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Às vésperas de assumir seu segundo mandato na Ufla, Antônio Nazareno fala com exclusividade à reportagem da Tribuna de Lavras

Escrito por Comunicação UFLA | Publicado: Terça, 27 Mai 2008 21:00 | Última Atualização: Terça, 27 Mai 2008 21:00

Na semana em que toma posse oficialmente para um segundo mandato à frente da Universidade Federal de Lavras (Ufla), uma das mais importantes instituições de ensino do país, o engenheiro agrônomo Antônio Nazareno Guimarães Mendes, 48 anos, fala com exclusividade com a reportagem da Tribuna de Lavras sobre a responsabilidade de comandar a instituição no ano em que se comemora o centenário de sua fundação, das conquistas alcançadas durante o primeiro mandato e dos novos desafios para manter o crescimento verificado nos últimos anos na universidade.

Leia a seguir, na íntegra, a entrevista com o reitor da Ufla, Antônio Nazareno.

TL - Assumir por mais um mandato como Reitor da Ufla, no ano de seu centenário, traz uma responsabilidade ainda maior que aquela de quatro anos atrás?

Nazareno - Sim. Assumir a direção de uma universidade do porte da Ufla é uma grande responsabilidade em qualquer circunstância, mas é ainda maior a partir de 2008 não apenas por comemorarmos 100 anos de sua fundação, quando todas as atenções se voltam para a instituição, mas também por estarmos concluindo mais um mandato, com sucesso, num ciclo que considero virtuoso para a universidade, marcado por expressivo desenvolvimento institucional. Desde a sua transformação em universidade, em dezembro de 1994, a Ufla vem experimentando um acelerado ritmo de crescimento, certamente um dos mais intensos de sua centenária história e em todos os indicadores, a exemplo da ampliação na infra-estrutura física, do crescimento no quadro de pessoal docente e técnico-administrativo (permanente e terceirizado), da oferta de novos cursos de graduação e programas de pós-graduação (com o conseqüente aumento no número de estudantes), do aumento de projetos de pesquisa e de extensão universitária e da movimentação financeira em Lavras e região, que triplicou nos últimos anos, atingindo a expressiva soma de R$ 155 milhões em 2007 e projetando-se para cerca de R$ 220 milhões em 2012, último ano da próxima gestão. Por tudo isto, temos a responsabilidade de dar prosseguimento a essa trajetória de sucesso da Ufla e o instigante desafio de entregar aos nossos sucessores em 2012 uma Universidade ainda maior e melhor do que a Ufla que estamos recebendo no inicio deste segundo mandato, como felizmente fizemos na gestão 2004-2008.

TL - O momento é de expansão na universidade. Quais os novos cursos que já estão confirmados e quando eles iniciarão?

Nazareno - Já estamos consolidando a expansão que promovemos recentemente a partir de 2007, com a oferta dos primeiros cursos noturnos (bacharelado em Sistemas de Informação e licenciaturas em Matemática e em Educação Física). A partir de 2008 serão ofertados os novos cursos negociados com o MEC no Programa Reuni. São sete cursos de graduação (bacharelados em Direito, Esportes, Engenharia Ambiental, Nutrição, Jornalismo, Engenharia de Automação e Controle e licenciatura em Física), sete cursos de mestrado e quatro cursos de doutorado, além do aumento de vagas nos vestibulares de vários dos cursos já existentes, como Administração, Agronomia, Ciência da Computação, Ciências Biológicas, Zootecnia e Medicina Veterinária. Alguns destes cursos terão 100% mais vagas a partir de 2008. Os cursos de licenciatura em Física e bacharelado em Esportes foram criados pelo Conselho Universitário e já foram ofertados para o processo seletivo de julho de 2008, assim como o aumento de vagas em alguns dos cursos tradicionais (Administração, Agronomia e Ciência da Computação). Os demais cursos estão sendo discutidos pela Comissão que instituímos para a Implantação do Reuni na Ufla. Eventuais sugestões de alteração no projeto original (mudança de cursos, oferta de vagas e cronograma de implantação) serão discutidas nos Conselhos Superiores para posterior negociação com o MEC. Todos os cursos serão iniciados até 2009 ou 2010, de acordo com a liberação de recursos financeiros para conclusão de obras de infra-estrutura física e compra de equipamentos, além da necessária contratação de professores e de técnicos administrativos no quadro permanente da Ufla.

TL - Com novos cursos a instituição deverá contratar. Qual a perspectiva de abertura de novas vagas no quadro docente?

