao Centro de Microscopia do instituto norte-americano de pesquisa Lawrence Berkely National Laboratory. 

Para auxiliar na parte teórica do estudo, o pesquisador  contou com a ajuda do vencedor do Prêmio Nobel de Física em 2007, o físico francês Albert Fert, responsável pelo auxílio na elaboração da parte teórica da pesquisa.  

Alexandre Cotta explica que o grafeno pode ser mais eficaz como condutor de eletricidade, e sua interação com materiais magnéticos gera pequenas mudanças em sua estrutura eletrônica, ampliando  propriedades magnéticas e elétricas, o que aplicado aos processadores os tornará mais rápidos, resistentes e com maior capacidade de armazenamento de informações. 

O sub-chefe do Departamento de Física (DFI), professor Joaquim Paulo da Silva, reforçou que a descoberta abre novos rumos na consolidação do curso e na internacionalização da universidade. “Contamos com um grupo de jovens professores que vem mostrando sua importância para o país, com a publicação de artigo científico numa revista desse porte, apoiado por um Prêmio Nobel. O potencial inovador dos nossos pesquisadores é muito grande e veio para consolidar o grupo da Física na universidade”, comemorou.

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  

 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Novo horário de funcionamento da Livraria UFLA

Com o objetivo de melhor atender à comunidade acadêmica, o horário de funcionamento da Livraria UFLA foi alterado e planejado, levando em conta o Calendário Acadêmico da Universidade.

Assim, durante o período letivo o horário de funcionamento será:

De segunda a quinta-feira: das 7h às 21h.

Sexta-feira: das 7h às 20h.

Durante os períodos de recessos e de férias acadêmicas será:

De segunda a quinta-feira: das 7h às 19h.

Sexta-feira: das 7h às 18h.

Ana Carolina Rocha, estagiária Dcom/UFLA. 

Dade oferece três oficinas de formação continuada para docentes da UFLA- inscrições até 22/6

A Diretoria de Avaliação e Desenvolvimento do Ensino (Dade) oferecerá três oficinas de formação continuada para docentes da UFLA. As inscrições podem ser realizadas até 22/6 no SIG. O local de realização das oficinas será no Polo INES/UFLA (câmpus histórico, em frente à DIRED). 

 

  • Oficina 1 – Introdução às Práticas de Metodologias Ativas 

Data de realização: 28/6 das 14h às 17h.

Ementa – Apresenta um panorama das principais práticas de metodologias ativas disponíveis visando oferecer variadas possiblidades a serem utilizadas em diferentes contextos de sala de aula. Propõe uma reflexão acerca dos componentes fundamentais para a utilização de Metodologias Ativas: o papel do professor, o protagonismo dos estudantes e a avaliação integrada. Na oficina serão propostas atividades visando trabalhar com as seguintes metodologias: Aprendizagem por pares; Sala de aula invertida; Aprendizagem baseada em problema e Rotação por estações de trabalho.

 

  • Oficina 2 – Produção de recursos audiovisuais como estratégia de ensino e aprendizagem 

Data de realização: 21/6 e 28/6 das 14h às 17h. 

Ementa – Demostrar as diferentes estratégias e técnicas de produção de recursos audiovisuais.  Planejar e elaborar uma vídeo-aula no estúdio.

 

  • Oficina 3 – Construindo Objetivos de Aprendizagem

Data de realização: 22/6 das 9h às 12h. 

Ementa – Por meio da metodologia de sala de aula invertida serão apresentadas as aplicações práticas das três dimensões da Taxonomia de Bloom no que se refere ao plano de ensino, plano de aula e avaliação da aprendizagem.

Para mais informações acesse: www.dade.ufla.br 

Márcio Lacerda discutiu práticas de gestão eficiente em evento promovido pelo CA de Administração Pública

É fato: o Estado brasileiro é  recordista em arrecadação de tributos e, em contrapartida, entrega serviços precários para a população.  Para discutir melhores práticas de gestão pública , o Centro Acadêmico de Administração Pública da Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu o empresário e administrador  Márcio Lacerda na última sexta-feira (8/6). Cerca de 50 alunos de vários cursos da Universidade acompanharam a palestra no anfiteatro Magno Antônio Patto Ramalho (Ramalhão).  

A partir de sua experiência como gestor público, Mário Lacerda frisou que, nos últimos 20 anos, “o Brasil melhorou muito”, mas ponderou que “o serviço público ainda está longe de ser um instrumento que presta serviço de qualidade para a sociedade”. O empresário disse ainda que “os gestores devem formar equipes com profissionais melhores do que eles próprios, enquanto a chefia deve focar o seu  talento para coordenar os demais”. 

