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RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

UFLA presente: “Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal” foram declarados Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

Escrito por Comunicação UFLA | Publicado: Quinta, 05 Dezembro 2024 16:37 | Última Atualização: Sexta, 06 Dezembro 2024 16:36
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Os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) foram declarados Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco durante a 19ª Reunião do Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, que está sendo realizada entre 2 e 6 de dezembro de 2024, em Assunção, no Paraguai. 

Estudos científicos desenvolvidos na Universidade Federal de Lavras (UFLA) vêm contribuindo para processos de reconhecimento de queijos artesanais produzidos em Minas Gerais, o que levou o Coletivo Deliberativo da Salvaguarda dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal em Minas Gerais a indicar o professor do Departamento de Ciência dos Alimentos e pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFLA, Luís Roberto Pereira, para participação da reunião em Assunção,  onde foi feita a declaração de incorporação pela Unesco.

A partir de convite formalizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o professor Luís Roberto e o produtor da Associação de Produtores de Queijo da região de Diamantina Ewerton Sebastião de Almeida tiveram a missão de compartilhar, no evento, conhecimentos, técnicas e saberes relativos aos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal em Minas Gerais.

Valorização cultural, tradição e impactos econômicos

De acordo com Luís Roberto, a inclusão do QMA na lista de patrimônios da Unesco destaca sua relevância cultural e econômica, além de posicioná-lo como um símbolo da rica gastronomia mineira. “O queijo carrega uma história de tradição preservada por gerações, e o reconhecimento internacional deve ampliar a visibilidade do produto, fortalecer a cadeia produtiva e abrir novos mercados, beneficiando pequenos produtores e promovendo o desenvolvimento sustentável”, destaca o professor.

O QMA é produzido de forma artesanal em cerca de 9 mil propriedades rurais espalhadas pelas regiões de Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras de Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro. 

Reconhecimento construído de forma coletiva

foto dos participantes
Da esq. p/ dir.: Luciana Feres (superintendente do Iphan em MG); Luciana Carvalho (professora da Ufopa e conselheira do Iphan); Deyvesson Gusmão, (diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan); prof. Luis Roberto Batista (UFLA); Everton Sebastião de Almeida (produtor de QMA); embaixadora Paula Alves de Souza (delegada permanente do Brasil na Unesco); Juliana Bezerra (assessora de assuntos internacionais do Iphan).

O processo de candidatura do QMA para o reconhecimento pela Unesco foi iniciado em 2022, liderado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com o apoio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), associações de produtores e outras instituições parceiras. A prática já era reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil desde 2008, etapa essencial para a candidatura internacional.

A proposição à Unesco também foi fruto de diálogo com o Coletivo Deliberativo da Salvaguarda dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal em Minas Gerais, instância que no âmbito da política federal de salvaguarda conduzida pelo Iphan é responsável por formular, articular a execução e monitorar ações e planos de salvaguarda para o bem registrado.

Ciência, cultura e sustentabilidade

Além de celebrar a inclusão do QMA na lista da Unesco, o evento em Assunção aborda temas como segurança alimentar e os efeitos das mudanças climáticas sobre patrimônios alimentares. A participação da UFLA reforça o papel da ciência no fortalecimento de práticas tradicionais alinhadas ao desenvolvimento sustentável.

Texto: Ivan José Ferreira Silva. Revisão editorial: Ana Eliza Alvim.

 
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