Conhecer novos horizontes e descobrir um mundo de possibilidades: é esta a realidade dos integrantes do Centro Regional de Iniciação ao Atletismo (Cria Lavras). Desde 2007, crianças e jovens são treinados pelo professor do Departamento de Educação Física (DEF), Fernando de Oliveira, para que possam dar o melhor de si, no esporte e na vida.
O projeto Cria Lavras é uma atividade de extensão da Universidade Federal de Lavras (UFLA) em parceria com a Prefeitura Municipal. Tem como objetivo, por meio do atletismo, colocar crianças e jovens da cidade e região em contato com a universidade, para que, dessa forma, se sintam incentivados a ingressar nesse ambiente.
De segunda a sábado, das 15h às 18h, os atletas treinam na Pista de Atletismo de Alto Rendimento ou no Ginásio Poliesportivo da UFLA. Os participantes são divididos em quatro grupos, sendo o primeiro composto por crianças de 7 a 10 anos, o segundo grupo, também chamado de iniciantes, de 10 a 14 anos, o grupo intermediário, compreendido por adolescentes de 15 a 17 anos, e os avançados, acima de 17 anos. Os atletas que se superam em seus grupos, mesmo que não tenham alcançado a próxima faixa etária, são transferidos de equipe. O grupo dos “pequerruchos” (de 7 a 10 anos), como são chamados pelo professor Fernando, também possuem atividades de judô, taekwondo e dança.
Podem participar do projeto alunos de escolas públicas e particulares. Atualmente, estudantes de 16 diferentes escolas de Lavras são atendidos na UFLA, totalizando cerca de 110 participantes. A Prefeitura cede o transporte para os treinos e viagens para campeonatos, quando necessário. Estudantes do curso de graduação em Educação Física da Universidade também participam e colaboram com a causa.
Mas a iniciativa não se restringe somente à Universidade: duas vezes por semana, estudantes da disciplina de Esportes Individuais 2, do DEF, conduzem atividades nas próprias escolas públicas de Lavras. Dessa forma, o projeto alcança mais 480 crianças, aproximadamente.
Para o professor Fernando, a força de vontade não tem limites: além do município de Lavras, 1500 crianças são atendidas na região. Cidades como Ibituruna, Ijaci, Perdões, Bom Sucesso, Itumirim, Coqueiral e Itutinga são beneficiadas com o projeto por meio de parcerias com órgãos municipais, onde professores e estudantes de Educação Física da UFLA acompanham as atividades. A iniciativa despertou interesse também em outra universidade: a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) inseriu o programa com o apoio da equipe de Lavras.
De olho no futuro
A contribuição do projeto Cria Lavras na formação das crianças e jovens vai além do esporte. “No projeto, incentivamos os participantes a darem o melhor de si e cobramos resultados também nos estudos: as crianças precisam mostrar o rendimento que têm na escola e, se for preciso, podem fazer as atividades escolares dentro do ginásio”, afirma Fernando. Com esse incentivo e com a determinação que veem nos colegas, muitos conseguiram entrar em universidades federais e concretizaram, dessa forma, o objetivo do projeto. “Somos parceiros dos pais”, conclui o professor.
Ingrid Ellen da Silva Moreira é exemplo disso: integrante do Cria há 6 anos, a jovem é natural de Machado (MG) e veio para Lavras para participar do projeto. No início, se hospedou na Residência dos Atletas, casa mantida pelo Cria, até que, graças ao seu esforço e dedicação, ingressou na UFLA como estudante de Educação Física. Atualmente, está no 4º período do curso e reside no Alojamento Estudantil da Universidade, conhecido como Brejão.
A atleta já participou de vários campeonatos nacionais e até mesmo mundiais. Em 2013, foi vice-campeã mundial de Atletismo em evento realizado na República Tcheca. Ainda no mesmo ano, participou da Gymnasíade, em Brasília – evento multiesportivo organizado pela Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF) e ficou em 7º lugar na categoria 100 metros com barreira. Em 2015 participou do Sul Americano Equador ficando no 3º lugar geral na categoria Heptatlo (100 metros com barreiras, salto em altura, arremesso do peso, 200 metros, salto em distância, lançamento do dardo e 800 metros).
Em outubro deste ano, a equipe universitária do Cria irá competir nos Jogos Universitários Brasileiros (Jubs), em Goiânia (GO).
Os interessados em participar do projeto podem procurar a secretaria do Departamento de Educação Física, de segunda à sexta-feira. Mais informações pelo telefone: (35) 3829 1293.
