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Reflexões sobre a publicação científica vinculada aos programas de pós-graduação Stricto Sensu da UFLA

Escrito por Comunicação UFLA | Publicado: Quinta, 26 Março 2009 07:50 | Última Atualização: Quinta, 26 Março 2009 07:50

Os programas de pós-graduação Stricto Sensu da Universidade Federal de Lavras se encontram, mais uma vez, diante de novos desafios proporcionados pela mudança do ambiente institucional, incluindo aqueles relacionados ao processo de avaliação da CAPES. A qualidade da produção científica passará em 2010 por uma rigorosa avaliação oficial, levando-se em consideração os periódicos nos estratos A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C definidos pelo Sistema QUALIS/CAPES. Estudos da Pró-reitoria de Pós-graduação evidenciam algumas particularidades da publicação científica que precisam ser equacionadas por aqueles que atuam na pós-graduação, sejam coordenadores, docentes, discentes ou gestores institucionais.


Pode-se observar pelo gráfico acima que somente 3,3% da produção científica total dos programas foram veiculados em periódicos pertencentes ao estrato A1 e 6,3% da mesma produção foram publicados em periódicos classificados como A2. Em termos absolutos, foram publicados em 2007, respectivamente, 32 e 62 artigos nos estratos A1 e A2, indicando uma publicação pouco expressiva em periódicos que terão maior peso na avaliação dos programas. Na categoria B1, que abriga periódicos portadores de fator de impacto entre 0,10 e 0,749, foram classificados 17,2% do total de 1072 artigos publicados em 2007 por nossa comunidade acadêmica. Portanto, observa-se que somente 26,8% do total de artigos foram publicados em periódicos que possuem fator de impacto. O restante, 74,2% do total de artigos publicados pelos docentes da pós-graduação, foi veiculado em periódicos classificados nos estratos B2, B3, B4 e B5, cujo fator de fator de impacto não foi mensurado pelo JCR (Journal of Citation Reports). A análise do gráfico permite destacar que 44,8% do total de publicações foram veiculados em periódicos do estrato B2. Entre estes periódicos destacam-se: Revista Ciência e Agrotecnologia (UFLA), Revista e Tecnologia de Alimentos, Ciência Rural, Engenharia Agrícola, Fitopatologia Brasileira, Horticultura Brasileira, Revista Cerne, Revista Brasileira de Botânica, Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Revista Brasileira de Fruticultura, Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Revista Brasileira de Sementes, Revista Ciência Agronômica, Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, Brazilian Journal of Plant Physiology, entre outros que estão listados pelo Sistema QUALIS/CAPES. Portanto, trata-se de uma publicação que foi publicada prioritariamente em periódicos editados no Brasil.

A análise da referida produção reclama por uma mudança efetiva no comportamento dos membros da nossa comunidade. Por outras palavras, estes indicadores evidenciam a necessidade de reorientação do processo de veiculação da produção científica em direção aos periódicos da categoria A1 e A2. Sabe-se que este processo não se limita à simples escolha dos periódicos classificados nos referidos estratos. Ao contrário, este movimento implica na adoção de um conjunto de medidas que produzirão efeitos sinérgicos no curto e médio prazo. Entre as medidas que podem ser adotadas pelos programas, destacam-se; a) a formação de redes de cooperação científica com outros programas de pós-graduação nacionais e estrangeiros que alcançaram níveis de excelência. Estas parcerias deverão ser fortemente orientadas para resultados em termos de publicação de artigos e formação de novos doutores; b) promover a melhoria da qualidade das dissertações e teses, de tal modo que elas dêem origem a artigos científicos qualificados; c) priorizar a publicação em periódicos portadores de fator de impacto mais elevado das categorias A1 e A2. Para tanto, os membros da nossa comunidade acadêmica poderão fazer as suas escolhas entre os mais de 700 periódicos que se encontram indexados nas bases de dados internacionais (ISI, SCOPUS, entre outras); d) estimular a produção científica em bases teóricas e metodológicas renovadas que estejam alinhadas (e não submissas) com o desenvolvimento científico experimentado pelos programas de pós-graduação das melhores universidades do mundo; e) estimular a participação do corpo discente na publicação de artigos científicos em periódicos mais qualificados e portadores de elevado fator de impacto.

Lembramos que a produção científica deve ser vista como uma prática pedagógica estratégica e inerente à formação de mestres e doutores. Não podemos desvincular a formação qualificada de mestres e doutores da pesquisa e da publicação científica. É nesta justaposição que se encontram os desafios a serem enfrentados pela comunidade acadêmica que atua na pós-graduação Stricto Sensu da UFLA.

 

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