Fortalecimento da interação entre universidades e educação básica foi debatido no Foripes, com a presença de António da Nóvoa
A reunião do Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior de Minas Gerais (Foripes) realizada na última quarta-feira (16/8), em Belo Horizonte, contou com a participação do reitor honorário da Universidade de Lisboa, professor António Sampaio da Nóvoa. Ele estimulou os reitores a mobilizarem suas instituições rumo a um forte compromisso com a educação básica. Com o argumento de que as universidades têm toda a legitimidade para empreender essa iniciativa com grande potencial de transformação social, ele manifestou seu compromisso de ser um colaborador das instituições mineiras, caso elas pactuem ações para esse objetivo.
O reitor da UFLA, professor João Chrysostomo de Resende Júnior, também presidente do Foripes, esteve presente no encontro e endossa as proposições de Nóvoa. "Já temos muitos projetos com a educação básica, como o Pibid e outros tantos, mas ainda precisamos avançar em parcerias pelas quais possa haver um protagonismo dos profissionais da educação básica e a construção de soluções que potencializem as grandes mudanças na educação esperadas para o País”, diz o professor João.
Das 19 instituições integrantes do Foripes, 11 estavam presentes no encontro. Após as discussões, ficou definida a estruturação de uma mobilização do grupo em torno do tema. “Será oficializado o convite a todas as instituições-membro, para a construção de uma ação institucional conjunta, que envolva também a Secretaria de Estado de Educação e as secretarias municipais, com participação direta dos professores da educação básica. A partir das manifestações de interesse, o Foripes organizará as discussões e encaminhamentos”, explicou o reitor.
A reunião dessa quarta-feira (16/8) foi realizada na Sala de Sessões da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Entre as reflexões propostas pelo professor Nóvoa, está a ideia de que o momento no Brasil é propício para iniciar um novo trabalho conjunto entre universidades e educação básica, construindo um caminho pragmático que crie condições para a transformação. Ele também defendeu que são necessários dois movimentos: a valorização das iniciativas positivas de grupos, projetos e ações individuais, e uma ação pública da universidade de compromisso com a ciência e com a geração de cultura científica, buscando aproximação com a educação básica. Ele também defende a criação de um sistema que inclua a formação de professores, mas também processos de escuta e valorização da atuação docente, de forma a construir novas dinâmicas.
António Sampaio da Nóvoa foi ocupante da Cátedra Unesco Futuros da Educação, criada na Universidade de Lisboa, e concorreu à presidência de Portugal em 2016.
*Texto com informações do Portal da UFMG