Panmela Oliveira – comunicadora e bolsista Dcom/Fapemig
Considerada uma forma de expressão, a dança proporciona benefícios que ultrapassam o bem-estar físico e chegam à mente, podendo ser utilizada com fins terapêuticos. Além disso, a arte promove também a inclusão social e cultural. Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), com o projeto “Dança Inclusiva no Contexto Universitário: Balé, Jazz e Sapateado”, também conhecido como “Grupo InCorpore”, o objetivo não seria diferente.
A iniciativa teve início em 2014 sob coordenação da professora Maria Cristina Angélico Mendonça, do Departamento de Administração e Economia (DAE/UFLA), que percebia a carência de trabalhos relacionados à dança na Universidade. Com o apoio da Coordenação de Cultura, convidou a estudante de mestrado Camila Bibiano, que já praticava dança e se disponibilizou a participar do projeto como professora.
A ação despertou a atenção de várias pessoas que começaram a frequentar as aulas na Unidade Experimental de Produção de Painéis de Madeira (UEPAM). Ainda em 2014, novos estudantes se ofereceram para auxiliar no projeto. Camila continuou no balé, mas também começou a dar aulas de jazz. Taísa Malantrucco, graduanda em Engenharia de Alimentos, chegou também para dar aulas de balé clássico, e Lucas Freitas, aluno de Ciências Biológicas (bacharelado), iniciou a modalidade de sapateado americano.
A professora Maria Cristina ressalta que a dança auxilia no combate ao estresse, na perda de timidez, além de melhorar as condições rítmica e musical, aumentando a coordenação motora. Os resultados são avaliados ao fim de cada semestre, com aplicação de questionário. Hoje, o projeto conta com aproximadamente 100 participantes, considerando todas as modalidades.
Lucas Freitas disse estar honrado por participar e ser um dos primeiros professores de dança do “Grupo InCorpore”. Ele considera que o contato aproximado entre os participantes facilitou alcançar os objetivos. “Fiz grandes amizades no projeto, evoluí como profissional e deixei um pedacinho meu lá dentro, porque quem dança é muito mais feliz”, contou.
Os resultados do projeto têm sido bastante positivos. Bárbara Carrera é estudante de Letras e frequenta diferentes modalidades de dança. Ela relatou que a dança a ajudou a superar a depressão e o desânimo com o trabalho e estudos. Bárbara afirmou que pretende seguir no projeto até o fim da graduação.
O grupo já realizou diversas apresentações de divulgação no palco do Centro de Convivência. As próximas estão marcadas para 10 e 16 de agosto, às 12h e 20h30. As aulas estão disponíveis em horários e modalidades distintos. Toda a comunidade acadêmica (professores, estudantes, servidores e terceirizados) e a população podem participar.
Confira dias e horários abaixo:
Dança Contemporânea
Quinta-feira, 17h às 18h30;
Jazz
Quarta-feira, 16h30 às 18h00;
Videodance
Terça-feira, 17h30 às 19h00;
Quarta-feira, 18h00 às 19h30;
Fit Dance
Segunda-feira, 19h30 às 20h30;
Quarta-feira, 19h30 às 20h30;
Sapateado
Segunda-feira, 18h00 às 19h30;
Ballet Clássico
Segunda-feira, 18h;
Todas as aulas acontecem no Centro de Cultura, no Campus Histórico da UFLA.
Relembre conquistas e apresentações do Grupo InCorpore:
Despertar o desenvolvimento intelectual do público por meio de atividades culturais e debates filosóficos. Esse é o objetivo do projeto de extensão “Interseções Filosóficas”, realizado pelo Departamento de Ciências Humanas (DCH/UFLA) e pelo Centro Acadêmico de Filosofia – Gaia, sob a coordenação do professor André Chagas. O primeiro encontro, realizado no mês de junho na Casa de Cultura de Lavras, promoveu a discussão sobre a obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas, e sua adaptação para o cinema, do diretor Nelson Pereira dos Santos.
Para o coordenador André Chagas, é fundamental que a universidade difunda o conhecimento que produz e amplie a reflexão das pessoas sobre questões importantes para a sociedade. “Buscamos criar uma oportunidade de interação com a comunidade e de apresentação do que temos discutido na academia, com uma linguagem mais acessível para que possamos envolver a todos. Nossa intenção é debater amplamente temas de filosofia, política, ética, religião, ou mesmo conteúdos científicos que despertem interesse do público”, contou.
