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UFLA na Mídia: Pesquisa do Departamento de Ciências da Saúde é divulgada na Folha de S.Paulo

A pesquisa do professor Luciano José Pereira, do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Lavras (UFLA), sobre o uso de celulares durante as refeições foi divulgada nesta semana no blog da Juliana Vines, vinculado à Folha de S.Paulo.

O estudo foi divulgado pelo Núcleo de Divulgação Científica da UFLA, coordenado pela Diretoria de Comunicação.

Confira aqui a matéria completa publicada na Folha de S.Paulo

Confira aqui a matéria publicada pelo Núcleo de Divulgação Científica 

Estudo promove a reconstrução do clima da Amazônia a partir de anéis de crescimento de árvores

Professora Ana Carolina (DCF) e doutoranda Daniela

As florestas abrigam inúmeras espécies de animais e plantas, que contribuem para uma diversidade de pesquisas. No início do século passado, pesquisadores começaram a traçar um método científico para estabelecer a idade de uma árvore, através dos anéis de crescimento presentes em seu tronco. Esse estudo é chamado de Dendrocronologia, uma ciência em expansão, já que os estudos em florestas tropicais começaram há pouco mais de 30 anos. Na UFLA, pesquisadoras do Departamento de Ciências Florestais, em parceria com o professor David Stahle, da Universidade do Arkansas (University of Arkansas), dos Estados Unidos, e com o pesquisador Jochen Schöngart (INPA, Brasil), iniciaram em 2015, pesquisas a partir de anéis de árvores da Amazônia, com o objetivo de obter um mapeamento histórico jamais visto do clima da floresta.

Conforme explica a professora do Departamento de Ciências Florestais da UFLA Ana Carolina Maioli C. Barbosa, as plantas respondem a estímulos externos; por isso, quando as condições ambientais são adversas, a parte metabólica para e elas entram em dormência, tudo isso fica registrado anualmente em seus anéis de crescimento. “ A largura de um anel para outro é maior quando choveu muito naquele ano, e isso significa que a planta cresceu. Se o espaço entre um anel e outro é estreito quer dizer que ali houve um período de seca”, ilustra a doutoranda Daniela Granato de Souza, que coletou as amostras das árvores na Floresta Estadual do Paru, localizada no Estado do Pará. A exploração econômica sustentável dessa floresta é controlada pelo governo federal, e através de parcerias com empresas privadas, as amostras de discos completos que estão na UFLA puderam ser coletadas.

A dificuldade da dendrocronologia tropical se deve ao fato de a floresta abrigar muitas espécies de árvores com anatomias diferentes; por isso, trabalhos mais aplicados com relação ao crescimento dos anéis surgiram somente por volta do ano 2000. Para esses estudos realizados na universidade, o Cedro foi escolhido pelas pesquisadoras por ser uma espécie diretamente afetada pelas chuvas; além disso, sua disponibilidade no Brasil é ampla, podendo ser encontrado na Amazônia, Mata Atlântica, no Cerrado e na Caatinga. Foram coletadas cerca de 100 amostras de Cedro, das quais 60% foram aproveitadas para as gerar os dados que as pesquisadoras precisavam.

Segundo a orientadora do estudo professora Ana Carolina, os primeiros resultados da pesquisa mostraram-se promissores, já que o registro da variabilidade climática da Amazônia poderá ser usado para saber o histórico do clima e o que esperar das mudanças climáticas futuras “ A gente mostrou com esse trabalho que tivemos eventos de extremos climáticos que não estão registrados nos dados instrumentais, porque são de épocas anteriores aos dados disponíveis. ”

O primeiro artigo do projeto intitulado Tree rings and rainfall in the equatorial Amazon foi publicado em abril deste ano na Climate Dynamics. Os resultados obtidos no estudo dessas árvores da bacia Amazônia foram publicados no banco mundial de dados paleoclimáticos e podem ser acessados por pesquisadores de qualquer lugar do mundo. De acordo com a professora, muitos outros estudos ainda serão possíveis “As amostras que coletamos poderão ser utilizadas, por exemplo, para verificar a calibração da curva de carbono, e ainda para estudos sobre isótopos estáveis, que podem ainda fornecer outras informações climáticas dessa região. ”

Reportagem: Karina Mascarenhas- jornalista, bolsista Dcom/Fapemig

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

UFLA e Universidade da Coreia do Sul assinam carta de intenção visando novas parcerias

Assinatura da carta de intenções, entre o reitor da UFLA, o prefeito de Lavras e o presidente da Korea Center do Brasil.

