Encontro do Pibid abordou a Pedagogia do Oprimido sob a ótica de Paulo Freire
[caption id="attachment_87447" align="alignright" width="249"]
Dinâmica com balões, com base nas reflexões de Paulo Freire[/caption]
Tendo como base obras de Paulo Freire, o Encontro Geral do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Universidade Federal de Lavras (
Pibid/UFLA) foi norteado pela temática “Reflexões sobre docência e Pedagogia do Oprimido”, na tarde dessa terça-feira (9/6).
O Salão de Convenções da UFLA esteve repleto de interessados de diversas áreas das licenciaturas, como Filosofia, Biologia, Física, Matemática, Química, Letras, Educação Física, Pedagogia, dentre outras.
Na abertura do evento, a professora do Departamento de Educação da UFLA (DED) Elaine das Graças Frade realizou uma dinâmica com balões, com base nas reflexões de Paulo Freire de que “o mundo não é, o mundo está sendo”. A brincadeira também teve o intuito de representar a liberdade e a repressão.
[caption id="attachment_87448" align="alignleft" width="249"]
Professora Elaine Frade: é necessário ter um olhar cuidadoso para com as escolas em que há atuação do Programa[/caption]
Posteriormente, houve um debate com relação ao tema proposto. Para a professora do DED Rosana Vieira Ramos em qualquer tipo de relação, em especial a do professor e aluno, o diálogo é de extrema importância, sendo necessário estabelecer estratégias para se comunicar até mesmo com os mais introvertidos. Na ocasião, Rosana apresentou as principais obras de Paulo Freire.
Em continuidade às reflexões abordadas pela professora Rosana, o professor do Departamento de Ciências Humanas da UFLA (DCH) Márcio Cano enfatizou a relevância de transformar a concepção freireana em conteúdo.
Durante o evento também foi apresentado o trabalho realizado pelo Pibid. Para a professora Elaine, é necessário ter um olhar cuidadoso para com as escolas em que há atuação do Programa. “Buscamos ter uma boa relação, e conhecê-las de forma mais detalhada. Paulo Freire mostra que a luta é uma constância, assim, é importante se inserir nesses espaços, como espaços de lutas”, comentou a professora.
[caption id="attachment_87449" align="alignright" width="249"]
A professora Rosana Ramos destaca a importância do diálogo[/caption]
De acordo com Elaine Frade, por meio da obra “Pedagogia do Oprimido” é possível verificar o melhor tipo de pedagogia a ser aplicado em cada círculo. “No contexto da escola é preciso ter cuidado, saber como quero estabelecer as relações com os alunos”, afirmou.
Entre os dias 25/5 e 9/6 o Encontro Geral também contou com uma etapa virtual, para geração da problematização. Os inscritos tiveram à sua disposição salas virtuais para interagir com os diversos públicos do Programa. Já para sintetizar as discussões e perpetuar a integração, iniciou nessa terça-feira (9/6) o pós-evento virtual, que será realizado até o dia 30/6.
A organização do encontro foi realizada pelo Pibid Interdisciplinar da UFLA, e todo o evento contou com a tradução na Língua Brasileira de Sinais pelos tradutores e intérpretes do Núcleo de Acessibilidade da UFLA, Wanderson Samuel Moraes Souza e Welbert Vinícius de Souza Sansão.
Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire
[caption id="attachment_87450" align="alignright" width="249"]
O evento contou com a tradução na Língua Brasileira de Sinais[/caption]
O livro Pedagogia do Oprimido é considerado a obra mais importante e completa de Paulo Freire. Traduzida em mais de 20 idiomas, tornou-se referência para o entendimento da prática de uma pedagogia libertadora e progressista. Nela, estão os temas que sustentam a concepção freireana: conscientização, revolução, diálogo, cooperação, entre outras.
Quando Freire fala em pedagogia, ele não está falando apenas das relações que se estabelecem na escola e na sala de aula. A sua pedagogia está relacionada a todo o contexto de opressão social e de falta de democracia. Toda educação é política, assim como toda política é educativa. Não existe neutralidade. Portanto, o seu método dialógico, problematizador, não é apenas um método ou uma teoria pedagógica, mas uma práxis que propõe a libertação da opressão que predomina na nossa sociedade.
Texto: Camila Caetano – jornalista, bolsista/UFLA