Os encontros serão realizados mensalmente, em locais próximos ao centro da cidade para um acesso mais fácil da comunidade. Segundo André, existe o desejo de transformar o “Interseções Filosóficas” em um evento tradicional. “Muitas vezes nos perguntamos se existe uma baixa procura por atividades culturais ou se o que falta é uma iniciativa nossa, como organização pública, de apresentar oportunidades assim. Esses encontros mensais serão um momento para que as pessoas tenham contato com o mundo acadêmico e possam aumentar seus repertórios”, explicou.
O ex-aluno de Letras da UFLA, Edmar Rodrigues da Silva, participou do primeiro encontro e aprovou a iniciativa. “Vim para o debate porque é um assunto que me interessa muito. Acho que Lavras carece de projetos nesse sentido, que abram espaço para que as pessoas possam usufruir de cultura gratuitamente. Achei a iniciativa super positiva, uma sementinha plantada, que pode render bons frutos futuramente”, ressaltou.
Estimular nas crianças o prazer pela leitura e a valorização das diferenças étnico-raciais. Esse é o objetivo do projeto de extensão “Lê pra mim?”, desenvolvido pelos estudantes do curso de Pedagogia da UFLA por meio do Núcleo de Estudos em Ensino-Aprendizagem de Línguas (Neal).
As atividades são realizadas semanalmente com crianças de 4 e 5 anos da Escola Municipal José Serafim, no bairro Novo Horizonte, em Lavras, e consistem em rodas de conversa e oficinas de leitura com histórias de origem africana e indígena, inserindo questões étnico-raciais no cotidiano dos alunos. Ao todo, 60 estudantes já foram assistidos pelo projeto.
De acordo com a professora do Departamento de Educação (DED) e orientadora do “Lê pra mim?”, Luciana Soares da Silva, ensinar a ler e a escrever vai além da alfabetização. “A prioridade é que a escola forme pessoas que compreendam, critiquem e transformem a partir das práticas de leitura e escrita. Assim, o desafio é incorporar rigorosamente nos alunos a cultura do escrito, para que tenhamos uma sociedade de leitores e escritores que produzam seus próprios textos e, o mais importante, façam com que essa prática seja viva”, ressalta.
Nesse sentido, o projeto vai ao encontro das próprias orientações curriculares, que indicam que é preciso garantir nas unidades escolares situações que promovam o desenvolvimento infantil e possibilitem às crianças o conhecimento de diferentes linguagens e saberes que circulam na sociedade.
As atividades também atendem a três demandas da educação básica: a necessidade de promover o incentivo à leitura, a inserção na cultura escrita desde os anos iniciais da educação infantil e a abordagem da cultura afro-brasileira e indígena, de modo a combater o racismo com ações que respeitem a diversidade e promovam a igualdade.
Para Giane Oliveira, professora de uma das turmas assistidas, “o projeto é interessante e muito lúdico, pois desperta a atenção dos alunos e, dessa forma, contribui para a memorização das histórias narradas”, explica.
Veja fotos de algumas atividades realizadas pelo projeto:
Panmela Oliveira – comunicadora e bolsista Dcom/Fapemig
A Terra Júnior, empresa júnior do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras (DAG/UFLA), atua no mercado de consultoria e elaboração de projetos agropecuários há 15 anos no Sul de Minas Gerais. Além de visar à complementação acadêmica, a empresa também promove ações de cidadania, a fim de contribuir na melhoria das comunidades da região.
A empresa, de caráter multidisciplinar, com integrantes dos cursos de Administração, Agronomia, Engenharia Agrícola, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária e Zootecnia, também tem o objetivo de estimular a consciência social de todos os membros. Nesse sentido, desenvolve o projeto Terra Solidária.
Além do trabalho que já é realizado na Comunidade Eterna Misericórdia, a fim de proporcionar melhorias na comunidade e na qualidade de vida dos moradores da instituição, o projeto Terra Solidária também atuou no último semestre de 2015 na Associação comunitária dos bairros Jardim Glória e Campestre 1, 2 e 3 (ACBJGC).
A ACBJGC está no início de suas atividades, tendo como foco o meio ambiente e a recuperação de alguns dependentes químicos por meio de trabalhos em sua horta comunitária. Nesse sentido, os integrantes da Terra Júnior realizaram diversas atividades na Associação: implementação de um projeto de paisagismo no local, instalação de cercas, e análises da água e do solo. Os estudantes da UFLA também organizaram um evento no bairro a fim de integrar a população local com a Associação.