Nesta quarta-feira (6/6), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu uma comitiva da Coreia do Sul, com representantes do Korea Center do Brasil e da Gangneung-Wonju National University (Gangneung), para conhecer a Instituição e a cidade e pactuar uma carta de intenções, com a finalidade de desenvolver projetos de cooperação com atividades de ensino e pesquisa nas respectivas universidades, aprofundando a compreensão das tradições sociais e culturais de ambos os países e instituições. A expectativa é de posteriormente formalizar um acordo de cooperação.

Durante a manhã, foi realizada uma reunião no Salão dos Conselhos da Reitoria entre o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo; o prefeito de Lavras, José Cherem; representantes do Korea Center do Brasil e da Gangneung-Wonju National University (Gangneung): professor Douglas Hwangho e Jaime Shim, entre outros professores, pesquisadores e gestores da UFLA.

Professor Douglas Hwangho e Jaime Shim

O professor Douglas Hwangbo, presidente da Korea Center do Brasil, com 20 anos de experiência em intercâmbio de economia e negócios, justificou a escolha da UFLA como parceria. “Cada vez mais novas empresas estão se concentrando na nossa cidade e nossa intenção é de fazer um Centro Cultural do Brasil, tendo como um dos focos o café. A recomendação que tivemos desde o início para essa parceria foi a UFLA. Durante 20 anos, nossos produtos coreanos foram vendidos no Brasil. Agora vamos esforçar para que o contrário também aconteça: para que produtos brasileiros sejam vendidos na Coreia. Hoje o assunto será essencialmente o café, mas em outras ocasiões pretendemos abordar tecnologia da informação e biotecnologia”.

Neste sentido, o reitor, professor Scolforo, destacou a importância de diversas pesquisas e estudos realizados na UFLA, como o início da expansão do cerrado brasileiro e a formulação do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural, além da tradição no café. “Nos últimos 12 anos, a UFLA teve um desenvolvimento impressionante tanto na estrutura física quanto na qualidade. Hoje, posso dizer que no mundo do café, a nossa Universidade é a maior referência no Brasil. Aqui na UFLA podemos chegar a um café que atenda as expectativas de diversas regiões, como na Coreia do Sul. Além disso, somente a nossa região do Sul de Minas (Lavras ao limite com São Paulo) produz 25% do café brasileiro”. O reitor salientou ainda que das 11 universidades federais de Minas Gerais, a UFLA foi escolhida pelo Governo Federal para sediar o Pólo de Excelência do Café. Além de contar com a Agência do Café, Inovacafé.

Representantes da UFLA e Korea Center do Brasil

Enfatizou também algumas tecnologias que já foram concebidas na UFLA com o foco na qualidade do café, como as embalagens desenvolvidas pelo professor Flávio Meira Borém, em parceria com as empresas Klabin S.A. e Videplast, que possibilitam a manutenção dos atributos sensoriais dos cafés especiais. “O café sai daqui e chega com a mesma qualidade ao seu destino final”.

Na ocasião, o prefeito apresentou dados da cidade e as possibilidades de alcance da nova parceria. “A cidade sente muito orgulho da UFLA e de todos aqueles que aqui trabalharam e trabalham para construir esse legado. Prevemos um futuro próspero para o município, que está preparado para recebê-los e é um lugar muito bom para viver e investir”.

Além da reunião, a Comitiva da Coreia do Sul realizou uma visita à Inovacafé, à Prefeitura de Lavras, ao Parque Tecnológico da UFLA, e como encerramento houve a assinatura da carta de intenções, entre o reitor da UFLA, o prefeito de Lavras e o presidente da Korea Center do Brasil.

Foto Tarsis Murad

Visita à Inovacafé

A programação também contou com visita ao complexo da Agência de Inovação do Café (InovaCafé), conduzida pelos professores Mário Lúcio Vilela de Resende, Rubens José Guimarães e Antônio Nazareno Guimarães Mendes e pelo técnico agropecuário do setor de Cafeicultura (DAG) Mauro Magalhães.

Os anfitriões explicaram sobre o funcionamento da agência, que abriga diversos setores ligados a toda a cadeia produtiva do café, além de esclareceram dúvidas dos visitantes quanto a qualidade, inovações, pesquisas e variedades. Destaque para as visitas ao Pólo de Excelência do Café e à Vitrine de Cultivares do INCT do Café.  

