Dicas de Português: O Infinitivo Pessoal Flexionado
Para
ir ou
irem? Convém
ir ou
irmos? A chance de eles
ganhar ou
ganharem? Problemas a
ser ou a
serem resolvidos? Têm sido muitas as perguntas das pessoas sobre o infinitivo, que é uma das três formas nominais do verbo, junto com o gerúndio e o particípio. Por sua própria essência e natureza, o infinitivo é uma expressão verbal que não comportaria flexão – é o chamado
infinitivo impessoal.
A língua portuguesa tem a peculiaridade de
poder (e às vezes
dever) flexionar o infinitivo, que passa a ser chamado de
infinitivo pessoal. Esse infinitivo pessoal, que apresenta um fato ou uma ação de modo geral, está usualmente ligado a uma preposição –
para ir, vontade
de sair, interesse
em ficar.
O INFINITIVO FLEXIONA
- Quando tem sujeito claramente expresso, ou seja, quando o pronome pessoal ou substantivo está na mesma oração do infinitivo, geralmente ao seu lado. É o único caso deflexão obrigatória:
É melhor
nós irmos embora já.
Convém
os idosos saírem em primeiro lugar.
- Quando se refere a um sujeito não expresso que se quer dar a conhecer pela desinência verbal, até mesmo para evitar ambiguidades:
Mencionei a intenção de
vendermos a casa.
É melhor
saíres agora – está na hora de
irmos embora.
Observe que as mesmas frases sem a flexão não deixariam claro o sujeito: “mencionei a intenção de vender” poderia significar “eu vender”; “é melhor sair” e “está na hora de ir” pode se referir a
eu, ele, ela, você.
FLEXÃO NÃO OBRIGATÓRIA
A flexão é desnecessária quando o sujeito do infinitivo [ou da oração reduzida de infinitivo]
é o mesmo que o sujeito ou o objeto da oração anterior, ao contrário dos casos acima. Tendo sido expresso de alguma forma na primeira oração, o sujeito já está claro, não precisando figurar outra vez no mesmo enunciado. Observe nas frases abaixo que é muito mais elegante a não flexão:
Cometeram irregularidades só
para agradar ao patrão.
Convidou os colegas
a participar do debate.
Vale repetir que quando não há um sujeito expresso (em outros termos: quando o pronome pessoal ou o substantivo
vem antes da preposição que rege o infinitivo), a flexão é facultativa, isto é, pode-se usar o infinitivo no plural, embora seja mais interessante não flexionar:
Os dados servem
para guiar/ guiarem a comunicação das empresas.
Reuniram-se
os escoteiros a fim
de deliberar/ deliberarem sobre o local do encontro.
Todos discutiram uma forma
de se proteger/ protegerem dos abusos.
Fonte: www.linguabrasil.com.br
Paulo Roberto Ribeiro - ASCOM