Com o objetivo de aproximar os alunos das escolas de Lavras com a vida universitária, o Programa de Educação Tutorial de Administração (PET Administração), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), colocou em prática, mais uma vez, o projeto “Universidade x Ensino Médio“. Integrantes do Programa estiveram na Escola Estadual Cinira Carvalho na última semana.
Foram dois dias de palestras, em que os estudantes da UFLA conseguiram passar aos jovens alunos informações sobre as formas de ingresso em universidades, exemplos de cursos oferecidos na UFLA, entre outras questões. Na ocasião, os alunos tiveram a oportunidade de tirar suas dúvidas e entender um pouco mais sobre o funcionamento da vida acadêmica.
Universidade x Ensino Médio
O projeto de extensão é um dos mais antigos do PET Administração, sendo realizado desde o ano 2000. “Nessa época, o foco do projeto era intervir na
formação dos estudantes do Ensino Médio noturno de Lavras por meio de ações, permitindo treinamento em atividades profissionais próprias ao funcionamento das empresas com foco na informática, pois, na época, havia uma carência de informação nesse setor por parte da sociedade”, relata a equipe do Pet.
No decorrer dos anos, o modelo e o objetivo do projeto foram se modificando e, atualmente, considerando a rápida expansão do ensino superior no país e o aumento significativo no número de vagas na universidade, o projeto tem por objetivo desenvolver atividades que promovam a aproximação do estudante do Ensino Médio com a Universidade.
O projeto envolve visitas frequentes a escolas estaduais de Lavras, como Firmino Costa, Azarias Ribeiro e Cinira Carvalho, com a finalidade de levar informações sobre como ingressar em uma universidade a partir do Pas, do Sisu e de outros processos. Busca também informar a diferença entre ensino superior público e privado; apresentar cursos de graduação e a
diferença entre ensino técnico e ensino superior, além de diversas outras informações relevantes sobre a vida acadêmica.
Escolas interessadas em receber as palestras dos estudantes que fazem parte do Pet Administração podem entrar em contato pelo e-mail petadmufla@gmail.com ou pela página do facebook. Atualmente, o projeto possui como tutora a discente do Departamento de Administração e Economia (DAE) Cléria Donizete da Silva Lourenço.
A Terra Júnior, empresa júnior do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras (DAG/UFLA), atua no mercado de consultoria e elaboração de projetos agropecuários há 15 anos no Sul de Minas Gerais. Além de visar à complementação acadêmica, a empresa também promove ações de cidadania, a fim de contribuir na melhoria das comunidades da região.
A empresa, de caráter multidisciplinar, com integrantes dos cursos de Administração, Agronomia, Engenharia Agrícola, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária e Zootecnia, também tem o objetivo de estimular a consciência social de todos os membros. Nesse sentido, desenvolve o projeto Terra Solidária, realizado na Comunidade Eterna Misericórdia, a fim de proporcionar melhorias na comunidade e na qualidade de vida dos moradores da instituição.
A Comunidade Eterna Misericórdia, situada em Lavras, oferece atividades para moradores de rua para que voltem a conviver em sociedade, através da laborterapia: terapia que utiliza do trabalho para tratamento de enfermidades nervosas e mentais. O acolhimento é destinado a indivíduos do sexo masculino, com idade entre 30 a 60 anos, com vínculos familiares rompidos ou pessoas em situação de desabrigo.
Neste ano, os integrantes da Terra Júnior construíram uma horta, com cultivo de alface, e um pomar, com a finalidade de gerar renda para comunidade através da venda em feiras e de constituir área de lazer para os internos. Além disso, foi elaborado e instalado todo um projeto de irrigação.
Os estudantes da UFLA também trabalharam com o paisagismo da entrada da comunidade. O bosque passou por uma limpeza e ganhou placas com mensagens de fé distribuídas pelo jardim. O local também recebeu mudas de plantas ornamentais, que foram plantadas na entrada.
As instalações em que ficam alguns animais suínos também passaram por reformas. Foi instalado um sombrite para que eles não fiquem expostos ao sol, proporcionando mais conforto e bem estar.
Pensando naqueles que já estão recuperados e inseridos no mercado de trabalho, a empresa preparou um treinamento sobre finanças, abordando critérios e prioridades no orçamento e formas para economizar e poupar dinheiro, além de uma conversa de motivação.