Nazareno - Somente no Reuni serão contratados pouco mais de 200 professores e cerca de 180 técnicos administrativos. Os concursos serão realizados de acordo com o cronograma previsto no projeto aprovado pelo MEC. Até o final da próxima gestão teremos nosso quadro permanente de pessoal ampliado para quase 600 professores e 550 técnicos administrativos (ou mais até 300 técnicos administrativos, podendo chegar a 800 TA´s se lograrmos êxito na negociação paralela para reposição de um passivo histórico de defasagem do quadro de servidores técnicos administrativos existente na Ufla, que deveria ter sido reposto quando da transformação da ESAL em universidade, em 1994) e ainda mais 600 funcionários terceirizados. Contando com os mais de 9.000 estudantes presenciais previstos após a expansão, a comunidade universitária da Ufla terá cerca de 12.000 pessoas presenciais, mais aproximadamente 6.000 estudantes nos cursos a distancia, chegando a uma “população” que se aproximará de 20.000 pessoas em 2012.

TL - Com esses novos cursos, a Ufla mira em áreas fora das Ciências Agrárias. No que isso é importante para a instituição?

Nazareno - Desde a transformação em universidade esta tendência vem se acentuando na Ufla. O curso de Medicina Veterinária, ultimo criado pela ESAL, já foi uma sinalização neste sentido. Na seqüência vieram os cursos de Administração que foi plenificado (era bacharelado em Administração Rural), Ciência da Computação, licenciatura em Química, Ciências Biológicas e outros. Com os cursos previstos no Reuni a Ufla vai se tornar ainda mais eclética, uma Universidade plural, com domínio de outras importantes áreas do conhecimento, o que certamente será positivo para o nosso desenvolvimento institucional. Ampliaremos nossa atuação nas Ciências Veterinárias, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Exatas e da Computação, Educação, Ciências Biológicas e Engenharias, que representam várias áreas do conhecimento e que contribuirão para o amadurecimento da pluralidade na Ufla. Temos ainda a permanente preocupação e atenção voltada para o padrão de qualidade dos cursos oferecidos. Pretendemos manter a excelência que caracteriza os tradicionais cursos da Ufla, avaliados entre os melhores do Brasil. Aliás, é interessante destacar que a Ufla tem criado muitos cursos de graduação em departamentos que já contam com programas de pos-graduação consolidados em áreas relacionadas, a exemplo do bacharelado em Ciências Biológicas (que conta com o lastro de quatro programas de pos-graduação), a licenciatura em Química e vários outros.

TL - A abertura para os cursos noturnos abre a universidade para um público que até então não tinha acesso ao ensino superior gratuito. É uma mudança no perfil da universidade pública no país?

Nazareno - Sim. Com a oferta de cursos noturnos estamos promovendo a verdadeira inclusão social, justamente por atendermos a parcela da população que não pode freqüentar o ensino superior em turnos diurnos, por coincidir com a jornada de trabalho. Mas na Ufla estamos indo além. Ao priorizarmos a oferta de cursos noturnos estamos otimizando a utilização do espaço físico (que era quase que totalmente ocioso até então) e portanto exercitando a gestão mais eficiente dos recursos públicos. Ainda nos cursos noturnos estão sendo ampliadas as licenciaturas, o que contribui, indiretamente, para a melhoria do ensino fundamental e médio na região, pela formação de professores que atuarão preferencialmente nestes níveis, inclusive em escolas publicas ligadas as redes municipais e estadual de educação. O problema que estamos enfrentando é a elevação das despesas consideradas fixas, em particular com energia elétrica e contratação de funcionários terceirizados para o turno da noite, o que não era previsto no escasso orçamento de OCC da Ufla. Tem sido mais um grande desafio enfrentado pela nossa gestão, felizmente com sucesso até aqui.

TL - No ano do centenário, vemos muitas obras no campus. A Ufla passa por um momento diferenciado entre as outras IFES no país?

Nazareno - Sim. Temos aproveitado as oportunidades de captação de recursos para investimentos junto aos governos estadual e federal. E acredito que estamos obtendo maior sucesso que outras instituições, não somente pela respeitabilidade da chancela Ufla, mas também pela estratégia adotada junto aos parlamentares federais da bancada mineira (de vários partidos, que representam a base aliada dos dois governos). Só para citar um exemplo, no ano de 2004, que foi o primeiro ano da atual gestão 2004-2008, executamos um orçamento de OCC com suplementações e convênios de apenas R$ 4,4 milhões, enquanto em 2007 a soma dessas rubricas foi da ordem de R$ 19,5 milhões, ou seja, um aumento de quase 400% para a Ufla (as outras mais de 50 Ifes não conseguiram aumentar mais do que 100% seu orçamento nesse período). E estamos aplicando muito bem esse recurso de investimento na Ufla, não apenas em obras como o novo Restaurante Universitário, o projeto piloto do Departamento de Ciência dos Alimentos, o anexo do prédio da Reitoria, a melhoria e a segurança nas vias de acesso e a complementação dos recursos necessários as obras parcialmente financiadas pela Finep nos departamentos de Agricultura, Engenharia e Zootecnia, mas também na compra de equipamentos para laboratórios de aulas práticas dos vários cursos, a compra de equipamentos para a Rádio FM 105,7 e a TV Universitária, além da renovação da frota em mais dois ônibus, um caminhão, uma van e nove carros. Conseguimos ampliar em mais 43.000 metros quadrados a área construída da Ufla na gestão 2004-2008, cerca e 10.500 m2 a cada ano. Esperamos manter o mesmo ritmo nos próximos anos.