“Estamos situados em um local que é um verdadeiro complexo de negócios ligados ao café. Além disso, temos a Gangneung-Wonju National University (GW), onde pretendemos implantar um centro acadêmico voltado ao café, para que os alunos possam aprender todos os processos, do cultivo até a indústria. A visita à InovaCafé foi muito proveitosa, proporcionando conhecimentos que nos ajudarão a alcançar nosso objetivo”, disse o presidente da Korea Center do Brasil e professor da GW, Douglas Hwangbo.

Com a colaboração da Ascom Inovacafé, Tarsis Murad

Confira o novo horário de funcionamento das portarias da UFLA

A Pró-Reitoria de Infraestrutura e Logística (Proinfra) informa que as portarias 2 (entrada das Goiabas) e 3 (do SindUFLA) estarão disponíveis das 6h às 19h30 (fechada nos demais horários para veículos e pedestres), de segunda a sexta-feira. Sábado, domingo e feriado ficarão fechadas em tempo integral. Já a portaria principal continuará funcionando das 6h à meia-noite.

A medida tem como intuito manter a segurança no câmpus, principalmente neste momento em que têm ocorrido ataques a bancos, ônibus e postos policiais na região. Sendo assim, é uma ação preventiva da Universidade. “Isso não quer dizer que estejamos imunes a ações dessa natureza, porém, é uma tentativa, discutida com especialistas em segurança, de sermos mais prudentes”, enfatiza o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo.

Tendo em vista essa situação, a Universidade optou por fortalecer a segurança na portaria principal no período noturno, controlando de maneira mais eficaz o acesso ao câmpus. “Importante ressaltar que entre causar desconforto a uma fração de nossa comunidade e tentar dar-lhes a devida segurança optamos pela segunda”, destaca o reitor.

A Direção Executiva ressalta ainda que não houve nenhuma demissão na Instituição. “Não demitimos nem demitiremos ninguém da segurança ou da terceirização, muito pelo contrário, nossas contas estão todas muito bem equacionadas para este ano”.

Assim, a Direção Executiva solicita a compreensão de todos da comunidade acadêmica. “Esperamos que todos compreendam o nosso zelo para com os nossos estudantes, professores e técnicos. E que os coordenadores de cursos e os chefes de Departamento, especialmente do período noturno, sejam parceiros na divulgação dessa estratégia de cuidado com a nossa comunidade”.

 

Aula inaugural do Curso de Capacitação e Transferência de Tecnologia na Cultura do Algodão será realizada na próxima segunda-feira

A aula inaugural do Curso de Aperfeiçoamento “Capacitação e Transferência de Tecnologia na Cultura do Algodão”- que será realizado para profissionais dos países do Malawi, Moçambique, Quênia, Tanzânia e Zimbábue- ocorrerá na próxima segunda-feira (11/6), às 14h, no Salão dos Conselhos da Reitoria da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

A UFLA e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE), com o apoio do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA) convidam toda a comunidade acadêmica.

Dia Nacional do café: mais de cem profissionais da UFLA estão envolvidos em pesquisas da cafeicultura

A forte relação do café com a UFLA teve início em 1950. De lá para cá, muitos nomes importantes fizeram da Instituição uma das mais renomadas em pesquisas voltadas para a cafeicultura.

O café ocupou o quinto lugar no ranking das exportações do agronegócio brasileiro em 2017, de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. Minas Gerais é o maior estado produtor de café do País, correspondendo a 54,3% da produção nacional em 2017, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Por essas e outras razões, na Universidade Federal de Lavras (UFLA), o produto ganhou um setor próprio dentro do Departamento de Agricultura (DAG), que originou a atual Agência de Inovação do Café – InovaCafé.

O professor Rubens José Guimarães, representante da UFLA no Consórcio Pesquisa Café e um dos editores executivos da Revista Científica Coffee Science, explica que as pesquisas realizadas na UFLA, em parceria com diversas instituições, são suporte para os cafeicultores e suas famílias, principalmente devido às mudanças climáticas registradas atualmente.“ O produtor busca a solução, o apoio e a ajuda na universidade para sanar suas dúvidas e produzir, cada vez mais, com um custo menor e de maneira mais sustentável”.

Pensando nisso, ao longo do semestre, a Diretoria de Comunicação (DCOM) da UFLA vai trazer reportagens especiais sobre como o café está presente nos diversos departamentos da universidade.