Outra atividade desenvolvida ainda neste ano pelos estudantes foi uma campanha de arrecadação de produtos de limpeza e higiene pessoal. Com o empenho de todo o grupo, foram arrecadados aproximadamente 900 produtos para a Comunidade.
Além disso, para valorizar as lembranças de cada interno que passa pela acolhida da Comunidade, os integrantes da Terra Júnior confeccionaram um mural de fotos com o objetivo de dar aos acolhidos a sensação de que eles realmente são uma grande família. Assim, os que vão embora, após a recuperação, podem deixar as suas memórias eternizadas.
Comunidade Eterna Misericórdia
A instituição foi fundada em 2006 pelos jovens Bruno Souza Nogueira e Richardson Costa Carvalho, como uma associação civil, sem fins lucrativos e sem cunho politico, a fim de acolher homens de 30 a 60 anos que vivem em uma condição social precária.
Em 2010, ganhou anonimamente um terreno de seis hectares, localizado na zona rural de Lavras. A partir dessa conquista, a comunidade vem fazendo mudanças e reformas em sua estrutura, a fim de acolher e ajudar cada vez mais os necessitados. Atualmente, acolhe cerca de 30 homens.
O Núcleo de Estudos em Soluções Ambientais (Nesamb), do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Lavras (UFLA), deu início ao projeto de extensão “Conscientização sobre resíduos sólidos urbanos para crianças e adolescentes do município de Lavras”.
Como parte das atividades, foi realizado o curso “Lixo: o que fazer com ele?”, no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Juracy Eliza da Costa, na última sexta-feira (22/5). O objetivo foi apresentar aos alunos a questão da degradação ambiental causada pelo ser humano, os prejuízos dessas ações para o solo, água e ar, assim como a maneira correta de utilização de diferentes materiais, para que se tenha um desenvolvimento sustentável. O curso reuniu 29 alunos no período da manhã e 57 à tarde.
“Foi um dia muito produtivo e divertido. Com o apoio da diretora e de cinco professoras, os alunos da primeira e da segunda etapa da escola puderam participar de dinâmicas, desenhos, brincadeiras desenvolvidas com reutilização de recicláveis, vídeos educativos, entre outras atividades; tudo com o intuito de promover a conscientização ambiental”, relatam os “nesambeiros” que fizeram parte da primeira etapa do projeto.
O curso continuará sendo desenvolvido todas as sextas-feiras no Cmei, com programação a ser estendida a outras escolas. Para a equipe do Nesamb, desde cedo as crianças devem aprender que as ações individuais sobre o meio ambiente refletem no coletivo. Dessa forma, elas percebem mais facilmente a importância de valores como solidariedade, responsabilidade e respeito para com o próximo e o meio ambiente. A proposta do curso de extensão é vista pelo grupo como forma também de ampliar a relação entre Universidade e sociedade, promovendo a integração entre os meios de Ensino Fundamental e Superior.
Curso – Lixo: o que fazer com ele?
Com a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos em Lavras (PMGIRS), ganhou maior relevância a necessidade de uma ação efetiva de Educação Ambiental, a ser desenvolvida em parceria com as escolas do município.
Neste sentido, para o presidente do Nesamb Tales Abrantes, aluno do 8° período de Engenharia Ambiental e Sanitária, o curso busca introduzir o conceito de sustentabilidade, partindo da premissa de que o trabalho sobre educação ambiental com crianças dos primeiros anos do ciclo básico colabora na formação de adultos conscientes e preocupados com o meio ambiente. “Experiências de membros anteriores envolvidos no projeto mostraram que o trabalho de conscientização com crianças gera melhores resultados do que com adultos”, afirma.
“É necessário levar às crianças informações que relacionem consumo e meio ambiente, focando nos impactos de suas escolhas na sua cidade e, consequentemente, no seu planeta; outro ponto importante é mostrar os danos que o consumo desenfreado já causou. Essas são as principais justificativas do projeto”, destaca Tales.
Além de levar às escolas conhecimentos sobre a forma correta de segregar os resíduos na fonte geradora e sobre os danos que a má gestão pode causar ao meio ambiente, esse curso de extensão proporciona aos graduandos em Engenharia Ambiental e Sanitária da UFLA a oportunidade de trabalhar em prol do bem comum e valorizar as questões sociais.
