Pesquisa mostra como novo hábito dos brasileiros tem aquecido o setor de floricultura em Minas Gerais
Estudo feito em Dona Euzébia, maior cidade produtora de plantas ornamentais do Estado, aponta que as vendas cresceram em 93% das propriedades.
A pandemia causada pela Covid-19 mudou muita coisa na vida da população, desde as formas de trabalhar e estudar até a alimentação e a própria casa. Ao se recolherem em seu lar em uma nova rotina, muitas pessoas buscaram realizar reformas e até mesmo redecorar seus ambientes; tiveram ainda aqueles que se renderam a uma nova paixão, como a de cultivar plantas ornamentais, hortas e jardins. Esse fenômeno tem até nome: “pai e mãe de planta”.
Engana-se quem pensa que esse hábito é só por hobby ou decoração. Por mais simples que pareça, ter uma planta em casa, seja em vasos, seja em hortas, seja em jardins traz inúmeros benefícios para a saúde física e mental. Além de purificar e umidificar o ar que respiramos, as plantas são terapêuticas e auxiliam no tratamento das doenças mentais, ajudando na concentração, no combate ao estresse e à ansiedade, no relaxamento e conforto, como explica a professora da Escola de Ciências Agrárias Michele Valquíria dos Reis: “as flores e plantas ornamentais trazem beleza, sensação de bem-estar e deixam os ambientes mais frescos. Diversas pesquisas realizadas em vários países mostram que o contato com a natureza por meio das plantas proporciona felicidade, estimula a criatividade - inclusive em crianças - e pode auxiliar na recuperação de cirurgias, diminuir doenças cardiovasculares, sendo uma prática já utilizada como terapia em pessoas pós-eventos traumáticos, como combatentes de guerra”.
Cursos, páginas e transmissões ao vivo sobre plantas também incentivaram o consumo. “Observamos o crescimento das transmissões ao vivo e cursos em diferentes redes sociais com foco nas plantas ornamentais, inclusive com mais de 20 mil pessoas ao vivo, especificamente para entender mais sobre as plantas e tentar cultivá-las”, explica a professora Michele.
Trazer o verde para dentro de casa impulsionou o mercado de floricultura. O aumento da demanda por espécies vegetais foi de grande importância para produtores e comerciantes que possuem a produção de mudas como principal renda econômica contornarem a crise trazida pelo fechamento do comércio durante a pandemia. Sob orientação da professora Michele, a estudante Marina Cruz, do Programa de pós-Graduação em Fitotecnia, que é natural de Dona Euzébia, participou de uma pesquisa sobre o “Mercado de Plantas Ornamentais no município de Dona Euzébia e o impacto na Pandemia”. O município é o maior produtor do estado de Minas Gerais de mudas cítricas, frutíferas, ornamentais e florestais, abastecendo várias cidades brasileiras.
Confira essa e outras pesquisas no site Ciência UFLA.