O palestrante defendeu também que os pilares que devem nortear a gestão pública no país são a expansão da infraestrutura, exportações e, sobretudo, a geração de emprego e renda. “Sem economia mais dinâmica, não é possível melhorar as questões sociais e nem sair do fundo do poço onde chegamos”, declarou. 

Universidade

Depois de visitar alguns pontos do câmpus da UFLA, tendo sido recebido pelo reitor, professor José Roberto Soares Scolforo, e pró-reitores da universidade, Márcio Lacerda enfatizou a importância das boas práticas de gestão pública para garantir a qualidade das universidades públicas  no país. “O Brasil gasta 5% do PIB com educação. E a qualidade da administração pública está muito ruim, como um todo.  É preciso replicar o bom exemplo da UFLA para outras universidades brasileiras”, disse o empresário.

Na ocasião, o reitor ressaltou o bom desempenho da UFLA.  Scolforo afirmou que, com ferramentas adequadas e vontade dos gestores, é possível conjugar a implementação de melhorias nos serviços prestados à população, com responsabilidade fiscal.

Sobre o palestrante

Márcio Lacerda é empresário e administrador de empresas do setor das telecomunicações.  Em 2003, Márcio Lacerda assumiu a função de Secretário-Executivo do Ministério da Integração Nacional. De 2007 a 2008 foi Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.  O empresário foi eleito prefeito de Belo Horizonte em 2008 e reeleito no primeiro turno em 2012.   

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  

 

II Simpósio de Inovação, Empreendedorismo e Gestão Pública é realizado na UFLA

Nessa segunda-feira (11/6) foi realizado o II Simpósio de Inovação, Empreendedorismo e Gestão Pública (II Siegep), no Anfiteatro do Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA). Promovido pelo Núcleo de Inovação, Empreendedorismo e Setor Público (Niesp) do DAE, o simpósio teve como tema central “Ambientes de Inovação no Setor Público”.

Com o objetivo de difundir o conhecimento nas áreas de inovação, empreendedorismo e gestão pública, a segunda edição do evento reuniu cerca de 90 participantes, entre discentes da graduação e pós-graduação, professores e diferentes profissionais da comunidade lavrense, interessados em discutir a temática.

As atividades foram iniciadas no período da tarde com a apresentação de artigos completos, na modalidade oral, além de trabalhos em forma de pôsteres. Já no período da noite, a solenidade de abertura foi realizada pela coordenadora do núcleo e professora do DAE, Daniela Meirelles Andrade, que na ocasião, agradeceu a presença de todos e ressaltou a importância do papel da universidade em promover o intercâmbio entre diferentes setores, órgãos e instituições.

O diplomata Juliano Alves Pinto iniciou a palestra “Diplomacia da Inovação”, abordando o conceito de inovação dentro do Ministério de Relações Internacionais (ou Itamaraty): “Essa área de inovação é uma área nova dentro do Itamaraty. O conceito de inovação foi trazido por mim quando voltei de São Francisco, em vista da experiência que outros países já vêm fazendo, principalmente a China (…). O Brasil precisa percorrer um caminho semelhante se quiser continuar de alguma forma competindo internacionalmente nessa área”. Além disso, apresentou a relação existente entre inovação e diplomacia e o papel do Itamaraty, que é o responsável pela atuação do Brasil no exterior.

Ao final, foi realizada a mesa redonda “O Público e o Privado nos Ecossistemas de Inovação”, com a participação do palestrante, Juliano Alves Pinto; o coordenador do núcleo e professor do DAE, Dany Flávio Tonelly; o professor do Departamento de Direito (DIR/UFLA), Felipe Guerra David Reis; a professora do DAE, Eloísa Helena de Souza Cabral; o membro do grupo e doutor em Administração pela UFLA, Daniel Leite Mesquita; e o mestre em Administração Pública pela UFLA, Herman Resende Santos.

O simpósio teve o apoio do Programa de Pós Graduação em Administração (PPGA/UFLA), Programa de Pós Graduação em Administração Pública (PPGAP/UFLA), Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec/UFLA) e DAE.