 

Karina Mascarenhas- jornalista, bolsista Dcom/Fapemig. 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

O que você precisa saber sobre Doenças Negligenciadas e como elas afetam sua vida

Para debater o tema, será realizado na UFLA o IV Simpósio Brasileiro de Doenças Negligenciadas, de 24 a 26 de maio.

Mais de um milhão de pessoas morrem por ano no mundo por doenças que podem ser prevenidas e são consideradas negligenciadas. Saiba mais sobre essas doenças, que serão tema de Simpósio na UFLA em maio.

As doenças tropicais negligenciadas (DTNs) afetam, todos os anos, milhões de pessoas no mundo, principalmente de baixa renda. Causadas por vírus, bactérias, vetores e protozoários, esses males, muitas vezes, são consequências da falta de moradia e de saneamento básico. 

Tais enfermidades estão mais presentes do que se imagina: dengue, zika, chikungunya e leishmaniose são apenas algumas das doenças listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como negligenciadas, conforme explica a professora Joziana Muniz de Paiva Barçante, do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Lavras (DAS/UFLA). “A OMS considera 17 grupos de doenças negligenciadas, e elas exigem ações diferenciadas em diversas partes do mundo, com grupos de pessoas que se reúnem para definir formas de controle de prevenção, diagnóstico, erradicação e ações de ações voltadas para a informação da população. Dos 17 grupos, 14 estão presentes no Brasil. O Ministério da Saúde possui uma série de programas estratégicos de combate e controle de diversas dessas doenças”.

A denominação “negligenciadas” é uma menção ao fato de que essas doenças são as que menos recebem investimentos em pesquisas, produção de medicamentos e vacinas, mesmo sendo as que mais matam no mundo. Segundo a OMS, a estimativa é de que um bilhão de pessoas tenham recebido tratamento para, pelo menos, uma doença tropical negligenciada somente no ano de 2015. Para a especialista, o grande problema dessas doenças, além do investimento financeiro, é em relação à falta de informação sobre elas no meio social. “Não é só a doença que é negligenciada; a própria população tem poucas informações. Por isso, nós, das universidades, temos a capacidade de levar conhecimento para estas pessoas, orientando sobre as medidas de prevenção, que, muitas vezes, são desconhecidas.”

Dada a importância de se debater a respeito dessas doenças, será realizado, de 24 a 26 de maio na UFLA, o IV Simpósio Brasileiro de Doenças Negligenciadas (IV SBDN). Serão mais de vinte temas que abordarão, por exemplo, as leishmanioses, a hanseníase, as arboviroses (que incluem doenças como dengue, zika, febre chikungunya e febre amarela), a doença de chagas, as helmintoses (ascaridíase, teníase e esquistossomose são exemplos), sífilis e HIV. O evento é voltado para os profissionais de saúde “É um simpósio que integra a universidade com o serviço de saúde. Vários profissionais que atuam na atenção primária foram convidados; a intenção é estreitar esses laços e, assim, melhorar a qualidade de vida da população, ” enfatiza Joziana.

Para alertar a população sobre as doenças negligencias mais comuns e suas formas de contaminação, prevenção e tratamento, a diretoria de comunicação da UFLA preparou uma série de reportagens que serão divulgadas nas páginas da Universidade na Internet nos próximos dias.

Karina Mascarenhas – Jornalista bolsista Fapemig/DCOM

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Tecnologias na pecuária contribuem para uma produção mais sustentável

Professor Mateus Pies Gionbelli, especialista em Bovinocultura de Corte (DZO/UFLA)

Você já ouviu falar que a pecuária é uma das grandes responsáveis pela concentração de gases de efeito estufa na atmosfera? Um dos motivos de ter sido por muito tempo considerada vilã é o fato de os bovinos serem animais ruminantes. 

“Esses animais produzem um gás chamado metano (CH4) através de um processo de fermentação entérica, que permite que eles sejam capazes de digerir alimentos fibrosos, como capins, que têm baixo valor para os humanos, e converter em alimentos de altíssimo valor biológico para nós, como a carne e o leite”, comenta o professor Mateus Pies Gionbelli, especialista em Bovinocultura de Corte do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (DZO/UFLA).

O metano é um dos gases que causam a destruição da camada de ozônio, porém não é o dominante. “Temos o dióxido de carbono (CO2), que é o principal contribuidor para o efeito estufa. Se considerarmos o total de emissões que causam o efeito estufa, pelo menos dois terços delas são de gás carbônico, cuja origem vem de processos industriais e da produção de energia, principalmente da queima de combustíveis fósseis. Se somarmos ainda a quantidade de gás carbônico produzida com o mau uso da terra e das florestas, esse valor é ainda mais surpreendente”, enfatiza Mateus.

