Vírgula: dois verbos e números por extenso
Na frase "quem ler, viaja", há gramáticos que condenam essa vírgula, pois estaria separando o sujeito do predicado. Outros aceitam argumentando que não se deve repetir dois verbos. Afinal, como devo proceder?
Pode-se no caso de frases iniciadas com o pronome quem - quebrar a norma e usar a vírgula entre o sujeito e o predicado quando aparecem dois verbos juntos ou mesmo aproximados:
Quem luta, consegue.
Quem sabe, sabe.
Quem for, verá.
Quem não lê, não escreve.
Quem ama, não mata.
Não havendo problemas de clareza ou de estética, pode-se deixar de lado, é claro:
Quem não deve não teme.
Quem ama não adoece.
Quem tudo quer tudo perde.
Ao escrevermos "dois mil,trezentos e vinte e seis reais e doze centavos", é necessário pormos essa vírgula?
Não é necessário mas é bem possível. O gramático Celso Luft advoga a colocação dessa vírgula depois de mil, pois é a marca da coordenação sem conjunção ("assindética"). Napoleão Mendes de Almeida, na sua gramática, também a usa. Exemplos:
22.501 = vinte e dois mil, quinhentos e um.
4.455 = quatro mil, quatrocentos e cinquenta e cinco.
Com zeros, porém, é diferente. Usa-se o e: 1.400 = mil e quatrocentos; 4.005 = quatro mil e cinco.
Fonte: Não tropece na língua (Com adaptações)
Maria Tereza de Queiroz Piacentini
Colaboração: Déborah Cristina Ribeiro
Paulo Roberto Ribeiro
DCOM