UFLA se destaca mundialmente em pesquisas sobre café
A Universidade Federal de Lavras (UFLA) aparece em destaque em uma recente publicação internacional que considerou pesquisas cafeeiras de universidades e institutos de pesquisa de todo o mundo. No artigo “Global Trends in Coffee Agronomy Research” (“Tendências Globais em Pesquisa Agronômica do Café”), publicado em julho de 2021 em uma das principais revistas científicas do mundo, a Agronomy, o Brasil e a UFLA receberam destaque pelo grande número de publicações sobre café e também pelo número de citações.
De acordo com o estudo, os pesquisadores mais destacados em publicações sobre café no mundo foram Paulo Tácito Gontijo Guimarães (da Epamig), Philippe Lashermes (do IRD, na França), Rubens José Guimarães (professor titular do Departamento de Agricultura da UFLA), Antônio Nazareno Guimarães Mendes (da UFLA) e Gladyston Rodrigues Carvalho (também da Epamig). Os pesquisadores da UFLA, Rubens e Antônio Nazareno, foram, respectivamente, responsáveis por 18 e 17 publicações sobre o tema.
Para Antônio Nazareno, que, atualmente, é Assessor de Política e Relacionamento Institucional da UFLA, esse é o resultado de um trabalho realizado há décadas e que reúne diversos membros da Universidade em torno de um objetivo comum: o café. “Somos, hoje, mais de 100 professores e pesquisadores com atuação em café, praticamente em todas as áreas do conhecimento. Ao longo dos últimos 25 anos, foram qualificados milhares de estudantes, profissionais graduados, especialistas, mestres, doutores e pós-doutores em café, e foram gerados conhecimentos, tecnologias e inovações que têm contribuído para o desenvolvimento sustentável dos cafés do Brasil.”
O docente também reflete sobre o futuro da Universidade em relação a esse quesito. “Ao mesmo tempo em que nos sentimos honrados com o reconhecimento internacional e com o destaque da UFLA na produção científica sobre café, vemos aumentar ainda mais a responsabilidade da nossa Instituição na continuidade desse trabalho, mantendo e até mesmo ampliando o número e a abrangência dos projetos que envolvem café, apesar do desafio imposto pelas restrições orçamentárias aos tradicionais parceiros no fomento dessas pesquisas, como o CNPq e a Fapemig.”
O pró-reitor de Pesquisa da UFLA, professor Luciano José Pereira, também parabeniza a conquista. “Nossa Universidade mais uma vez se destaca pela excelência de suas pesquisas, reafirmando sua importância no cenário nacional e internacional como produtora de ciência de qualidade. Sem dúvida, essas pesquisas sobre café contribuem, e muito, para a evolução do conhecimento e para o desenvolvimento da nossa sociedade.”
O trabalho publicado foi realizado com base em dados de 1.618 registros armazenados no Journal Citation Reports (JCR) e na Web of Science: Emerging Sources Citation Index (ESCI), constatando, dessa forma, um crescimento exponencial da pesquisa em cafeicultura, especialmente nas duas últimas décadas. O conjunto de artigos de alta citação e de grande impacto considerado no estudo foi publicado entre os anos de 1986 e 2015.
Entre as organizações que contribuíram para o estudo, estão também destacadas, além da UFLA, a Universidade Federal de Viçosa (UFV), o Cirad (de Paris e Montpellier, na França), a Universidade de São Paulo (USP), o Catie (da Costa Rica e de outros países), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Universidade Estadual Paulista (UNESP).
O Brasil e as pesquisas sobre café
No estudo, o Brasil foi reconhecido como um pólo emergente de produção de conhecimentos em cafeicultura, garantindo cerca de 40% das publicações em todo o mundo. Além disso, essa porcentagem brasileira é o maior número de contribuições, apresentando 655 artigos publicados sobre o tema. O Brasil é seguido, a distância, pela França (150 artigos) e pelos Estados Unidos (113 artigos). Todos os outros países têm contribuições de menos de 100 artigos em cafeicultura.
Texto: Claudinei Rezende, bolsista Pibec.
Revisão: Gláucia Mendes.