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TRÂNSITO

Aplicativo desenvolvido na UFLA detecta sonolência ao volante

Escrito por Gláucia Mendes | Publicado: Terça, 25 Setembro 2018 16:00 | Última Atualização: Terça, 21 Setembro 2021 15:35
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O sono ao volante está entre as principais causas de acidente no trânsito. Em Minas Gerais, esta é a terceira causa mais recorrente, segundo os mais recentes registros divulgados pela Polícia Rodoviária Federal. Contribuir para a redução de índices como esse é o objetivo de um aplicativo de celular desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Engenharia de Sistemas e Automação da UFLA. 

A tecnologia dispensa o uso de aparelhos conectados ao corpo. Dessa forma, é possível monitorar o comportamento do motorista em tempo real, sem gerar desconforto e atrapalhar seus movimentos. A pesquisa também inova ao usar um aplicativo de celular, em vez de sistemas acoplados ao veículo, para realizar a captura e análise dos dados.

“O uso de sistemas acoplados geraria um custo adicional ao condutor, que poderia dificultar o acesso à tecnologia. Como os smartphones estão muito difundidos na sociedade, condutores de diferentes camadas sociais precisariam apenas baixar o aplicativo para conseguir guiar seus veículos com mais segurança”, explica o pesquisador Gabriel Cambraia.

O aplicativo funciona com base em imagens capturadas pela câmera do celular. Ao identificar a face do condutor, o software segmenta e rastreia a região dos olhos em busca de parâmetros que permitam classificá-los como abertos/semi-abertos ou fechados. As classificações são usadas para calcular a proporção entre as ocorrências de olhos fechados e as de olhos abertos, sendo este o parâmetro usado nas avaliações de sonolência e adormecimento.

Os dados permitem detectar tanto o adormecimento repentino quanto estados de sonolência. O rastreamento em busca de sinais de adormecimento é realizado a cada dois segundos. Se os olhos do motorista permanecem fechados por um período igual ou superior a 90% do tempo, é emitido um sinal sonoro forte para despertá-lo. A análise da sonolência é realizada a cada minuto e leva em consideração principalmente o tempo de fechamento dos olhos durante o ato de piscar. Uma vez identificado esse estado, também é emitido um alerta sonoro, mais fraco que o anterior.

O sistema foi submetido a testes com um condutor. Os resultados indicaram desempenho robusto em períodos diurnos e certas limitações no uso noturno. “Como as câmeras dos smartphones geralmente não possuem tecnologia infravermelho, as características dos condutores dificilmente são reconhecidas à noite”, explica Gabriel. “Como solução, pode-se elaborar um circuito com LEDs infravermelhos e direcioná-lo para a face do motorista, enquanto as câmeras de telefones móveis não implementarem essa tecnologia”, completa.

A dissertação de mestrado que originou o aplicativo foi defendida no início deste ano. A pesquisa foi orientada pelo professor Arthur de Miranda Neto e coorientada pelo docente Danilo Alves de Lima. O aplicativo foi registrado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), está sendo testado em diferentes plataformas e, em breve, estará disponível para download.

 

Dia Nacional do Trânsito

Em 25 de setembro comemora-se o Dia Nacional do Trânsito, instituído na promulgação do Código Brasileiro de Trânsito, em 1997, com o propósito de conscientizar sobre os cuidados  a serem adotados por pedestres, ciclistas e motoristas. A data está inserida na Semana Nacional do Trânsito, realizada entre 18 e 25 de setembro com uma série de atividades em todo o país.

Prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a Semana Nacional de Trânsito envolve órgãos públicos como Polícia Rodoviária Federal, Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Conselho Nacional de Trânsito (Conatran), Ministério das Cidades, Ministério dos Transportes Portos e Aviação Civil, Ministério da Saúde e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Saiba mais sobre a Semana Nacional do Trânsito 2018.

 

 

Gláucia Mendes, jornalista Dcom/UFLA

Edição do Vídeo: Luiz Felipe Souza, bolsista DCOM/Fapemig.   

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.

 
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