Drone: ferramenta aumenta a eficiência na cafeicultura
Pesquisa avaliou de forma inovadora o uso de Aeronaves Remotamente Pilotadas na Cafeicultura
A agricultura de precisão é uma das áreas que mais crescem no Brasil, reunindo um conjunto de técnicas e tecnologias que auxiliam o produtor rural no manejo de suas lavouras. Uma delas é o uso de Aeronaves Remotamente Pilotadas, conhecidas popularmente como drones. Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), uma pesquisa analisa o uso dessa técnica na cafeicultura, que é uma cultura responsável por grande parte da renda do agronegócio mineiro e brasileiro.
A mestra em Engenharia Agrícola na UFLA Luana Mendes Gonçalves explica que o uso de drones na cafeicultura é algo ainda recente “Há poucos trabalhos com esse levantamento. Há publicações internacionais sobre o uso de drone, mas em culturas de grãos, como o milho e trigo”. Luana explica ainda que são muitos os parâmetros que precisam ser definidos, como: altura de voo, velocidade, sobreposição da imagem, uso de câmeras e sensores. Tudo isso, segundo a pesquisadora, para avaliar outras questões da lavoura, como estresse hídrico e até a possibilidade de identificação de pragas e doenças.
A avaliação do uso do drone em uma lavoura de café é feita dentro do câmpus universitário. A aeronave utilizada possui uma câmera digital para capturar imagens georreferenciadas de alta resolução espacial e espectral do cafezal. O orientador do projeto, professor Gabriel Araújo e Silva Ferraz, do Departamento de Engenharia (DEG), explica um detalhe fundamental para que as análises sejam feitas corretamente: “Nós fazemos um plano de voo automatizado, porém, com o controle do operador, caso seja necessário; isso é importante para coletar essas imagens que serão posteriormente sobrepostas, ou seja, parte de uma imagem tem que aparecer na outra. Depois reconstruímos essa área com as fotos no computador e criamos o chamado mosaico de imagens para fazer todas as análises e ter um novo olhar da lavoura vista por cima. Com isso, podemos observar se há manchas, falhas, infestações, déficit de adubação ou qualquer coisa que possa afetar o bom desenvolvimento da plantação”.
Para os produtores, a tecnologia é mais uma aliada para otimizar custos e garantir uma boa safra. “Hoje em dia, o monitoramento de lavouras grandes, muitas vezes, é feita com pragueiros, que vão caminhando ou com motos olhando se há pragas ou doenças. O uso do drone vai facilitar nesse sentido, uma vez que a autonomia dele é maior que a de pragueiros, além de obter um detalhamento maior da área em estudo com imagens de alta resolução espacial”, comenta o professor. Por isso, a tendência é de que essas aeronaves remotamente pilotadas estejam cada vez mais presentes no campo.
Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista - bolsista Dcom/Fapemig
Edição: Rafael Paiva - estagiário Dcom