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BRINDE À CIÊNCIA

7ª edição do Pint of Science: Pesquisadores e públicos discutiram temas científicos em bares de Lavras

Escrito por Ana Eliza Alvim | Publicado: Sexta, 23 Mai 2025 15:35 | Última Atualização: Sexta, 23 Mai 2025 16:38
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Lavras está no grupo de 169 cidades brasileiras que sediaram, nesta semana, o Pint of Science, um festival internacional que leva a ciência aos bares, cafés e praças. Neste ano, o Brasil é o país com maior número de cidades participantes, considerando-se o grupo de 27 países integrantes do movimento. Uma equipe da Universidade Federal de Lavras (UFLA) é responsável pela organização local do evento há sete edições. 

O festival mobilizou o público nos dias 19/5, 20/5 e 21/5. Foram 12 temáticas científicas compartilhadas. Para o coordenador do evento em Lavras, e professor do Instituto de Ciências Naturais (ICN/UFLA), José Alberto Casto Nogales, a cada ano o evento incorpora inovações que o deixam mais próximo das pessoas. “O tema geral do ano é ‘tempo de mudanças’, em uma alusão às mudanças climáticas que estamos vivendo, e tivemos palestras interessantíssimas nessa linha, como a de ecologia urbana, que mobilizou boas discussões. Também buscamos diversificar a programação, para abarcar a riqueza da produção intelectual da Universidade. Outra novidade foi apostarmos em palestras que trazem questões de interesse local. Uma delas foi feita por um arqueólogo que começou a estudar o que acontecia na região de Lavras há mil anos, e encontrou cerâmicas características dos indígenas tupi-guaranis”, conta o professor. 

Entre outros temas abordados estiveram a inteligência artificial, a cerveja artesanal, saberes indígenas, rios e saúde ambiental, história da ciência e astronáutica cultural (Acesse o site da programação para saber mais). Os encontros foram realizados no Borem Cafés Especiais, no Cactus Mexican Food e na Praça Doutor Jorge. A proprietária Camila Tristão conta que esse era justamente o propósito do Café: “ao abrirmos nosso negócio, queríamos proporcionar experiências de consumo de boa qualidade, e ao mesmo tempo promover o acesso ao conhecimento”, diz. Para realização na praça, houve parceria com diferentes estabelecimentos do entorno, segundo os organizadores. 

Os palestrantes aprovaram a experiência. “Eu acho fundamental essa saída dos nossos professores para conversar em outros tipos de ambientes sobre o que estamos fazendo na Universidade. É importante sobretudo nesse tipo de evento, com um ambiente mais informal. As pessoas se sentem mais confortáveis para se engajar com o assunto. A gente nem sente que está numa palestra, e dialoga de uma forma mais aberta e mais horizontal. Espero que o evento continue acontecendo”, disse o professor da Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas, Educação e Letras (Faelch) Felipe Nogueira de Carvalho, que abordou o tema “Ciência com emoção: razão e paixão na construção científica”.

A estudante de licenciatura em Química Maria Clara Menta Garcia participou dos três dias de evento, e celebrou o fato de estar descobrindo ali pesquisas desenvolvidas na UFLA que a surpreenderam, e viu nelas conexão com os conteúdos de seu curso. “Acho muito satisfatório, nesses eventos de divulgação científica, conseguir observar a minha área a partir de outras áreas. Quando a palestra fala sobre a indução que a serralha provoca na produção de melanina, eu penso justamente em mecanismos bioquímicos, penso no formato de uma molécula que vai estar presente na serralha e atuar no combate ao vitiligo. Então, esses eventos de divulgação científica conseguem ampliar os olhares dentro da própria ciência. Acho tudo isso incrível!”

Como afirmou o pró-reitor de Extensão, Esporte e Cultura da UFLA, professor Carlos Eduardo Silva Volpato, o festival consolida-se como “uma maneira simples e importante de popularização da ciência, que promove um intercâmbio significativo com a sociedade”. 

Em Lavras, além do professor Nogales, responsabilizaram-se pela organização do evento Karen Luz Burgoa Rosso, José Melo, Rosângela Alves Tristão Borém, Paulo Ricardo da Silva e Wagner Gonçalves, além de outros dez colaboradores, entre estudantes  de graduação e pós-graduação. "Gostaria de agradecer a todos eles, que tornaram esse evento possível, à Diretoria de Comunicação da UFLA e à Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, que apoiou o festival em vários aspectos logísticos", diz Nogales.

Acesse o álbum de fotos do evento

Veja outros depoimentos

“Achei muito interessantes as informações que recebemos, principalmente sobre a criação de espaços verdes. Acho que conscientizar a população é primordial para criar uma cidade saudável, ecológica e bacana para viver”.
Regina Monsserrat, coordenadora socioambiental.

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“O evento foi maravilhoso. Eu aprendi muito mais do que ensinei, se eu posso dizer assim. Muitas vezes o pessoal que trabalha com pesquisa científica, acadêmica, gosta de ficar dentro da universidade porque você está entre seus pares,  que falam a mesma linguagem que você, e isso se torna confortável, mas eu acho importante sair desse espaço e ser questionado por gente que olha as coisas de outra perspectiva”. 
Eric Caixeta Carvalho Schaeffer, doutorando em História pela Universidade de São Paulo (USP) e palestrante sobre o tema “As origens da Ciência Moderna e a crise da Consciência Europeia".

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“Foi uma experiência fantástica. Inclusive, deveria haver iniciativas assim várias vezes ao ano, toda semana, alguém mostrando o que se faz lá na UFLA para a sociedade”. 
Luciane Vilela Resende, professora da Escola de Ciências Agrária de Lavras (Esal/UFLA) e palestrante sobre o tema “Serralha, uma  Plantas Alimentícias Não Convencionais Panc, pode tratar o vitiligo”.

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“É a segunda vez que eu participo. As nanopartículas, elas estão cada vez mais no nosso cotidiano. Elas são uma solução inovadora, mas como toda solução inovadora, tem que ser tratada com o devido cuidado, né? A gente tem aqui qualificação, estrutura e infraestrutura, principalmente intelectual, para conseguir trabalhar essas nanopartículas de forma sustentável e responsável. Neste país que está precisando tanto de ciência, eu acho que é muito válida essa iniciativa de falar sobre tudo disso em um evento assim. Eu estou muito feliz de participar hoje”.
Tatiana Cardoso e Bufalo, professora do ICN/UFLA e palestrante sobre o tema “Do invisível ao indispensável: como a bionanotecnologia está moldando a bioeconomia”.

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“Evento em que a gente aprende e se diverte ao mesmo tempo com os amigos. Satifatório ver a casa cheia, ao mesmo tempo em que dialoga além dos muros da univresidade. Cois avaliosa e muito rica”.
Rafael Dudeque Zenni, professor do ICN/UFLA e palestrante sobre o tema “A cidade que habito: a Urbe pelo olhar de um ecólogo”

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“Eu acho importante fazer divulgação científica para aproximar nossa ciência da sociedade. Tudo que a gente tem feito é muito aplicado no dia a dia das pessoas. Por exemplo, em relação ao queijo, elas podem compreender o que faz o queijo ser bom ou ruim, quais bactérias podem estar presentes, a diferença de um queijo maturado para um queijo fresco. É bom para nós também ouvir diretamente as pessoas, para sabermos quais são os problemas que de fato a sociedade tem, e que a gente poderia ajudar a solucionar”.
Elaine Maria Seles Dorneles, professora da Faculdade de Zootecnia e Medicina Veterinária da UFLA e palestra sobre o tema “Do curral ao paladar: desvendando a ciência por trás do Queijo Minas”

 

 

 
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