Texto: Luciana Tereza

30 anos da Constituição Federal e os rumos da democracia é tema de entrevista de professor da UFLA

 Nas últimas três décadas, o Brasil consolidou o voto direto, realizou sete eleições presidenciais com alternância de partidos políticos no poder, garantiu a independência de suas principais instituições, cresceu economicamente e ampliou os direitos sociais. A maturidade do regime democrático ainda foi medida com cidadãos cobrando uma pauta diversificada de reivindicações, entre elas mais transparência. Por outro lado, ainda falta garantir direitos civis básicos e o país continua vítima da violência e corrupção. Esse é o Brasil depois de 30 anos da promulgação da Constituição 1988.  No balanço do período, avanços e crises marcaram a democracia brasileira, tema da entrevista com o professor do Departamento de Ciências Humanas da Universidade Federal de Lavras, Marcelo Sevaybricker.

  • A Constituição brasileira completa 30 anos. A Carta Magna foi a grande conquista? Depois de 21 anos de ditadura militar no Brasil, a Carta de 88 consolidou a aspiração e a luta de vários atores e movimentos sociais que combatiam não apenas a repressão e o autoritarismo, mas vários problemas do país que tiveram sua solução ou encaminhamento interrompido com o golpe de 1964. Além disso, ela criou um importante horizonte de expectativas a partir do qual antigos, mas também novos atores e movimentos sociais emergiram na cena pública nacional, com novas pautas e reivindicações.
  • E qual é a principal falha?  Acho que não foi ter efetivado material e especificamente alguns direitos e políticas públicas, que ficaram aguardando legislação especial, como, por exemplo, a tributação de grandes fortunas e heranças, que poderia tornar a sociedade brasileira um pouco menos injusta. Mas é preciso ponderar também a correlação de forças progressistas no país, no final dos anos 80, para avaliar em que medida essa efetivação seria factível.
  • A Constituição assegurou efetivamente direitos fundamentais? Sim e não. É fato que alguns direitos, como o do voto, passaram a ser gozados, de fato, universalmente. Outros, até mais elementares (como acesso à justiça), ainda são privilégios de algumas classes e raças no país. Ainda convivemos com cidadãos de primeira e de segunda classe em pleno século XXI, o que é uma lástima.
  • Qual é a importância do processo democrático brasileiro? A manutenção da democracia é crucial. Há que se lembrar da famosa frase do Churchill, de acordo com a qual a democracia é a pior das formas de governo, com a exceção de todas as outras. No contexto das sociedades modernas, a democracia eleitoral – ainda que não seja condição suficiente para resolução de todos os problemas comuns do povo – certamente é mais capaz, do que qualquer outra forma de governo de garantir os direitos fundamentais, que você mencionou, promover bem-estar, etc. Nesse cenário atual em que normas constitucionais são violadas, em que os resultados eleitorais não são plenamente respeitados, em que cidadãos e cidadãs, paradoxalmente, saem às ruas pedindo a volta dos militares, creio que deveríamos pensar e falar mais seriamente sobre as vantagens de se viver em uma democracia. E se a gente considerar a história da política brasileira, fica evidente que a democracia é uma nota de rodapé. Nós não vivemos sob regime democrático na maior parte da histórica do país. Também por isso, devemos valorizar o que conquistamos de 1980 pra cá.
  • Em que estágio está a democracia brasileira? Amadurecemos enquanto uma nação democrática? Nas últimas três décadas, nós tivemos um processo de expansão dos partidos, que se consolidaram como instituições de representação em nível nacional. O eleitorado cresceu. Consolidou-se um sistema que ainda que não seja rigorosamente bipartidário, acabou se tornando efetivamente quase bipartidário, ou seja, entre duas siglas (PSDB e PT). Segundo especialistas, isso é também indício de uma estabilização do regime democrático brasileiro. Também avançamos na garantia de direitos sociais. No século XX e XXI, o regime democrático é associado à promoção de certos direitos sociais. A ideia de que além de garantir os direitos fundamentais, como políticos, de participação política, e os civis, também é necessário garantir um mínimo de justiça social.
  • Crises políticas comprometem a democracia ou são passageiras?  Na medida que é um sistema de aberta contestação pública – diferentemente de uma ditadura por exemplo – a democracia está inerentemente mais suscetível a crises.  Isso faz parte da natureza democrática, inclusive a existência de grupos antidemocráticos faz parte. Então, faz parte da história da democracia vivenciar crises. Por exemplo, logo após o processo de redemocratização do País, no início dos anos 1990, nós elegemos um presidente da República – Fernando Collor de Melo –  e em seguida vivenciamos um processo dramático de crise com o impeachment dele, mas que conseguiu se solucionar sem colocar em risco o próprio sistema. A questão é saber avaliar a natureza da crise que vivenciamos hoje e que saída podemos encontrar, factualmente, para ela.