Com um rebanho de mais de 218 milhões de cabeças, de acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem buscado alternativas para conciliar a prática da pecuária com o meio ambiente e, ainda assim, gerar boa produtividade “Há recentes artigos científicos, publicados em revistas de alto impacto como a Nature Climate Change, que mostram que a produção de bovinos em sistemas intensivos, elaborados com muito critério e adoção de tecnologias, é capaz de ter um saldo positivo sobre o meio ambiente, mitigando gases de efeito estufa. Sistemas sustentáveis que não são difíceis de serem mantidos”, explica o especialista.

Como modelo dessas tecnologias, há, por exemplo, a utilização de pastos consorciados de gramíneas e leguminosas, a integração entre lavoura e pecuária e entre pecuária e florestas. Para o professor, o importante é que além de alinhar até três sistemas de produção, a diversificação proporciona maior lucratividade; além disso, o uso intensivo bem manejado dessas pastagens pode melhorar bastante o balanço entre captação e emissão de gases de efeito estufa. O resultado final ainda diminui a área de pastagens e preserva o meio ambiente. “Quanto mais tecnologia é aplicada no sistema de produção, menor fica o custo ambiental por quilograma de produto produzido e mais sustentável é o sistema”.

Modelos de produção integrada e outras alternativas para a pecuária muitas vezes são gerados dentro do ambiente acadêmico. “As universidades brasileiras têm fornecido muita tecnologia que permite a produção intensiva em pastagens, em confinamento, e a produção sustentável de carne bovina”. Para orientar os produtores, professores e estudantes da UFLA realizam de 28 a 30 de maio, a II Conferência Internacional sobre Forragens (Confor), que abordará temas como o papel da forragem e dos grãos na produção de leite; o papel da semente e da fertilidade do solo na produção de forragens com um dia de campo e o papel da forragem e dos grãos na produção de carne. Detalhes e inscrições para o evento pelo site do 2º Confor.

Reportagem:  Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom
Edição do vídeo: Mayara Toyama, bolsista Fapemig/Dcom

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Extração e uso de óleos essenciais é tema de diversas pesquisas na UFLA

Há séculos, o uso de óleos essenciais é feito pela humanidade, seja por conta de seus aromas ou propriedades terapêuticas. Além do uso para cosméticos, medicamentos e aromoterapia, atualmente, os óleos são muito importantes no combate a microorganismos.

Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), pesquisas já testaram os óleos para observar a ação bactericida, fungicida, antitumoral e parasitária, com a coordenação da professora Maria das Graças Cardoso, do Departamento de Química (DQI/UFLA).

O Brasil possui um grande número de plantas ainda não estudadas com relação ao seu uso, principalmente com relação aos óleos essenciais. Para a professora Graça, é possível que a cura para muitas doenças seja encontrada em plantas nativas “Um óleo essencial não tem apenas um componente, ele tem vários. Por exemplo, o óleo de menta tem de 20 a 30 componentes. Então, não sabemos ainda se é um componente ou a  mistura desses que vai provocar um determinado efeito”.

A extração dos óleos pode ser feita de diversas partes das plantas, como folhas, frutos, cascas, raízes e sementes. Dependendo da planta, o óleo essencial terá características diferenciadas de aroma, cor e densidade, variando de qual parte da planta ele foi extraído. O modo de se obter o líquido também varia: “Os óleos podem ser extraídos de várias maneiras, as mais comuns e que são aceitas pela comunidade europeia são destilação a vapor, hidrodestilação ou fluídos supercríticos. Nos nossos laboratórios, trabalhamos com a técnica de hidrodestilação”, ressalta a professora.

De acordo com a Sociedade Nacional de Agricultura, há, pelo menos, 300 óleos essenciais de interesse comercial no mundo e, entre os 18 mais importantes, o Brasil lidera a produção de dois: laranja (Citrus sinensis) e lima destilada (Citrus aurantifolia). Dados da Comtrade (United Nations Commodity Trade Statistics Database), mostram que os maiores consumidores de óleos essenciais no mundo são os EUA (40%) e a União Europeia (30%), sendo a França o país líder em importações.

