Graduação e Pós organizam-se para encaminhar ao CEPE pedido de revisão de resoluções referentes ao ERE
A graduação e a pós-graduação da Universidade Federal Lavras (UFLA) iniciaram um processo de estudos e discussões para subsidiar as avaliações do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) na revisão das Resoluções 059 e 060, de 14 de maio de 2020, referentes ao Ensino Remoto Emergencial (ERE). A previsão, feita inicialmente nas resoluções, era de que as atividades remotas do período 2020/1 seguiriam até agosto, quando se avaliaria o retorno presencial para finalização do período com quatro semanas de atividades letivas.
Diante do fato de que não há evidências de declínio da curva de contágios de Covid-19 no País e na região, e da consequente impossibilidade de previsão de um retorno presencial em curto e médios prazos, surge a necessidade de avaliar as possibilidades de encerramento do período 2020/1 de forma remota, e de início do próximo período (2020/2) também nessa modalidade, até que as atividades presenciais possam ser retomadas com segurança para estudantes, professores e técnicos administrativos.
A partir da publicação da Portaria MEC nº 544/2020, emitida em 16/6/2020, tornou-se imperativa a reavaliação do formato proposto até então. O assunto foi discutido pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) com os diretores das faculdades, institutos e escolas, e pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) com os coordenadores dos cursos de pós-graduação. Houve também reunião do Conselho de Graduação nessa segunda-feira (29/6), em que o tema foi uma das pautas. A partir de agora, as unidades acadêmicas e seus departamentos devem mobilizar suas comunidades para a proposição de sugestões de alterações em relação às resoluções. Os colegiados dos cursos devem reunir as informações para apresentação aos conselhos de graduação (até 15/7) e pós-graduação (até 10/7), para posterior encaminhamento ao CEPE para deliberação final. Cada segmento da comunidade acadêmica que queira contribuir com o processo, pode acionar suas representações nos colegiados e conselhos.
Para o reitor da UFLA, professor João Chrysóstomo de Resende Júnior, a viabilização da continuidade das atividades é essencial neste momento. “Diante do cenário de emergência em saúde pública, nosso trabalho será por garantir as melhores condições para que os estudantes e a sociedade tenham o menor impacto possível no pilar ensino, caso não tenhamos condições de ensino presencial no ano de 2020. A Prograd e a PRPG têm acompanhado de perto toda a evolução do ERE e estarão atentas a todas as melhorias que possam ser feitas para que os resultados sejam os melhores. O CEPE avaliariará todo o cenário”, comenta.
Sobre o ERE
As atividades do ERE tiveram início na UFLA em junho, como uma estratégia educacional exclusiva para o período de pandemia. Desde então, a Prograd acompanha o Câmpus Virtual e 98% das salas virtuais estão ativas. Os números de professores e estudantes que estão acessando a ferramenta equivalem ao total do público docente e a mais que o total de graduandos matriculados. Quanto à pós-graduação, além do câmpus virtual, esse segmento possui outro ambiente virtual, mais utilizado – o SIGAA.
A UFLA lançou o Programa de Acesso Digital (PAD) para apoio a estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica durante o ERE. O objetivo foi o de viabilizar as condições de acesso à internet, com uma bolsa de R$ 100,00. Já solicitaram e estão recebendo a bolsa 466 estudantes. Outros 24 já solicitaram e devem ser incluídos em breve. A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec), a PRPG e a Pró-Reitoria de Planejamento e Gestão (Proplag) já estudam também a estruturação de auxílio digital aos pós-graduandos em situação de alta vulnerabilidade socioeconômica.
Pelo canal lançado pela Prograd em junho para receber dúvidas, sugestões e manifestações da comunidade acadêmica sobre o ERE, foi possível, segundo o diretor em exercício de Avaliação e Desenvolvimento de Ensino, Warlley Ferreira Sahb, observar a preocupação de docentes e estudantes com o bom andamento dos processos de ensino e de aprendizagem no formato remoto. “Por meio das demandas apresentadas seja de dúvidas, críticas ou sugestões, a Diretoria de Avaliação e Desenvolvimento do Ensino (Dade) vem buscando, em uma perspectiva de melhoria dos processos e de apoio pedagógico, auxiliar os docentes na qualificação dos Roteiros de Estudos Orientados (REOs)”.
As manifestações apresentadas pela comunidade acadêmica foram transformadas em um FAQ, disponível no site da Dade, em que as principais dúvidas são apresentadas e respondidas, configurando-se em mais um canal de apoio e esclarecimentos aos docentes e estudantes. Sempre que necessário, são propostas situações de orientações diretas aos docentes que apresentam demandas específicas. “As dúvidas recorrentes são transformadas em temas de discussão das rodas de conversa on-line, como espaços de diálogo e discussão sobre o ERE, suas situações exitosas e os dilemas que possam envolver o desenvolvimento dos REOs. Houve participação significativa dos docentes nestes espaços de discussão, demonstrando-se uma estratégia profícua para o compartilhamento de ideias e questões pedagógicas no contexto do ERE”, avalia Warlley.