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Pecuária leiteira

UFLA é referência em modernização da produção de leite em Minas Gerais

Escrito por Karina Mascarenhas | Publicado: Segunda, 25 Março 2024 15:23 | Última Atualização: Segunda, 01 Abril 2024 13:47

Pertencendo ao Cepe Leite,  Fazenda Palmital possui sistema de ordenha robotizada único na região.

Marina de Arruda Camargo Danes, professora (FZMV/UFLA ) e coordenadora da Fazenda Palmital, juntamente com o  professor da FZMV Marcos Neves Pereira.
Marina de Arruda Camargo Danes, professora (FZMV/UFLA ) e coordenadora da Fazenda Palmital, juntamente com o professor da FZMV Marcos Neves Pereira.

 O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, com mais de 34 bilhões de litros por ano e produção em 98% dos municípios brasileiros. O Estado de Minas Gerais produz atualmente 27,34% da produção nacional de leite, tendo a maior participação entre os Estados. Nesse contexto de representatividade da pecuária leiteira, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) iniciou as atividades do Centro de Ensino Pesquisa e Extensão em Bovinocultura Leiteira (Cepe/Leite), localizado na Fazenda Palmital, tornando-se a única instituição pública a ter o sistema no País, uma estrutura para rebanhos leiteiros que alia tecnologia e investimento em bem-estar animal.  

O Cepe Leite é um laboratório multiusuário que foi inaugurado em 2020, mas entrou em funcionamento em novembro de 2023, após processos de licitação e adequação da rede elétrica, hidráulica, entre outras. O local possui um free stall moderno, com um conjunto de 20 cochos com mensuração de consumo. A professora da Faculdade de Zootecnia e Medicina Veterinária da UFLA (FZMV) Marina de Arruda Camargo Danes, coordenadora da Fazenda Palmital, explica que a nova instalação foi toda planejada para proporcionar um maior  bem-estar animal e contribuir com o ensino, a pesquisa e a extensão de diversos cursos da UFLA. “Pensando na bovinocultura moderna, esse novo Free Stall vai trabalhar com um sistema de muita automação de coleta de dados, usando a internet das coisas para integrar esses dados e ajudar  a desenvolver ferramentas de tomadas de decisão. Aqui vai ser possível fazer pesquisas em diversas áreas do conhecimento e treinar e capacitar os estudantes de graduação e pós-graduação, funcionários e promover dias de campo, uma vez que o sistema de ordenha robotizada está crescendo no Brasil e nós somos a primeira instituição pública a ter um sistema desses no País”, comemora.

O Free Stall é um tipo de instalação utilizada para confinamento de vacas leiteiras em todo o mundo. Nele, os animais possuem camas individuais, normalmente de areia ou serragem, corredores de acesso e pistas de trato. “Nosso antigo curral foi construído nas normas de 40 anos atrás, o que, para a época, também foi uma inovação. Atualmente, o Free Stall que temos  é totalmente automatizado, permitindo a individualização dos animais para mensuração do consumo de água e de trato. Todas as vacas são identificadas por chip, sabemos quanto cada uma delas come, quanto tomam de água, quantos litros de leite produzem. Recebemos esses dados ao longo do dia e isso contribui e muito com as pesquisas em diferentes temáticas, como nutrição do gado, economia, instalações, ordenha robótica, entre outros”, explica o professor da FZMV Marcos Neves Pereira.

Ganhando espaço nas fazendas de gado leiteiro, o sistema de ordenha robotizada está crescendo no mundo e no Brasil, principalmente no sul do País. O sistema utilizado pela UFLA é o único em uma instituição federal e foi adquirido por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Nesse sistema, a própria vaca escolhe o momento para a ordenha e entra sozinha na máquina que realiza, por robô, a ordenha, enquanto o animal ingere sua dieta personalizada. A tecnologia traz vantagens ao produtor e ao animal, como comenta o professor Marcos. “Em uma ordenha robotizada é a vaca quem decide a hora que ela quer tirar o leite, o que contribui para o fluxo de atividades dos trabalhos da equipe envolvida e melhora o bem-estar animal,  já que ele mesmo decide se quer comer, deitar ou  ordenhar. 

O professor explica que é mais uma opção para fazendas pequenas, apesar de que existem fazendas grandes com mais de mil vacas, duas mil vacas, com ordenha robótica. “Para nós, da UFLA, ter esse equipamento permite aos nossos estudantes de graduação a possibilidade de, ao se formarem, estarem aptos a trabalhar em fazendas com esses dispositivos, ou com consultorias na área, além de contribuir com a pesquisa científica, permitindo-nos publicar em bons periódicos, por gerar estudos de qualidade. A Fazenda Palmital está aberta  à visitação agendada do público interessado em conhecer essa nova forma de produção”, finaliza.

 
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