“Ciência na Praça” divulga pesquisas e inovações tecnológicas da UFLA por meio de diversões e serviços para a população
No tradicional passeio pela praça Dr. Augusto Silva, o morador de Lavras encontrou neste domingo (21/10) mais do que a esperada feira de artesanato e culinária: encontrou muito conhecimento científico, na forma de diversões, curiosidades e serviços de utilidade pública. A ação “Ciência na Praça”, realizada pela UFLA em parceria com a Prefeitura no encerramento da 15ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, divulgou pesquisas, inovações tecnológicas e conhecimentos gerados na Universidade.
O pró-reitor de Pesquisa, professor Teodorico Ramalho, ressalta que “todas as áreas do conhecimento – Ciências Exatas, Biológicas, Engenharia, Ciências da Saúde e Humanas - estiveram representadas. A comunidade da UFLA como um todo abraçou o desafio de realizar um evento desse porte, em uma época de recursos escassos”. A ação envolveu docentes, pesquisadores, estudantes e técnicos administrativos da Instituição.
Conhecimento para todas as idades
O evento contou com atividades variadas, voltadas para pessoas de todas as idades. Cristiane Ribeiro foi com o marido e o filho Juliano, de 4 anos. Assim que a família chegou, Juliano foi atraído pela coleção de insetos do Núcleo de Estudos em Entomologia e ficou por ali um bom tempo, com o olhar fixo. Crianças pequenas também se divertiram na colcha cognitiva, de finalidades didáticas, criada pela equipe do Laboratório de Práticas Pedagógicas Socioambientais e Interdisciplinares.
Os robôs atraíram olhares de crianças e adultos. A atividade foi a que mais chamou a atenção do mecânico Fabiano Ribeiro, que foi à tradicional feira de domingo e resolveu passear pelos estandes da UFLA. Camilly Augusto Carlos, de 13 anos, ficou impressionada não só com os robôs, mas também com a impressora 3D do projeto Espaço Lab (e-Lab) e os objetos ricos em detalhes impressos por ela. O equipamento foi totalmente construído pela equipe do laboratório, com base em um projeto mundial de baixo custo. Seu custo final foi cerca de 10% do de um acessório convencional.
Curiosidades sobre a língua
Quem caminhava entre os estandes da UFLA também se deparou com perguntas do tipo “Você já tomou quebra-torto hoje?” “Você sabe o que é maçanilha?” Os cartazes com os questionamentos intrigantes foram feitos pelo Grupo de Pesquisas Geolinguísticas e Sociodialetólógicas de Minas Gerais, para divulgar as variações linguísticas do Brasil.
A expressão “quebra-torto”, conforme explicaram as alunas de Letras, é muito usada no Pantanal para se referir ao “café da manhã”, por se tratar de uma refeição com mesa farta. “Maçanilha”, embora tenda a ser associada à maçaneta, é um nome popular para designar a “camomila”.
Ciência em Imagem
As fotografias participantes do concurso “Ciência em Imagem”, promovido pela Diretoria de Comunicação (Dcom) com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), também foram expostas no domingo. Rodrigo Oliveira, estudante do mestrado em Física da UFLA, passou um bom tempo observando as imagens e comentando com seus amigos. “A primeira foto que atraiu minha atenção para a exposição foi a da aranha”, disse. A foto representa uma aranha encontrada dentro do estômago de um Lambari durante pesquisa sobre a alimentação de peixes.
A exposição reuniu cerca de 40 fotografias, registradas por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento. Todas as fotos do concurso que atenderam aos critérios do edital participaram da exposição. Rodrigo aprovou a iniciativa: “a exposição traz outro olhar sobre a ciência, que cumpre uma função, a meu ver, muito importante: a de aproximar a população do conhecimento científico”.
Serviços de saúde
A ação “Ciência na Praça” também incluiu serviços de saúde. A equipe do projeto Minuto da Saúde aproveitou a campanha Outubro Rosa para orientar a população sobre a prevenção e o combate ao câncer de mama. Já a Liga Acadêmica de Cardiologia levou informações sobre doenças vasculares. Na fila para aferir a pressão, estava o morador de Lavras Valter da Silva. “Tenho a pressão alterada e faço acompanhamento”, conta. Valter vai à feira de domingo com frequência e avalia como muito importantes “eventos como esse, que trazem informações e serviços para as pessoas”.
Até a saúde dos cãezinhos de estimação foi alvo de atenção. O Núcleo de Estudos em Parasitologia realizou testes rápidos para detectar a Leishmaniose Visceral Canina, doença transmitida ao animal doméstico e ao ser humano pela picada de um inseto conhecido popularmente como mosquito-palha. Na maioria dos casos, a doença é assintomática para os animais. Entretanto, os cães infectados servem de hospedeiros para o protozoário causador da doença e, quando são picados pelo mosquito-palha, podem contribuir para a disseminação da leishmaniose entre seres humanos.
Maria Aparecida de Ázara passeava com o marido e a cachorrinha pela praça quando foi abordada pela equipe da UFLA. “Já havia escutado sobre a doença na televisão, mas nunca fui tão bem fui informada como agora”, disse. Com base nas informações, Maria Aparecida decidiu fazer o teste em sua cachorrinha. O resultado foi negativo para a doença.
Engenharias
A tecnologia esteve em alta com a equipe das engenharias, reunidas no Grupo Interdisciplinar de Polímeros. Um dos destaques foi a apresentação de materiais não convencionais utilizados na construção civil, produzidos a partir de resíduos e materiais não são usuais, que ganharam aplicação a partir da pesquisa científica.
Com a Engenharia de Materiais, o público presenciou o funcionamento de uma impressora 3D e soube como ela pode colaborar para o desenvolvimento de próteses para pacientes, com foco na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Outra inovação que o público conheceu durante o evento foi a reutilização da energia empregada na mobilidade urbana em sistemas físicos e mecânicos estudados na Engenharia Mecânica.
Natureza
No estande do Núcleo de Estudos em Silvicultura (NES), os visitantes puderam conferir a diferença entre as florestas de produção e as florestas de proteção, que exercem importante função na preservação da biodiversidade. A equipe do NES distribuiu mudas aos participantes.
Fotos: Gláucia Mendes, Laís Diniz e Melissa Vilas Boas
Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.