TL - Como estão as comemorações dos 100 anos da instituição? O que o senhor destacaria na programação?

Nazareno - Estão em curso desde setembro de 2007. Programamos mais de 100 eventos técnico-cientificos, esportivos e culturais até setembro de 2008 e vamos cumprir essa meta. São muitos os destaques, mas teremos importantes eventos como congressos e reuniões de sociedades nacionais realizados em homenagem ao centenário, como o Congresso Brasileiro de Fitopatologia, a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia SBZ e a Reunião da Associação Brasileira de Ensino Agrícola Superior Abeas, dentre outros, vários eventos esportivos e culturais, como a recente apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado de Minas Gerais, que foi um sucesso. Eventos similares estão previstos. Mas chamamos a atenção para os eventos programados na semana em comemoração ao centenário, no período de 29 de agosto a 7 de setembro de 2008. A expectativa é grande e teremos momentos de destaque, como o lançamento do Livro do Centenário (Lavras - A Terra Prometida) e o jantar do ex-aluno, que neste ano será coincidente com o “dia do aniversário” - 5 de setembro e terá o número de convites limitado em 1200. Vale a pena conferir a programação, que se encontra disponível no endereço www.jornal.ufla.br/ufla100anos.

TL - Para finalizar. Qual a expectativa para esse novo mandato à frente da Universidade Federal de Lavras? O que o senhor pretende fazer que ainda não pode ser realizado?

Nazareno - A expectativa é muito positiva. Estamos trabalhando na transição desde dezembro de 2007. Eu e meu vice-reitor, professor Elias Fialho, temos nos dedicado diuturnamente aos preparativos para o mandato 2008-2012. Algumas mudanças foram implementadas já no inicio de 2008, em particular nas ações relacionadas ao planejamento e gestão da instituição e o novo organograma foi aprovado pelo Conselho Universitário em sua ultima reunião, descentralizando ainda mais as decisões, com maior autonomia dos pró-reitores e diretores, o que agilizará a rotina de procedimentos, tornando mais ágil e eficiente nossa administração. A nova equipe está praticamente definida e conta com uma renovação de aproximadamente 2/3 nos cargos de direção e nas funções gratificadas. Iniciaremos o mandato 2008-2012 tendo como Chefe de Gabinete a profª Valéria da Glória Pereira Brito, Pró-Reitor de Assuntos Estudantis e Comunitários o prof. Mozart Martins Ferreira, Pró-Reitor de Extensão e Cultura o prof. Rubens Jose Guimarães, Pró-Reitor de Graduação o prof. João Chrisostomo Ribeiro Junior, Pró-Reitor de Planejamento e Gestão o prof. José Roberto Soares Scolforo (que terá como Pró-Reitor-Adjunto de Planejamento o prof. Henrique Figueiredo e como Pró-Reitor-Adjunto de Operações e Logística o técnico-administrativo Paulo Antonio de Carvalho), Pró-Reitor de Pós-Graduação o prof. Mozar Jose de Brito e Pró-Reitora de Pesquisa a profª Edila Vilela de Resende Von Pinho. Todos os diretores, coordenadores de cursos de graduação, programas pós-graduação e responsáveis por setores e coordenações em pró-reitorias e diretorias serão anunciados ate a próxima semana. O cenário que vislumbramos para o quadriênio 2008-2012 é mais favorável e promissor que aquele que encontramos em 2004. Felizmente conseguimos solucionar muitos dos problemas encontrados, consolidar cursos e programas existentes e criar novos cursos e programas de forma planejada, resolvemos grande parte dos problemas de infra-estrutura física e de recursos humanos e avançamos consideravelmente no financiamento da instituição, que voltou a ser quase que integralmente publico, sem a dependência direta do apoio financeiro das fundações por meio de captação de recursos via cursos pagos. Daremos prosseguimento aos projetos em andamento e priorizaremos algumas ações, dentre as dezenas de propostas de nosso programa de trabalho que serão cumpridas, como a ampliação do quadro permanente de técnicos administrativos (que ainda é o problema prioritário e que carece de solução no curto prazo), a solução de problemas históricos de infra-estrutura física (como a rede elétrica, a rede de esgotos e as vias de acesso ao campus principal), a consolidação de todos os cursos e programas criados, inclusive no Reuni (dotando-os de recursos humanos, equipamentos e infra-estrutura física necessária até o final da gestão, em 2012) e implantar, de modo profissional e definitivo, a cultura do planejamento institucional (planejamento de curto, médio e longo prazos), em todos os setores e áreas de atuação da Ufla, consolidando-a, de fato, como uma Instituição de Educação Superior com a dimensão “Universidade”.

 

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