Renda média do produtor rural sobe em março, mas no acumulado do ano apresenta contração
O Índice de Preços Recebidos (IPR), referente à renda do produtor rural pela venda dos produtos agrícolas, e o Índice de Preços Pagos (IPP), referente aos gastos com insumos pelos produtores rurais no Sul de Minas Gerais em março, medidos na UFLA, apresentaram alta. O IPR do mês teve um aumento de 0,50% e o IPP, de 0,41%. Os resultados demonstram estabilidade média na renda e nos custos de produção agropecuários no período.
No entanto, considerando os primeiros meses do ano (janeiro a março), a receita agrícola média (IPR) está em queda, em -1,65%. Analisando o IPR anual, mas na sua estruturação em grupos, os produtores de grãos elevaram sua renda em 0,90% e os horticultores em 30,81%, enquanto os cafeicultores e pecuaristas de leite se depararam com quedas de renda em -11,84% e -0,57%, respectivamente.
Nos três primeiros meses do ano, o grupo das hortaliças foi o principal produto agrícola a elevar a renda do produtor regional. Em março, destacaram-se o repolho (alta de 32,0%), a beterraba (32,06%), a berinjela (17,39%), a laranja (13,04%) e a couve-flor (15,79%).
Para o professor Renato Fontes, coordenador da pesquisa, essa elevação deriva de preços ruins dos hortifrúti no passado, que desestimularam o produtor em cultivar tais produtos. Isso resulta em uma menor área plantada e produção menor, o que, com a irregularidade climática afeta a produtividade e diminui a produção específica.
O leite teve um aumento de 2,22% no preço recebido pelos produtores. Uma das causas foi o aumento da demanda de produtos lácteos internamente, ocasionado pelo aumento da renda dos consumidores (decorrente da recomposição salarial do trabalhador). Outro motivo é o aumento significativo na exportação de produtos lácteos, que diminui a oferta de leite e aumenta a procura no mercado interno, o que se reflete em aumento de preços.
Em relação aos insumos (IPP), observou-se que o grupo do leite obteve a maior elevação (1,05%), influenciada principalmente pelo aumento no preço da ração em 10,21%. A alta do milho, insumo básico na fabricação de rações, elevou seu preço.
O IPP e o IPR são calculados no Departamento de Administração e Economia (DAE), pelo professor Renato Fontes e pelos estudantes Marcelo Sandi e Thalita Rage.