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UFLA NA COMUNIDADE

Projeto de extensão ensina técnicas de comunicação e divulgação científica para estudantes da educação básica

Escrito por Claudinei Rezende | Publicado: Quarta, 07 Fevereiro 2024 09:36 | Última Atualização: Terça, 20 Fevereiro 2024 09:12
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Uma iniciativa da Diretoria de Comunicação da Universidade Federal de Lavras (Dcom/UFLA) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) tem colocado em prática o conceito de educomunicação ao formar jovens comunicadores. Unindo técnicas de ensino-aprendizagem e técnicas de comunicação, o projeto de extensão EduCom Ciência realiza, semestralmente, oficinas com estudantes da educação básica. O projeto teve início no primeiro semestre letivo de 2023 e já beneficiou alunos do Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento (Cedet) e da Escola Estadual Firmino Costa.

De acordo com a coordenadora do projeto e diretora da Dcom/UFLA, Ana Eliza Alvim, o objetivo é que os estudantes compreendam o processo e produzam conteúdos de comunicação sobre ciência. “Em cada semestre, recebemos participantes de uma escola específica e, durante as oficinas planejadas e aplicadas pela nossa equipe, eles podem simular um processo de produção jornalística, levantando pautas de ciência, apurando esses assuntos, entrevistando pesquisadores da UFLA e fazendo também os roteiros, as gravações e as edições”, explica.

Uma das tutoras no projeto e jornalista na Dcom, Greicielle Santos, explica melhor a organização das oficinas vivenciadas pelos estudantes. “Quando definimos a escola, delimitamos quantas oficinas serão realizadas e qual será a carga horária, nos adaptando de acordo com a quantidade de estudantes. A ideia é propor uma formação que vai além de apenas fazer o uso das redes sociais para o entretenimento. Para isso, debatemos com os alunos que a ciência está em toda parte e que é preciso sempre questionar as notícias que recebem. Além dessa formação teórica, eles também aprendem toda a parte prática da comunicação.”

A estudante do Cedet Vívian Kelly Torres Silva, uma das participantes, confirma que os objetivos listados por Greicielle foram alcançados. “Além de tudo o que aprendi, o projeto nos aproximou dos meios de produção científica da Universidade, mostrando que a ciência sempre está presente em tudo, inclusive nas plataformas digitais populares entre os jovens, sendo consumida e produzida diariamente.”

Estudante da escola Firmino Costa, Evelyn Gregorio Machado avalia o projeto positivamente. “Participar do projeto foi incrível, pois ele nos ensinou a ter senso crítico para analisar as informações. Aprendemos as técnicas de apuração para garantir que a informação seja correta e aprendemos os tipos de comunicação que alcançam mais visibilidade na comunidade. Se eu pudesse, faria o projeto todo semestre”, comenta.

Ao final de cada semestre, todos os participantes precisam entregar um produto audiovisual: um vídeo cujo formato e rede social na qual ele será publicado é escolhido pelos próprios estudantes. Desde o início, eles se dividem em grupos e selecionam os temas de interesse com os quais vão trabalhar e os pesquisadores e pesquisadoras que serão entrevistadas para trazer embasamento teórico para o roteiro. Até o momento, os jovens comunicadores escolheram vídeos que são voltados para TikTok e/ou para Instagram. Todos os vídeos produzidos, que abordam os mais variados temas, já estão disponíveis nas redes sociais da UFLA, inclusive no Youtube.

Para a professora e coordenadora do Novo Ensino Médio na escola Firmino Costa, Juliana de Andrade Santiago, essa parceria da UFLA com a escola é importante para uma evolução em conjunto. “As escolas não são ilhas. Por isso, precisamos da atuação firme da sociedade e de instituições para ampliarmos os horizontes dos nossos discentes.”

Ação comunicativa

A coordenadora Ana Eliza também explica que o projeto é embasado por diferentes teorias científicas. Uma delas, por exemplo, é a Teoria da Ação Comunicativa, desenvolvida pelo estudioso alemão Habermas. Essa teoria discute as possibilidades de participação dos indivíduos no processo de melhoria e evolução da sociedade e que isso deve ocorrer por meio da linguagem, da argumentação e do consenso.

E como isso se relaciona com o EduCom Ciência? Ana Eliza também elucida essa questão. “Se pensarmos na contribuição da ciência para o processo comunicativo na sociedade, percebe-se que precisamos estimular processos nos quais a ciência seja debatida e seja alvo de conversas e de participação dos cidadãos. No caso do projeto, o foco são os cidadãos jovens. Assim, por meio da educomunicação, buscamos estimular essa ação comunicativa que Habermas reporta, avaliar quais serão os resultados, qual será o envolvimento do público e o efeito disso para a comunicação pública da ciência. A intenção é que, após a conclusão do projeto, possamos aperfeiçoá-lo e continuar em outras etapas”, diz.

O projeto tem a intenção de alcançar, principalmente, jovens do ensino médio de escolas públicas de Lavras e região e prevê uma temporada de oficinas e de produção de conteúdo que abrange seis semestres. A previsão de conclusão é no fim de 2025.

Além de contarem com a tutoria da jornalista Greicielle, os estudantes também são orientados, durante as oficinas, pelos bolsistas da Fapemig na Dcom Alessandra Freitas de Sousa Reis Evangelista e Pedro Henrique Cardoso.

Assista ao vídeo do UFLA na Comunidade para conhecer alguns dos envolvidos no projeto:

 
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