Revista eLife publica artigo do Departamento de Biologia da UFLA
Um artigo do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (DBI/ UFLA), em parceria com o Museu de História Natural de Genebra e com universidades do Japão, da Alemanha e do Reino Unido, foi publicado este mês na revista científica internacional eLife, cujo fator de impacto é 7 (2016).
O estudo “A biological switching valve evolved in the female of a sex-role reversed cave insect to receive multiple seminal packages ” é resultado da ampliação da pesquisa sobre quatro espécies de insetos de sexo invertido do gênero Neotrogla que foram encontrados em cavernas de Minas Gerais, Bahia e Tocantins.
Segundo os pesquisadores, esses insetos possuem, dentro da espermateca, uma placa com um mecanismo de válvula de comutação biológica, sendo possível receber até dois sacos de esperma. Em conjunto com o pênis feminino, esta válvula de comutação é uma novidade que permite às fêmeas competir por presentes seminais em seus habitats de cavernas pobres em nutrientes por longos tempos de copulação e múltiplas injeções seminais. A evolução desta válvula de comutação pode ter sido um pré-requisito para a reversão do órgão intromissivo nos insetos Neotrogla.
A inversão do papel sexual já foi identificada em outros animais, mas no Neotrogla é o primeiro exemplo em que o órgão também é trocado. O professor Rodrigo Lopes Ferreira explicou a importância desta descoberta: “ essa pesquisa é muito promissora, já que essas espécies nos revelam novos padrões evolutivos. Mesmo organismos já descritos há muitos anos, como esses insetos nos quais foi descoberta a reversão sexual, um exame mais aprofundado acabou nos revelando essa válvula de comutação biológica, que é algo que não se conhecia na natureza e precedeu a própria reversão e evolução do pênis nas fêmeas. Por isso, é importante estudar muito a fundo cada espécie que temos. ”
O artigo pode ser conferido no link eLife .
Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista - bolsista Dcom/Fapemig
Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - Fapemig.