  • Para onde vai a democracia brasileira? É muito difícil fazer qualquer prognóstico. Qualquer tipo de previsão da democracia brasileira hoje, em pleno 2018, dado o grau recente de instabilidade das instituições políticas. O cenário político brasileiro nos últimos anos se deteriorou com muita força e rapidez. As instituições políticas (partido, Executivo, Congresso Nacional, Judiciário) não têm se comportado dentro de uma normalidade, de certo padrão, o que torna difícil para qualquer analista da política fazer uma previsão razoável do que está por vir. Nesse aspecto, destacaria dois fenômenos que indicam um cenário pouco promissor da democracia nacional: de um lado, uma crescente ilegitimidade da classe política e das instituições políticas, tais como os partidos e o Congresso Nacional e, de outro lado, um processo de judicialização da política e de politização do judiciário, do qual a Lava-Jato é a maior expressão. O resultado, a curto prazo, desses dois fenômenos, é de aprofundamento da incapacidade das instituições de processarem o conflito e da maior probabilidade de soluções antidemocráticas, como temos visto.
  • É ano eleitoral. Quais são os maiores desafios para os partidos e candidatos? Independentemente de o cidadão se situar ao centro, à esquerda ou à direita, já seria uma meta razoável garantir a realização das eleições. Um dos grandes desafios é manter o calendário eleitoral com o mínimo de respeito às regras eleitorais. Alterações propostas no calor do momento – como adoção de semi-presidencialismo, ou a proibição de certas candidaturas – serão sempre interpretadas como soluções de conveniência e tenderão a tirar a legitimidade daqueles que saírem vitoriosos no pleito deste ano. Um sistema democrático é aquele no qual os indivíduos podem competir pelo poder segundo regras claras e respeitadas por todos participantes. E, num regime democrático, os perdedores de uma eleição tendem a aceitar a derrota. Ele entende que daqui a quatro anos poderá competir novamente e, portanto, concorda com o mandato do adversário.  Com a realização das eleições, talvez as instituições políticas que estão deterioradas possam se recuperar. Isso pode gerar um cenário institucional um pouquinho melhor do que temos agora.
  •  De que forma o eleitor deve se blindar da disseminação de notícias falsas, as chamadas “fake news” nas redes sociais,  para não ser vítima de informações sem credibilidade?  Se a gente considerar que a televisão está em 98% dos lares do Brasil e a internet apenas em metade deles, é preciso reconhecer que os grandes meios de comunicação ainda têm um impacto e poder ideológico muito forte. Com o surgimento das novas mídias e fontes alternativas de informação criou-se uma imprevisibilidade. De qualquer modo, o eleitorado brasileiro não é tão preparado para o exercício do voto. Não temos trinta anos de prática democrática ininterrupta. E o aprendizado do voto exige a decantação de uma cultura, valores, hábitos, etc. Além disso, nós não temos do ponto de vista educacional qualquer tipo de discussão e preparação mais sistemática. Por exemplo, a escola básica é absolutamente precária e vive condições deletérias de funcionamento. Que eleitor é esse que majoritariamente se forma nas escolas brasileiras? Que tipo de informação ele tem? Que capacidade crítica de analisar as informações? Infelizmente, o eleitor será refém das notícias fantasmas e toda forma de manipulação que possam aparecer em 2018. Não existe milagre e o que se fazer para deixar o eleitor prevenido em relação às notícias falsas, enquanto o Brasil não apostar mais em desenvolver uma política educacional séria de longo prazo para todos os cidadãos. Agora, é bem verdade, como notou a filósofa alemã Hannah Arendt, que a mentira é parte integrante da política. Assim, mais uma vantagem de viver em uma sociedade democrática é que essa mentira é constantemente posta à prova e não se tem um controle hegemônico da circulação de informações.
  •  Nos últimos anos, a população ocupou as ruas em defesa de várias pautas. Na sua avaliação, a democracia brasileira será marcada pelo crescimento da pluralidade de atores e demandas? Pode haver uma maior pluralidade, mas acredito que estamos num momento de crise da democracia nacional e não de expansão do regime democrático. Temos um conjunto de problemas absolutamente prioritários que não foram solucionadas, como por exemplo as grandes desigualdades sociais no país, e pautas mínimas como a universalização dos direitos civis básicos. Um trabalhador brasileiro, numa grande cidade do país, não sabe se o policial que fiscaliza a rua é seu protetor, ou o seu inimigo. Além disso, essas novas demandas, como as causas associadas ao movimento contra a homofobia, por exemplo, estão vivendo um processo reativo de questionamento público muito forte, o que, é verdade, não é uma particularidade do nosso país. O assassinato recente da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, é prova de que a reação a essas demandas pode se tornar absolutamente violenta.
  • Qual será o tema mais sensível no processo eleitoral de 2018? Em primeiro lugar, a economia. O que vai dividir os candidatos e servir de critério para a escolha do eleitor é a capacidade do presidenciável melhorar as condições econômicas do país: aumentar o emprego, controlar a inflação, promover políticas de habitação popular. Além disso, dado que a discussão sobre política no país, nos últimos anos, foi muito centralizada em torno à questão da corrupção e que os principais quadros dos mais importantes partidos estão sendo associados a escândalos de corrupção, creio que esse tema também produzirá algum efeito na cabeça de determinados seguimentos do eleitorado. E, penso, que um efeito, em geral, ruim, pois acaba produzindo a sensação de que todos políticos profissionais são corruptos. Isso pode incitar o eleitor a anular o seu voto, ou a escolher alguém pela simples razão desse se apresentar como honesto. O problema é que política não é moral. Não basta ser honesto. O grande número de candidatos que se apresentam como não-políticos é sintoma desse fenômeno. O surgimento de novos partidos, que se autodeclaram diferentes dos partidos tradicionais, também. 