Teve início neste mês o projeto de extensão Veterinário Aprendiz, coordenado pela professora Josi Seixas, do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Lavras (DSA/UFLA). Com a iniciativa, a UFLA realiza um trabalho voluntário diário no Parque São Francisco de Assis. “O projeto proporciona um excelente campo de atuação em extensão universitária, uma vez que os estudantes tornam-se responsáveis por assistir os cães doentes, dar banhos e tosas, e qualquer outra atividade necessária”, relata a professora.
Já são cerca de 30 estudantes do curso de Medicina Veterinária participando do projeto. De acordo com Josi, as atividades são de grande valor para a comunidade local, pois proporcionam mão-de-obra mais especializada para os cuidados diários com os animais e transformam os alunos em vigilantes da saúde pública. “Utilizamos ferramentas de apoio a diagnósticos, como citologia, biópsias ou necropsias, sendo possível identificar qual é a causa da doença do animal. Com o diagnóstico correto, otimiza-se o trabalho dos demais médicos veterinários voluntários, minimiza-se os custos destinados a tratamentos incorretos e evita-se que outros animais se contaminem”, comenta Josi.
Até então, médicos veterinários realizavam visitas semanais ao Parque para fazer os procedimentos clínicos necessários a cada situação, e posteriormente, os funcionários do Parque (atualmente seis pessoas) davam prosseguimento aos curativos. Agora, com o projeto extensão Veterinário Aprendiz, esse quadro apresenta melhorias, visto que, todos os dias, duas equipes de quatro estudantes da UFLA se revezam, nos períodos da manhã e da tarde, para realizar os trabalhos, seguindo as orientações que são passadas pelos médicos veterinários.
“Às vezes, os animais do Parque passam por cirurgias até bem complexas, e, por falta de acompanhamento, os resultados não são tão positivos como poderiam ser. Sendo assim, os estudantes poderão dar continuidade a esses trabalhos. É como se os alunos fossem enfermeiros desses animais”, complementa Josi.
Outro fator relevante é o aprendizado adquirido pelos estudantes participantes. A partir do primeiro período, eles já podem ter contato direto com os animais, aprendendo o que deve ser feito em cada situação. “Além dos cuidados básicos, como limpar feridas e passar medicamentos, os alunos ainda terão contato diariamente com outros procedimentos, como a castração, além de poderem acompanhar outras cirurgias”, afirma a professora.
Para que o trabalho possa ser realizado de maneira segura e responsável, todos os integrantes do projeto passaram por aulas teóricas e práticas, durante um curso de capacitação que teve a participação de dez alunos residentes na UFLA.
“Também é importante frisar que, através do contanto desses estudantes com a atuação prática de profissionais envolvidos na área, eles poderão ter certeza da opção feita pelo curso, conhecer um pouco mais da prática em clínica em veterinária, aprender a lidar com os cães e definir a preferência por pequenos ou grandes animais”, comenta a professora.
O projeto, que se iniciou neste ano, já tem perspectivas de crescimento. Segundo Josi, novos contatos estão sendo realizados. “Estamos avaliando a possibilidade de os alunos do curso de Medicina também atuarem, com trabalhos educativos nos Postos de Saúde de Lavras, passando orientações à população relativas às zoonoses, como a Leishmaniose, por exemplo. Além disso, há outras áreas em que sua colaboração também será bem-vinda, pois do que o Parque São Francisco de Assis mais necessita é mão-de-obra”, conclui Josi.
Parque São Francisco
O Parque São Francisco é uma Organização não Governamental (ONG), sem fins lucrativos, localizada no município de Lavras – MG, que atualmente abriga mais de 400 cães. Os funcionários e voluntários são responsáveis por realizar todas as tarefas necessárias, como cuidados com os animais doentes, alimentação, limpeza e manutenção do canil.
Em 2008, começava na Universidade Federal de Lavras (UFLA) um projeto de extensão que já gerou a exibição de 85 filmes. Hoje chamado “Cinema com Vida”, o projeto tem interface com a pesquisa e utiliza a reflexão sobre obras cinematográficas alternativas às comerciais para incrementar a formação cultural de professores das escolas de ensino básico e de futuros professores. Com sessões semanais, atualmente a iniciativa reúne grupos que vão de 15 a 25 pessoas, incluindo professores da educação básica, estudantes de licenciaturas, mestrandos da área de educação e professores da UFLA.
Depois de assistirem aos filmes, no Museu de História Natural (MHN), os participantes dedicam-se à reflexão sobre as obras. Um debate, geralmente conduzido por um dos integrantes da equipe do projeto, é a oportunidade para a troca de percepções e o aprofundamento das questões retratadas nas produções cinematográficas. Os filmes são agrupados em mostras que se estendem por determinado período de tempo. Em 1º de abril de 2015, teve início a nona mostra – Cinema Novo Brasileiro – com exibições todas as quartas-feiras às 14h, até 13/5.