 

Reportagem:  Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom
Edição do vídeo: Lídia Bueno, jornalista – bolsista Dcom

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Pesquisadores da UFLA realizam caracterização genética e fenotípica de cavalos Mangalarga Marchador

Conhecido pelo temperamento dócil, adestramento fácil, capacidade de percorrer longas distâncias e principalmente pela maneira como se locomove “marchando”, o cavalo Mangalarga Marchador é o principal representante nacional de equinos marchadores e, desde 2014, é considerado patrimônio nacional. Minas Gerais, especialmente a região Sul, é considerada “berço” da raça e a sua importância se destaca no agronegócio.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a equinocultura chega a movimentar R$ 16 bilhões por ano e gera cerca de 3 milhões de empregos no País. Tamanha importância gerou uma parceria entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA), através de um termo de cooperação com o Mapa, e a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) a fim de realizar um estudo inédito e abrangente sobre a genética e o fenótipo da raça, por meio de estudos moleculares e de características morfofuncionais. “Temos hoje a oportunidade de dar subsídio para uma futura implantação do primeiro programa de melhoramento genético de equinos no Brasil através da raça Mangalarga Marchador, com foco em aprimorar a seleção da marcha da raça”, comenta a professora Raquel Silva Moura, do Departamento de Zootecnia da UFLA, que coordena o estudo, juntamente com a professora Sarah Laguna Conceição Meirelles, do mesmo departamento.

A partir de um banco de dados cedido pelo Serviço de Registro Genealógico da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), as pesquisadoras da UFLA iniciaram estudos para definição de equinos aptos para serem avaliados no projeto, que está sendo executado em etapas.

“A primeira parte desse estudo é a caracterização genética da raça Mangalarga Marchador; nós iniciamos em 2016 a coleta das amostras de pelos desses animais, e, ao final dessa pesquisa, a expectativa é de que tenhamos material genético de até 350 equinos da raça Mangalarga Marchador, e de diversas outras raças formadoras”, comenta a professora Sarah. A especialista explica ainda que, com o estudo do material genético desses animais, será possível fazer a avaliação da  caracterização genética da raça por meio de marcadores moleculares,  com a possibilidade de identificar genes ou alelos que são específicos da raça Mangalarga Marchador. Assim, quando um criador for registrar seu animal no  livro aberto, o equino, além de apresentar características morfológicas e de andamento dentro dos padrões exigidos pela ABCCMM, deverá apresentar um certo grau de semelhança com o padrão molecular obtido na pesquisa.

Na segunda parte da pesquisa, é feita a caracterização fenotípica da raça, sob coordenação da professora Raquel. “Através da ezoognósia, que é o estudo detalhado da conformação externa dos animais, pretendemos usar técnicas objetivas para avaliação da morfologia e andamento de animais, o que permitirá transformar dados subjetivos tradicionalmente aplicados em exposições de cavalos em números ou notas”. São avaliadas as medidas lineares, angulares, os aprumos, temperamento e ainda é feita uma avaliação objetiva da biomecânica do Mangalarga Marchador.

A pesquisa de abrangência nacional servirá de base para muitos estudos sobre equinos. “Com esse grau de detalhamento com que estamos estudando a raça, muitos estudantes de graduação e pós-graduação terão nesse projeto uma oportunidade única de se capacitarem como profissionais do cavalo. Haverá a geração de muito conhecimento, identificando alguns detalhes que hoje são suspeitos, ou reforçando aquilo que já se conhece sobre a raça.” A especialista acredita que os primeiros trabalhos estarão disponíveis até 2020.

Com a genotipagem e a avaliação morfofuncional desses animais prontas, a última etapa do estudo será estimar os parâmetros genéticos das características estudadas nesses animais, para saber se elas são herdáveis ou não. Isso será um grande passo para a implantação de um programa de melhoramento genético na raça usando as informações dessa pesquisa.

“O próximo passo ao final desse projeto será encontrar genes que mais influenciam as características de interesse econômico para a raça Mangalarga Marchador, podendo, assim, futuramente, selecionar um animal baseado não somente nos fenótipos (qualidade da morfologia e andamento), mas também  por meio da composição genética desse cavalo para certas regiões do genoma, o que é inédito em equinos”, enfatiza Sarah. Para a coleta dos dados, os pesquisadores irão percorrer criatórios e exposições em diversos estados brasileiros, para realizar uma amostragem nacional representativa da raça para caracterização.

Reportagem:  Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom
Imagens e edição do vídeo:  Mayara Toyama, bolsista Fapemig/Dcom

 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.