Toda (a) família, todo mundo, todo o Brasil
Modernamente, no Brasil, mais do que em Portugal, nota-se uma diferença semântica entre toda família e toda a família. Distingue-se um caso de outro apenas pela inserção do artigo definido: de "qualquer família" o sentido passa para "a família inteira". Exemplo:
Revistavam todo homem que ali passasse. [= todos os homens]
Revistaram todo o homem. [= o homem por inteiro, de cima abaixo]
O pronome indefinido TODO + substantivo traduz a ideia de "qualquer, cada". Implica o conjunto dos seres em questão. Igual ao plural: todos os. Trata-se de fenômeno linguístico em que o singular vale pelo plural, pela totalidade:
Todo ser humano tem alma.
Nem todo terreno é fértil.
O adjetivo TODO + O + substantivo tem o sentido de "inteiro, completo". Implica inteireza ou plenitude. O artigo é obrigatório.
Todo o terreno (que pretendemos comprar) é fértil.
Disse o nosso diretor que toda a escola receberá pintura nova e outras benfeitorias.
Queimou toda a casa.
Fonte: Não tropece na língua (Maria Tereza de Queiroz).
Colaboração: Déborah Cristina Ribeiro
Paulo Roberto Ribeiro
DCOM