O professor de Educação Física Fernando Cardoso Montes, da Escola Estadual Dr. João Batista Hermeto, frequenta as sessões e debates do projeto desde 2010, quando ainda era aluno de graduação na UFLA. Hoje, cursa o mestrado profissional em Educação, mantendo-se fiel à programação do Cinema com Vida. “Foi por meio deste projeto que tive contato com cineastas como Hitchcock, Orson Welles, Chaplin e outros.” Ele considera as atividades essenciais à complementação da formação do professor. “Quando utilizo filmes em sala de aula, eu o faço com uma visão diferenciada sobre as produções, e isso contribui no resultado final do meu trabalho”, diz.
Também graduada em Educação Física e atuando como professora na rede pública de ensino, Camila Sandim de Castro diz que o gosto pelo cinema foi sua primeira motivação para participar do projeto. Outro incentivo foi saber que as obras seriam discutidas a partir da Teoria Crítica, referencial teórico com o qual ela estava em contato durante sua participação no Grupo de Estudos e Pesquisas “Teoria Crítica e Educação”. Com o tempo, seu envolvimento só aumentou e ela foi colecionando outros bons motivos para manter o projeto na agenda, afirmado que foi progressivamente atraída pela beleza poética dos filmes, apesar das dificuldades de compreensão que eles impõem. “Fui percebendo a importância de se realizar a leitura crítica das imagens, assim como fazemos com as palavras. As atividades do Cinema com Vida têm sido importantes para uma reeducação do olhar, ou seja, para o desenvolvimento de um olhar crítico e sensível.”
Camila concluiu em 2014 o Mestrado em Educação na UFLA, tendo como objeto de sua pesquisa a mostra “Mestres da Sétima Arte – Alfred Hitchcock”, exibida pelo Projeto.
Os preparativos para o lançamento de uma nova mostra
Para que se chegue à programação das mostras, os integrantes do projeto realizam reuniões periódicas e têm como subsídio os estudos que ocorrem semanalmente no Grupo de Estudos e Pesquisas Teoria Crítica e Educação (GEPTCE). Nas reuniões preparatórias, os coordenadores apresentam uma proposta de mostra, para ser discutida pelo grupo. Então, cada integrante fica responsável por assistir a filmes que estejam dentro dos critérios indicados coletivamente. Com a pré-seleção das obras, é possível chegar às definições finais, estipulando, por exemplo, o tempo de duração da mostra. Todas as escolhas são amparadas pelo levantamento de materiais bibliográficos que possam ajudar no desenvolvimento do trabalho.
Com tudo pronto, a equipe produz um fôlder com a programação e o distribui nas escolas, de forma a incentivar a participação dos professores. A divulgação é reforçada por meio dos veículos de comunicação da UFLA e disponibilização de material informativo em diferentes locais do câmpus. De acordo com um dos coordenadores do projeto, professor Márcio Norberto Farias, a receptividade do público nas escolas é boa, embora haja algumas dificuldades para uma maior participação. “Percebemos que os professores da educação básica estão sobrecarregados com muitas atividades, portanto, infelizmente, ainda são poucos os que conseguiram permanecer no projeto ao longo do tempo”, avalia.
Quanto à participação de estudantes de licenciatura durante as mostras, o professor diz que ela pode ser considerada pequena, embora reconheça grande engajamento, dedicação e assiduidade nos graduandos que estão envolvidos. “Ainda permanece a frágil ideia de que formação na universidade ocorre apenas com o cumprimento de créditos exigidos para obtenção do diploma. Isso é prejudicial à formação cultural dos indivíduos, especialmente de futuros professores, que não devem se tornar reféns de um consumo de imagens desprovido de crítica”, diz.
História
Em 2008, quando o Projeto começou, as exibições eram pontuais e envolviam um pequeno número de estudantes interessados na ideia. À medida que evoluiu, com estudos em grupo e a experiência acumulada pelo próprio projeto de extensão, a proposta foi se aperfeiçoando. As exibições semanais começaram em 2009.
