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Desenvolvimento da cachaça no Brasil é tema de palestra
“Uma dose de história, um sabor que vem de longe”. Foi dessa maneira que a professora Maria das Graças Cardoso, do Departamento de Química (DQI) definiu sua palestra que retratou os 500 anos da bebida genuinamente brasileira, a cachaça. A apresentação, que ocorreu na tarde desta quarta-feira, dia 13, durante a III Semana Acadêmica, mostrou a trajetória de sucesso que o produto vem alcançando ao logo do tempo, a busca pela qualidade, a expansão do mercado nacional e internacional e os trabalhos realizados pelo Laboratório de Análises Físioquímicas de Aguardente da Ufla.
A história da cachaça no Brasil remonta dos primórdios do século XVI, mais especificamente entre os anos de 1532 e 1548. Seu primeiro indício apareceu no engenho da capitania de São Vicente, quando se verificou a produção do vinho de cana de açúcar, a garapa azeda, como subproduto do açúcar que era servido aos escravos. A bebida deu origem a cachaça e, com o passar do tempo e o aperfeiçoamento de sua produção, em alambiques de barro, atraiu muitos consumidores e passou a ter importância econômica para o Brasil. “A cachaça saiu das senzalas e se introduziu não apenas na mesa do senhor do engenho, mas, também, nas casas portuguesas. Foi a primeira bebida destilada aqui no Brasil e está conquistando cada vez mais apreciadores em todo o mundo”, explica a professora Maria das Graças.
Diferente do que muitos pensam, a cachaça não necessariamente é a mesma coisa que aguardente. Segundo a professora, toda cachaça é uma aguardente, mas o contrário não e verdadeiro. “Ambos os termos se referem a bebidas fermentodestiladas. A aguardente pode ser feita, por exemplo, de banana, pequi, pêra, laranja e, é claro, de cana de açúcar, com graduação alcoólica de 38º a 54º GL. Já a cachaça é feita exclusivamente da cana de açúcar, porém, com grau de 38º a 48º GL”.
Atualmente, várias marcas de alta qualidade figuram no comércio nacional e internacional. São produzidos cerca de 1,5 bilhão de litros de cachaça anualmente no país, grande parte consumida no mercado interno. No Brasil, representa a segunda bebida alcoólica mais consumida, perdendo apenas para a cerveja. As exportações do produto têm aumentado a cada ano, principalmente para os países europeus que são os maiores consumidores da bebida brasileira.
Segundo Maria das Graças, essa nova realidade do mercado de cachaça no país tem ocorrido graças à preocupação dos produtores com a qualidade do produto. “Tenho constatado essa tendência a partir de 1996, quando criamos o Laboratório de Análises Fisicoquímicas de Aguardente na Ufla. Muitos produtores de diversos estados têm nos procurado para realizarmos um amplo trabalho de assistência técnica, buscando a qualidade e maneiras de agregar valor ao produto”.
Além de analisar a qualidade das bebidas, o laboratório também se dedica à produção de subprodutos, como a caipirinha e licores, e os tipos de madeiras que possuam características sensoriais excelentes, semelhantes ao carvalho europeu, que é utilizado para o processo de envelhecimento da bebida. “Com isso, garantimos qualidade da bebida, com custos de produção reduzidos”, finaliza a professora.
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