Renda média do produtor rural regional recua novamente
A conclusão foi obtida por dados levantados no Departamento de Administração e Economia da UFLA (
DAE): o preço dos insumos agrícolas permaneceu estável, mas a queda dos preços recebidos pelos produtores (puxada especialmente pelo café e grãos) levou a uma perda na renda do produtor rural do Sul de Minas Gerais. A pesquisa, coordenada pelo professor Renato Fontes, levou em conta os Índices de Preços Recebido – IPR (relativo aos preços recebidos pelos produtos comercializados) e Índices de Preços Pagos – IPP (relativo aos preços pagos aos insumos para produção).
O grupo café vem sendo, desde o início de 2013, o grande vilão dos produtores do Sul de Minas, pois a
commodity já acumula no ano uma queda de -28,67% em seu preço. “Esse fato pode ser explicado pela teoria econômica: o excesso de oferta de café leva a um excedente do produto no mercado internacional, deprimindo cada vez mais os preços para os produtores. Outros países onde o café é produzido, como Colômbia e Vietnam, vêm apresentando altos incrementos na produção do grão, intensificando o problema”, explica o professor Renato Fontes.
Outro grupo que se mantém em baixa no acumulado de 2013 é o grupo dos grãos (arroz, feijão e milho): está em queda de -3,87% na comparação com o mês anterior e apresenta baixa de -9,98% no acumulado de 2013.
Já o grupo das hortaliças vinha acumulando baixas de preços há alguns meses, mas reverteu a tendência de quedas em outubro. Houve elevação de 1,20% e acúmulo de alta de 17,09% em 2013. Para o professor Renato Fontes, ainda pode ocorrer uma boa reação nos preços dos hortifrúti, por causa da aproximação do verão – um provável aumento nas chuvas pode diminuir a oferta dos produtos e pressionar seus preços.
O leite vem se destacando por estar em alta desde o início do ano. Essa alta no acumulado de janeiro a outubro é de 13,50% e, no comparativo com o mês anterior, o leite obteve nova alta, de 0,89%. O preço atingiu um patamar elevado e agora a tendência é de se estabilizar, uma vez que a demanda pelo produto também está mais estável e a oferta tende a se elevar internamente – pela proximidade do período das águas, que favorece a desenvolvimento do pasto e consequentemente melhora de alimentação do rebanho leiteiro.