 

 

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Publicado cronograma da 2ª edição do SiSU 2018 – inscrições começam em 12/6

UFLA oferta 1.295 vagas, em 27 cursos de graduação presenciais. São 646 vagas para ampla concorrência e 649 vagas reservadas.

Foi publicado nesta terça-feira (5/6), pela Secretaria de Educação Superior, do Ministério da Educação (MEC), o edital referente à segunda edição de 2018 do Sistema de Seleção Unificado (SiSU) – Edital 45, de 30/5/2018. O documento traz o cronograma e outros procedimentos que devem ser observados pelos candidatos. As inscrições para participação no SiSU serão efetuadas exclusivamente pela internet, por meio do endereço eletrônico http://sisu.mec.gov.br. O prazo vai de 12 de junho de 2018 até as 23 horas e 59 minutos do dia 15 de junho de 2018 (horário oficial de Brasília-DF) e não há pagamento de taxas.

Poderão se inscrever na segunda edição de 2018 do SiSU os candidatos que tenham participado da edição de 2017 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e nela tenham obtido nota acima de zero na prova de redação. Será possível inscrever-se em até duas opções e vagas, definindo a ordem de preferência. Durante o período de inscrição, o candidato pode alterar suas escolhas ou até cancelar sua participação. A previsão é de que o resultado da chamada regular seja divulgado em 18/6.

Outras datas:

O SiSU na UFLA

Em 25/5 a Diretoria de Processos Seletivos da Universidade Federal de Lavras (Dips/UFLA) publicou o Edital 247/2018, em que trata da utilização do SiSU como mecanismo de seleção e ingresso nos cursos de graduação presenciais da Instituição. A Universidade oferta 1.295 vagas, em 27 cursos de graduação. São 646 vagas para ampla concorrência e 649 vagas reservadas.

De acordo com o edital, os estudantes interessados em concorrer às vagas disponibilizadas pela UFLA deverão verificar as informações constantes do Termo de Adesão desta instituição no SiSU, publicado também no site da Dips. É possível consultar cursos e turnos participantes do SiSU, com os respectivos números de vagas; o número de vagas reservadas em decorrência do disposto na Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, alterada pela Lei nº 13.409, de 28 de dezembro de 2016, que dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio; os pesos e as notas mínimas estabelecidos pela UFLA para cada uma das provas do Enem, em cada curso e turno; e os documentos necessários para a realização da matrícula ou do registro acadêmico dos estudantes selecionados, inclusive aqueles necessários à comprovação do preenchimento dos requisitos exigidos pela Portaria Normativa nº 18, de 11 de outubro de 2012, alterada pela Portaria Normativa nº 9, de 5 de maio de 2017.

Acesse o site da DIPS para consultar editais, Termo de Adesão, cronograma, relação de cursos/quadro de vagas, pesos nas notas do Enem, notas de corte de processos anteriores.

