O projeto de pesquisa Culturas Infantis e Pedagogias Descolonizadoras com aportes em africanidades para a Educação Infantil, aliado à disciplina Cultura Indígena e Afro-Brasileira do Departamento de Educação (DED), sob orientação da professora Ellen Gonzaga Lima Souza, busca criar novas pedagogias com conhecimentos oriundos da cultura africana. Para que os estudantes pudessem conhecer de perto a realidade dessa cultura, foi realizada uma visita técnica ao museu Afro Brasil, no parque Ibirapuera, em São Paulo.
O objetivo do projeto de pesquisa é suscitar na rede de educação infantil de Lavras propostas pedagógicas mais próximas às realidades das crianças, que as reconheçam como produtoras de culturas infantis por meio de experiências educativas que rompam com os padrões europeus criados e que façam menção, também, à cultura africana e brasileira.
Ao todo, 27 estudantes de diferentes cursos da Universidade participam do projeto. A metodologia consiste em três etapas, das quais duas já foram realizadas. A primeira foi um seminário de culinária no qual os integrantes precisaram buscar a origem e os significados de pratos da cultura africana. A professora afirma que “essa etapa foi muito interessante, pois, com a pesquisa, vários estudantes descobriram que receitas tradicionais utilizadas em família são originárias da cultura africana.” Após os trabalhos realizados, os participantes prepararam as iguarias e levaram para a viagem ao museu, que se constituiu como segunda etapa do projeto.
Para a estudante de Direito Lauren Louissa Pereira dos Santos, “o conteúdo ministrado somado à experiência da visita foi uma excelente forma de trabalhar uma disciplina que trata a temática da cultura, pois, sendo esta uma construção social, pode ser melhor compreendida a partir de exercícios como esse, de sensibilização e vivência.” Lauren também considera a disciplina Cultura Indígena e Afro-Brasileira uma das melhores matérias eletivas que já cursou, tanto pelo conteúdo, quanto pelo método avaliativo que foi proposto.
A terceira e próxima etapa constitui-se em um relatório baseado nas pesquisas realizadas durante o projeto e que buscam identificar e apresentar estratégias de inserção das temáticas descolonizadoras.
Para a professora, “os resultados deste trabalho se constituem como benéficos para o processo ensino-aprendizagem e podem ser revertidos aos cursos e aos professores da UFLA.” Além do mais, a oferta da disciplina vai ao encontro ao cumprimento da lei 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na educação nacional.
Panmela Oliveira – comunicadora e bolsista Dcom/Fapemig