II Workshop BIC Jr. aproxima estudantes do ensino médio de pesquisas da UFLA
Até sexta-feira (24/8), estudantes do ensino médio das escolas de Lavras têm a oportunidade de conhecer ainda mais sobre ações de pesquisas e extensão realizadas na Universidade Federal de Lavras (UFLA), durante o II Workshop BIC Jr. No encontro, os jovens participam de palestras, minicursos, apresentações de vários núcleos de estudo da universidade e atividades de socialização no Centro de Integração Universitária (CIUNI/UFLA).
Segundo a coordenadora do BIC Jr, professora Rita de Cássia Suart, o evento contribui para o estímulo à ciência e à continuidade dos estudos no nível superior. "É uma forma de sociabilizar as pesquisas e integrar universidade e escola. A programação foi pensada para os estudantes da UFLA e do ensino médio trocarem informações, saberes e interagir com quem faz iniciação científica na instituição", frisa.
Na ocasião, professores e estudantes de pelo menos 20 núcleos de estudos da UFLA apresentam resultados de pesquisas desenvolvidas na instituição. Na quarta-feira (22/8), pesquisadores do Núcleo de Estudos em Fermentações (NEFER) demonstraram alimentos e bebidas com características sensoriais melhoradas com microorganismos fermentados. Estudantes puderam provar chocolates produzidos a partir da fermentação controlada com a inoculação de leveduras na polpa do cacau, o que garantiu mais aroma e sabor ao produto. Além de bebidas gaseificadas produzidas com grãos de kefir, um tipo de cultura de bactérias responsável por melhorar o funcionamento da flora intestinal. Na área da saúde, a Liga Acadêmcia Interdisciplinar de Fisiologia (LAIFI) explicou, por exemplo, como ratos com diabetes mellitus alimentados com aveia apresentaram melhoras no quadro da doença. Já o Núcleo de Estudos em Irrigação (NEI) esclareceu os efeitos das irrigação na produtividade de lavouras.
A complexidade da física e da inteligência artificial foi desmistificada a partir de experimentos de baixo custo, feitos a partir de produtos encontrados no cotidiano das residências, como farinha, ovos e barbantes. Em um deles, a professora do Departamento de Física (DFI) Karen Luz Rosso mostrou como papel alumínio e cabos USB podem gerar corrente elétrica e acender pequenas lâmpadas de LED (do tipo pisca-pisca natalino). "Normalmente, as pessoas acreditam que apenas equipamentos caros são capazes de conduzir eletricidade. Mas elementos simples, com os quais até crianças podem brincar, permitem o aprendizado em circuitos eletrônicos", explicou. O professor do DFI José Alberto Nogales parabenizou a iniciativa. "Esse tipo de projeto é necessário para a divulgação da física e ciência no ambiente escolar. É por meio desse canal direto que jovens despertam curiosidades e investem em pesquisas, porque não respondemos todas as dúvidas deles. Atiçamos ainda mais a curiosidade", contou.
A estudante da escola estadual Firmino da Costa Ariane Raine Batista, de 16 anos, apreciou a experiência. "É uma espécie de UFLA de Portas Abertas. Além de conhecer novos cursos, aprendemos como a ciência é feita", lembra. Aos 17 anos, a estudante Samara Vitória de Jesus conseguiu retirar dúvidas sobre temas da saúde durante o encontro. "Quero estudar medicina e aqui os alunos conseguiram retirar algumas das minhas dúvidas sobre sistema cardiovascular", disse.
Na sexta-feira, a psicanalista Paula Regina Ribeiro ministra palestra sobre pespectivas e futuro da iniciação científica na tentativa de trabalhar os dilemas, medos e crenças dos alunos sobre pesquisa. "Durante as ações com alunos do projeto, nós percebemos medo do futuro em muito deles. Embora participem de atividades na UFLA, a maioria não vislumbra alguma forma de acesso fora do contexto vivenciado na escola. Por isso, buscamos quebrar paradigmas na busca de mostrar o potencial deles para alcançar sucesso cada vez maior", contou Rita de Cássia Suart.
O BIC Jr, programa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), disponibiliza mais de 150 bolsas na universidade a estudantes de 1º e 2º ano do ensino médio.
Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig