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Esporotricose: evento para agentes de saúde e endemias é realizado na UFLA

Escrito por Karina Mascarenhas | Publicado: Quinta, 27 Julho 2023 17:55 | Última Atualização: Sexta, 11 Agosto 2023 10:33
professora Maria Raquel
Professora Maria Raquel Isnard Moulin (Faculdade de Zootecnia e Medicina Veterinária da UFLA)

Doença que afeta principalmente os gatos foi tema de treinamento para os agentes de saúde e agentes de endemias no município

Com o intuito de debater sobre as formas de enfrentamento da esporotricose em Lavras, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu, nesta quinta-feira (27/7), no Salão de Convenções da Universidade Federal de Lavras (UFLA), um  treinamento voltado aos agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate às endemias (ACE).

Causada pelo fungo da espécie Sporothrix schenckii, geralmente encontrado no solo e na natureza, a esporotricose é uma micose que pode afetar tanto humanos quanto animais, ocorrendo especialmente em felinos. Em Lavras, de acordo com informações da Vigilância em Saúde, de 2018 ao primeiro semestre de 2023, foram notificados 162 casos de esporotricose felina. Em humanos, o primeiro caso registrado pelo órgão foi em 2019, sendo 46 casos humanos até o momento.

Em gatos, um dos  primeiros sintomas da esporotricose são sinais cutâneos, ou seja, o surgimento de nódulos na pele dos animais que evoluem para feridas ulceradas que podem drenar sangue e pus, localizam-se na cabeça, principalmente na região de nariz e nas patas, podendo evoluir para outras áreas do corpo. Em casos mais graves, o fungo atinge o sistema respiratório e leva o animal ao óbito.

A professora da Faculdade de Zootecnia e Medicina Veterinária da UFLA, Maria Raquel Isnard Moulin, foi uma das prelecionistas do evento e enfatizou que os animais não têm culpa da doença. “O fato do animal estar doente não é motivo para o abandono ou maus tratos, temos que ter consciência de que é uma doença que tem tratamento. Como toda doença fúngica o tratamento é longo, mas é possível e deve começar o quanto antes. Por isso, em caso de suspeita de animais doentes, busque ajuda de um médico veterinário”, diz.

Assim como nos  gatos,  em humanos, a doença tem cura. Segundo a representante da Secretaria de Estado da Saúde, Yasmin Gonçalves Lacerda, “em Minas Gerais há um aumento crescente em notificações de casos humanos. O diagnóstico e o tratamento humano são oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”. Pessoas com lesões suspeitas e que tiveram contato com animais doentes devem procurar o Programa de Saúde da Família (PSF) mais próximo de sua residência para que seja realizado o diagnóstico. 

Atualmente, a Prefeitura realiza campanhas educativas sobre o tema em escolas e bairros, Yasmim lembra que treinamentos como esse com os agentes de saúde e de endemias são fundamentais para evitar que mais casos sejam registrados. “Como é uma zoonose, os agentes são essenciais para orientar a população e trazer informações aos serviços de saúde, alinhando o modo como o poder público pode agir, tanto no combate quanto na prevenção. A educação em saúde é a nossa maior ferramenta para se trabalhar enquanto profissionais de saúde”. 

Sobre a doença 

Até o final da década de 1990, a esporotricose era comum em jardineiros, agricultores ou pessoas que tivessem contato com plantas e solo em ambientes naturais onde o fungo pudesse estar presente em materiais orgânicos, por esse motivo ela é popularmente conhecida como “doença do jardineiro”. Como o gato tem o hábito de cavar, enterrar suas fezes e arranhar troncos de árvores, ele contamina suas unhas e a cavidade oral com o fungo. Ao brigar com outros gatos, eles se arranham e transmitem o fungo uns para os outros. 

 
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