Pesquisadora da Universidade de Stanford realiza estudo na UFLA com foco nas práticas sustentáveis da cafeicultura no Brasil
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Paulo Henrique Leme, Elinor Benami e Daniel Santos de Carvalho[/caption]
Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Stanford University, com apoio da Agência de Inovação do Café (
InovaCafé), realizarão um estudo em uma cooperativa do Sul de Minas sobre os impactos das certificações socioambientais (eco certificações) na capacidade de resiliência aos extremos climáticos em propriedades cafeeiras. A doutoranda de Stanford, Elinor Benami que conduzirá os estudos, chegou à UFLA na última semana.
Elinor Benami realiza o doutorado no Programa Interdisciplinar em Meio-Ambiente e Recursos, ligado à Escola da Terra, Energia e Ciências do Ambiente da Stanford University. A pesquisa também pretende analisar as práticas de agricultura sustentável voltadas às mudanças climáticas (
climate-smart agriculture) em propriedades cafeeiras no País. “Nesse projeto especificamente, serão detectadas diferenças entre propriedades certificadas e não certificadas, para que sejam aperfeiçoadas as práticas que já são recomendadas e para um melhor entendimento dos benefícios reais e esperados pelo produtor e pela sociedade” ressalta a pesquisadora.
No Brasil, o projeto será coordenado pelo professor do Departamento de Administração e Economia (DAE/UFLA) Paulo Henrique Leme e pelo engenheiro agrônomo e pesquisador da Inovacafé Daniel Santos de Carvalho. O projeto contará com o apoio de uma equipe técnica da região Sul de Minas e do Cerrado Mineiro.
A previsão é de que a pesquisadora fique no Brasil até que seja finalizada a etapa de levantamento dos dados, parte do tempo na UFLA e outra no Cerrado Mineiro. A divulgação dos resultados será realizada entre 2017 e 2018. “Essa parceria teve início no começo desse ano, quando ela visitou a região cafeeira de Minas Gerais, algumas cooperativas, feiras agrícolas, com a oportunidade de conhecer pesquisadores e universidades”, comenta o professor Paulo Henrique.
Elinor explica que a região do cerrado mineiro foi selecionada devido a diversos fatores, principalmente, por conta de uma seca severa que ocorreu entre 2012 e 2015. “Esse fator foi crucial para escolha da pesquisa, além disso, a possível parceria com uma cooperativa irá proporcionar acesso aos dados históricos que facilitam uma análise mais completa dos extremos climáticos e os impactos na produção cafeeira que variam em função da gestão do produtor”, ressalta.
O objetivo do projeto é analisar quais atividades e tecnologias de
climate-smart agriculture afetam a produção de café e avaliar quais podem ser vinculadas às técnicas e recomendações dos programas de certificação sustentável no Brasil. “O estudo possibilitará resultados relevantes sobre os reais e propostos custos e benefícios da adoção de certificações e/ou outras práticas gerenciais de
climate-smart agriculture. Ao mesmo tempo, irá contribuir academicamente, ajudando a avaliar os efeitos dos novos conceitos de
climate-smart agriculture e eco-certificações na produção de café no país”, afirma a idealizadora da pesquisa.
O professor Paulo Henrique relata ainda que esse é o primeiro passo de uma parceria entre pesquisadores a UFLA e a Stanford. “Pretendemos com isso alavancar o processo de internacionalização da Universidade”, complementa.
Brasil em pauta
Em paralelo, a pesquisa complementará outra parte da tese de Elinor, com foco na produção do óleo de palma, produzido no Estado do Pará. “O Brasil se destaca por causa da oportunidade e também da tentativa de implantar práticas sustentáveis. Através dessas ações é possível atingir um melhor rendimento para as pessoas e ao mesmo tempo reduzir os impactos no meio ambiente”, destaca Elinor.
Camila Caetano jornalista/bolsista UFLA e Vanessa Trevisan – Assessoria de Imprensa Inovacafé