Dia Nacional de Combate ao Fumo: estudantes do curso de Medicina da UFLA promovem conscientização antitabagismo em escola de Lavras
Esta segunda-feira (29/8) é Dia Nacional de Combate ao Fumo, data que tem como objetivo reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco. Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), o projeto de extensão internacional “Education Against Tobacco (EAT – Brazil) teve início em 2017 com intervenções educativas em escolas da cidade, atingindo, por ano, cerca de 600 adolescentes de 12 a 17 anos.
Na última semana, os estudantes de medicina da UFLA estiveram na Escola Estadual Azarias Ribeiro, onde realizaram atividades com adolescentes do Ensino Médio. Os estudantes contaram sobre suas experiências com familiares e conhecidos que utilizam o cigarro, além de participarem de atividades que demostraram alguns dos efeitos do cigarro em alguém que fuma. Para o professor de Filosofia da escola, Leandro José Maria Silva, esse é um tema importante no atual cenário no qual esses adolescentes estão inseridos. “Vivemos em uma cultura muito imediatista, com individualismo, doenças mentais, ansiedade, principalmente com as influências da pandemia. Então, é relevante que tratemos desse tema, porque envolve tanto a saúde física quanto emocional dos nossos adolescentes e, muitas vezes, eles não estão cientes dos prejuízos desse tipo de substância. É um processo de longo prazo, frequentemente iniciado para preencher vazios, para lidar com angústias da própria adolescência, do processo que eles estão vivendo e isso acaba tendo outras consequências maiores depois”, comenta.
O EAT é uma ação de estudantes de medicina de vários países do mundo, uma rede apoiada pela Harvard Medical School em mais de 80 escolas médicas de 14 países em prol do combate ao tabagismo, por meio da prevenção primária de adolescentes, aconselhamento, uso de softwares e materiais previamente testados e aplicados. Na UFLA, 19 estudantes de diversos períodos do curso de Medicina participam do projeto. “É nobre a iniciativa de tentar impedir o início do vício do tabaco, o foco é a conscientização utilizando tecnologias modernas. O EAT vem se consolidando na UFLA como uma entidade de extensão e tem desenvolvido atividades extensionistas e pesquisas, contribuindo para a formação acadêmica desses futuros egressos da UFLA”, diz o coordenador do projeto na Instituição, professor Vitor Luís Tenório Mati, da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS/UFLA).
Para a diretora da Escola Estadual Azarias Ribeiro, Graziela Borges Ferreira, parcerias como essa com a UFLA são fundamentais para toda a sociedade. “Esses projetos da UFLA com a nossa escola trazem um retorno para nós, principalmente quando não só fazem a pesquisa, como também deixam o aprendizado aqui na escola. É fundamental que a UFLA devolva para as escolas e para a sociedade esses frutos que vão se perpetuar”, esclarece.
O estudante do 6º período de Medicina Rodrigo Braga Lopes concorda com a diretora. “É muito bacana poder interagir e conscientizar crianças e adolescentes sobre o tabaco, que é sem dúvida a maior causa de mortes evitáveis do mundo. Eu acredito, como estudante de uma universidade federal, gratuita e de qualidade, que é importantíssimo participar e trocar conhecimentos com a comunidade local. As intervenções são até divertidas e sentimos que fazemos alguma diferença na vida dos jovens, e isso é muito gratificante”, finaliza.
Dia Nacional de Combate ao Fumo
De acordo com o Relatório Global de Tabagismo da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2009, estima-se que mais de um bilhão de pessoas são fumantes no mundo, número que pode chegar a dois bilhões em 2030. Além disso, o tabagismo é considerado uma doença pediátrica, pois 80% dos fumantes começam a fumar antes dos 18 anos.
Lembrado no Brasil no dia 29 de agosto, o Dia Nacional do Combate ao Fumo é uma data instituída em 1986, por meio da Lei nº 7488, com o objetivo de mobilizar e conscientizar a população no que diz respeito aos riscos à saúde, aos danos sociais, ambientais e econômicos decorrentes do uso do cigarro.
Além do usuário ativo, o tabaco afeta os chamados fumantes passivos, que são pessoas que não fumam, mas convivem com fumantes em ambientes fechados, ficando expostos aos mesmos riscos que o fumante ativo. No Brasil, o consumo de cigarros mata aproximadamente 162 mil pessoas anualmente e custa 125 bilhões de reais aos cofres públicos para cobrir despesas diretas e indiretas com doenças causadas pelo tabagismo. Segundo a OMS, o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo.
No Brasil, o Sistema Único (SUS) oferece tratamento gratuito desde 2004 para ajudar as pessoas que querem parar de fumar, mas não conseguem. O tratamento é oferecido nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e hospitais; o interessado pode ir diretamente à secretaria de saúde de sua cidade e perguntar pelo tratamento, ou ligar para o número 136, para mais informações.