Até 2010, o foco foi sobre filmes que abordavam temáticas relacionados a ciência, educação e cultura. A partir de 2011, movida pela necessidade de conhecer melhor o cinema, a equipe mudou os rumos e o projeto assumiu o formato “Mestres da 7ª Arte”, estudando obras clássicas de diretores como Charles Chaplin, Orson Welles, Alfred Hitchcock, Glauber Rocha e outros. Iniciando a programação de 2015, o projeto volta-se ao Cinema Novo Brasileiro, com a meta de explorar essa produção cinematográfica que retratou as questões da segunda metade do século 20.
As nove mostras
– “Ciência com Vida”: sua ideia era de discutir os estereótipos da ciência e dos cientistas, veiculados em obras cinematográficas, especialmente aquelas de alcance da grande massa.
– “Cinema com Vida” (nome que passou a denominar também o Projeto): tinha o tema “Educação e Opressão” e visava discutir as diferentes formas de opressão dentro da escola.
– A teceria mostra continuou a temática anterior, porém ampliou a discussão para incluir diferentes formas de opressão na educação fora do âmbito escolar.
– “Cinema com Vida – Mestres da Sétima Arte”: o objetivo era aprofundar os conhecimentos dos participantes, por meio do contato direto com as obras clássicas e as diferentes perspectivas da arte cinematográfica.
– “Mestres da Sétima Arte”, dedicada toda ao diretor sueco Ingmar Bergman. A experiência anterior havia demonstrado que o tempo até então dedicado a cada diretor era
insuficiente diante da grandiosidade de suas produções.
– “Mestres da sétima Arte – Hitchcock”: foram duas mostras consecutivas dedicadas a esse diretor.
– “Mestres da sétima Arte” – Glauber Rocha”: período de estudos sobre o diretor baiano e suas obras.
– “Cinema Novo Brasileiro”: sem foco em um diretor específico, busca compreender o cinema como um trabalho de caráter mais coletivo, que se constitui menos como uma criação exclusiva do diretor e mais como expressão de um momento histórico e social. O grupo, que já possuía a vontade de trabalhar com os mestres do cinema brasileiro, teve motivação adicional para investir na mostra com a publicação da Lei 13.006/2014, que define a obrigatoriedade da exibição de filmes de produção nacional nas escolas por no mínimo duas horas ao mês. A Lei é um acréscimo às Diretrizes e Bases da Educação Nacional, fazendo com que o cinema brasileiro constitua componente curricular complementar integrado à proposta pedagógica das escolas.
Filme da próxima quarta (29/4)
Nesta quarta-feira (29/4), às 14h, no MHN (câmpus histórico), a mostra Cinema Novo Brasileiro segue com sua quinta exibição: o filme “A falecida”. Primeiro longa-metragem de Leon Hirszman, de 1965, o filme narra a história de Zulmira, mulher pobre do subúrbio que sonha com um funeral de luxo. A interpretação é feita por Fernanda Montenegro, em sua estreia no cinema. O destaque é para a humanização dos personagens, que lutam contra um ambiente social hostil.
Responsáveis: professores Márcio Norberto Farias (Departamento de Educação Física – DEF), Carlos Betlinski (Departamento de Educação – DED), Dalva Lobo (DED), Vanderlei Barbosa (DED) e Luciana Azevedo Rodrigues (DED); técnico administrativo da UFLA e professor de Química José Sebastião Andrade de Mello.
Participantes:
Raygner Carvalho Santos (professor de Educação Física e mestrando em Educação)
Pâmela Maria de Andrade (bolsista de Iniciação Científica do Projeto e licencianda em Biologia)
Camila Sandim de Castro (mestre em Educação e professora de Educação Física da rede pública)
Darlei Francisco de Souza (licenciando em Educação Física)
Juliana Oliveira (professora de Educação Física na rede pública e licencianda em Letras)
Fernando Cardoso Montes (mestrando em Educação e professor da rede pública)
Carlos Augusto Magalhães Jr. (professor de Educação Física na rede pública e mestre em Educação)
Jussara Maria Horta (mestranda em Educação e técnica administrativa da Universidade Federal de São João Del Rei –UFSJ)
Pedro Junyor Teixeira Cardoso (licenciando em EF e bolsista de Extensão)
Apoiadores:
Programa de Pós-Graduação em Educação; Mestrado Profissional em Educação; Departamento de Educação (DED); Departamento de Educação Física (DEF); Grupo de Estudos e Pesquisas Teoria Crítica e Educação (GEPTCE); Laboratório Interdisciplinar sobre Corpo, Cultura e Educação (Paidéia); Museu de História Natural (MHN); Proec/UFLA e Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).