Consulte o Guia de Cursos da UFLA, para saber mais sobre cada um deles

Dicas de Português: penalizar não significa punir

Todo ano, quando a Receita Federal divulga as normas para pagamento do Imposto de Renda, o comentário é inevitável: O governo vai penalizar ainda mais a classe média.

A afirmação pode até ter cabimento, mas está expressa em mau português: penalizar significa causar pena e não punir. Assim, o verbo aparece corretamente em frases como: Nada o penalizava mais que a situação do amigo. / Ficou penalizado pelas vítimas do abalo.

O uso errado de penalizar como prejudicar, castigar ou punir resulta de modismo e da duplicidade de sentido da palavra pena, que designa tanto piedade quanto punição. Veja como substituir o verbo: O jogador não deve ser punido (e não penalizado) pelo Tribunal. O aumento prejudicou (e não penalizou) os consumidores. A diretora castigou (e não penalizou) os alunos faltosos. O Artista acabou punido ou castigado (e não penalizado) pela ousadia.

 

Fonte: Com todas as letras – o português simplificado

              Eduardo Martins

 

Paulo Roberto Ribeiro

DCOM

Curso de aperfeiçoamento em Cultura do Algodão tem início na UFLA – profissionais africanos de cinco países participam da capacitação

Teve início na Universidade Federal de Lavras (UFLA) a terceira edição do Curso de Aperfeiçoamento “Capacitação e Transferência de Tecnologia na Cultura do Algodão” para países africanos. A aula inaugural foi realizada na tarde desta segunda-feira (11/6), no Salão dos Conselhos da Reitoria, onde os 33 participantes – profissionais vindos do Malawi, Moçambique, Quênia, Tanzânia e Zimbádue – receberam as boas vindas e puderam saber mais sobre a Universidade.

A capacitação é uma iniciativa da UFLA e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), com o apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA). Durante 90 dias, os participantes vão conhecer todas as etapas de produção do algodão, por meio de aulas teóricas e práticas, além de técnicas gerais na área de produção agrícola. O objetivo é impulsionar a geração de empregos e o aumento de renda, com consequente melhoria na qualidade de vida dos agricultores africanos.

O coordenador do curso, professor Antônio Carlos Fraga, reforçou que a oportunidade vai além da capacitação e da transferência de tecnologia. “Esperamos, ao longo desses três meses, construirmos uma sólida amizade, para que no futuro possamos somar outros projetos a este. Agradecemos pela coragem que tiveram de deixar seus países e caminharem conosco neste projeto.”

O reitor da UFLA, José Roberto Scolforo, relembrou a tradição da Instituição no desenvolvimento de tecnologias agrícolas desde sua fundação. “Na década de 70, foi na UFLA que nasceu o projeto que iria transformar o cerrado em uma terra produtiva, a partir de conhecimentos e técnicas para fertilizar o solo. O Brasil faz a melhor agricultura tropical do planeta, e nós queremos compartilhar isso com vocês, com toda a tecnologia de ponta gerada nesta Universidade.”

Scolforo ressaltou, ainda, o objetivo da UFLA de fortalecer ainda mais o mundo agrário. “Queremos gerar muitas tecnologias para a produção de commodities e também para sua pós-produção, agregando mais valor aos produtos no mercado”, explicou.

Representante da ABC/MRE, o coordenador de Cooperação Técnica com a África, Ásia e Oceania, Nelci Caixeta, reforçou o conhecimento gerado na capacitação. “Este curso é muito completo. Esperamos que todas as informações compartilhadas possam ser absorvidas por vocês para que possam colocá-las em prática. Que seja um momento para aprimorarem o conhecimento na área do algodão e para estabelecer novos contatos.”

Também participaram da aula inaugural o pró-reitor de Extensão da UFLA, professor João José Marques, o diretor de Relações Internacionais, professor Antônio Chalfun Jr., o professor do Departamento de Engenharia (DEG/UFLA), Pedro Castro Neto, e a analista de projetos da ABC/MRE, Ana Carla Melo, além de servidores da UFLA e estudantes integrantes do Núcleo de Estudos em Algodão.

O curso de “Capacitação e Transferência de Tecnologia na Cultura do Algodão” já foi oferecido em outras duas edições. A primeira, em 2014, para 30 profissionais de países africanos falantes de língua portuguesa (Angola, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe), e a segunda, em 2017, para 35 profissionais de países africanos de língua francesa (Costa do Marfim, Senegal, Burundi, Camarões, Benim, Burquina Faso, Mali, Chade e Togo).

Veja as fotos da aula inaugural