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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Projeto da UFLA é aprovado em edital da Fapemig que estimula pesquisas científicas e tecnológicas

Escrito por Alana Freitas | Publicado: Terça, 24 Outubro 2023 08:59 | Última Atualização: Quinta, 26 Outubro 2023 16:01
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A Universidade Federal de Lavras (UFLA) obteve aprovação e financiamento do projeto de pesquisa intitulado "Ciclos Biogeoquímicos e Mudanças Climáticas: o Caso do Nitrogênio e Carbono em Florestas de Montanhas", pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), por meio da Chamada 01/2023 - Demanda Universal. O projeto, que recebe um financiamento no valor de R$297.237,86, representa um marco importante no avanço da pesquisa científica na UFLA.

Coordenado pelo professor Rubens Manoel dos Santos, o projeto é fruto da colaboração de um grupo de docentes do Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada com uma equipe multidisciplinar, que inclui pesquisadores e estudantes de diversos campos. O objetivo principal é investigar os impactos das mudanças climáticas nas florestas de montanhas, com foco especial em Minas Gerais. 

O grupo envolvido no projeto realiza pesquisas em todo o Estado, em áreas que incluem desde florestas mais úmidas, mais ao sul do Estado, até florestas com períodos secos mais severos, na região norte. Dentre essas áreas, o grupo pesquisa afloramentos rochosos, topos de montanha, planícies de alagamento, florestas dominadas por bambus e cipós, além de outras fisionomias. 

“Na diversidade de florestas estudadas em Minas Gerais, percebemos dois padrões importantes: o primeiro é que áreas protegidas não estão imunes a perda de funções ecossistêmicas; o segundo, é que todas elas têm sofrido com a perda de carbono, visto que o saldo do balanço de carbono tem sido negativo, situação que pode contribuir para perda de massa, como serapilheira (matéria orgânica que se acumula sobre a superfície do solo), raízes finas, queima da madeira, e compromete o meio ambiente, isso porque liberação de CO2, contribui para as mudanças climáticas, prejudica a biodiversidade e impacta comunidades locais. A partir dos padrões observados, é fundamental compreender os ciclos biogeoquímicos com o intuito de predizer seus impactos na dinâmica dos processos de crescimento e mortalidade de árvores, principalmente, em um cenário de ebulição climática, que tem alterado a forma como os organismos acessam as condições e recursos. Nesse sentido, o poder de predição que poderemos alcançar com essa pesquisa possibilitará que sejam traçadas estratégias de conservação em ambiente natural (in situ) e fora dele (ex situ)”, explica o coordenador da pesquisa. 

O professor destaca, ainda, que “o principal objetivo do projeto é entender os efeitos das mudanças climáticas nos ciclos biogeoquímicos de nitrogênio e carbono. Para isso, utilizaremos como ensaio um ecossistema de florestas de montanhas, as quais possuem gradientes climáticos em curta escala, permitindo que essas informações sejam extrapoladas em nível global”, revela. 

Ainda segundo Rubens, os ciclos biogeoquímicos do nitrogênio e do carbono são elementos essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Com as mudanças climáticas resultantes das atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e atividades industriais, os processos ecológicos das plantas estão sendo afetados, incluindo ecossistemas florestais e agrícolas. 

“Isso tem implicações tanto positivas quanto negativas para a sociedade, desde o aumento da produtividade agrícola até desafios na gestão de recursos naturais. A produção agrícola depende diretamente do nitrogênio, sendo que a deficiência deste composto na cadeia de produção acarreta a necessidade de maiores investimentos em fertilização, aumentando o custo econômico.  Nesse sentido, esperamos utilizar as florestas de montanhas como modelos de estudos da ciclagem de N, buscando compreender os efeitos das mudanças climáticas nessa questão e, consequentemente, na produção agrícola”, completa. 

Para os pesquisadores, do ponto de vista ambiental, a compreensão desses processos pode subsidiar predições de ações que minimizem a mortalidade, perda de biomassa e extinção em massa dentro das florestas, uma vez que a regulação do ciclo biogeoquímico influencia o comportamento da floresta. 

De acordo com Marinês Ferreira, subcoordeandora do projeto, “isso não só ajudará a preservar a biodiversidade e a sustentabilidade dos ecossistemas naturais, mas também a melhorar a qualidade dos alimentos que chegam à nossa mesa, promovendo o desenvolvimento sustentável”, explica.

O projeto está programado para ser concluído em dezembro de 2026. Embora ainda esteja em sua fase inicial de desenvolvimento e não tenha resultados concretos a apresentar, a expectativa é que os resultados futuros do estudo subsidiarão avanços científicos não apenas em sistemas naturais, mas também em sistemas agrícolas. 

“Isso permitirá a previsão de cenários relacionados ao uso de fertilizantes nitrogenados sob diferentes condições de mudanças climáticas, tendo implicações em nível internacional devido à relevância das mudanças climáticas e seus efeitos nos ecossistemas florestais”, enfatiza Marinês. 

A perspectiva é de que os resultados dessa pesquisa tenham impacto de abrangência internacional, devido ao tema mudanças climáticas e seus efeitos nos processos e serviços de ecossistemas florestais e suas implicações na saúde e bem estar da população humana. 

Para obter mais informações sobre este projeto e seu desenvolvimento, visite o link das publicações anteriores sobre o estudo na página da Fapemig. 

Assunto(s): MEIO AMBIENTE
 
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