Iniciado o II Fórum de Assistência Estudantil da UFLA
Iniciou nesta quinta-feira (25/2) o II Fórum de Assistência Estudantil da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Organizado pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec), em conjunto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a Associação dos Pós-Graduandos (APG), o evento tem como objetivo ampliar as discussões sobre programas e ações da Instituição.
A programação do Fórum contempla reflexões dos principais temas que afetam a permanência do estudante na Universidade, como alimentação, moradia, saúde, acessibilidade, esporte e diversidade e diferenças, para que seja possível construir estratégias coletivas e práticas.
Na abertura, o evento contou com a presença do ex-estudante da UFLA Edson Tafuri de Araújo, extensionista agropecuário da Emater/MG, que destacou a importância da assistência estudantil para a conclusão da sua graduação, além do seu crescimento pessoal e profissional. “Se não tivesse essa assistência talvez não poderia ter concluído o curso. Foi fundamental para o meu desenvolvimento até mesmo fora da Universidade, se hoje tenho um perfil extesionista, uma boa relação com os agricultores familiares, é consequência dessa época”. Além disso, o ex-aluno ressaltou o fortalecimento da assistência na UFLA ao longo dos anos. “Quando retornei ao alojamento, vi a sua evolução, graças às pessoas que assumiram a administração da Universidade e perceberam o quanto é importante para a formação dos estudantes. Que os estudantes possam valorizar esse investimento realizado, pois eles são o reflexo da UFLA na sociedade”.
A representante dos estudantes vulneráveis no DCE na UFLA, estudante de graduação Ketlen Rocha e Silva, compartilha da mesma experiência e afirma que consegue se manter hoje na Universidade graças a todos os programas de assistência social ofertados, que permitem o acesso a um ensino público e de qualidade. “É uma forma de diminuir a evasão dos estudantes no ensino superior. As assistências oferecidas na pandemia também foram fundamentais e graças ao diálogo entre a Universidade, o DCE e a APG. Por isso a importância de espaços como esse de hoje”.
A pró-reitora de assuntos estudantis da Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenadora nacional do Fórum dos Pró-Reitores de Assistência Estudantil (Fonaprace), professora Maísa Miralva da Silva, também enfatizou a importância do diálogo em eventos como o Fórum de Assistência Estudantil, visto que é necessário “buscar uma resistência coletiva, pois a assistência estudantil precisa se consolidar”. O pró-reitor de assistência estudantil da UFLA, professor Valter Carvalho de Andrade Júnior, salientou que para manter esse diálogo constante com os estudantes, a proposta é que o evento ocorra todos os anos, para uma avaliação das ações que têm sido realizadas na Universidade e assim aprimorá-las. “Tenho certeza que a assistência estudantil da UFLA é uma das melhores do País, contudo, isso não quer dizer que não há nada a melhorar, por isso a importância dessa avaliação”.
Para o vice-reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo, “respeito, sensibilidade, ética e diálogo são palavras que não devem estar somente nos dicionários, mas no cotidiano de todas as pessoas”. Tanto o professor Scolforo quanto o professor Valter disseram que só conseguiram continuar os estudos graças à assistência estudantil oferecida nas universidades em que graduaram. “Perdi o meu pai no ano que prestei vestibular, e só consegui estudar porque na Universidade tinha alojamento e restaurante universitário. Naquela época não tinha uma Política, mas algumas universidades já tinham essas características”, disse Scolforo.
O vice-reitor salientou a história da UFLA na assistência estudantil, antes mesmo da sua institucionalização por meio do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). “Em 2008, ainda não tinha nenhuma Política, mas, tínhamos essa sensibilidade e por isso trabalhamos intensamente para melhorar a assistência estudantil na UFLA. Ao longo dessa caminhada surgiu o Pnaes, mas, na nossa gestão aplicávamos o dobro que o Pnaes oferecia, de tal forma que aumentamos a quantidade de vagas nos alojamentos estudantis; ampliamos o restaurante universitário (trabalhando com diversos públicos, como veganos e vegetarianos); criamos um novo ambulatório, além de uma assistência em ginecologia com distribuição de anticoncepcional e preservativos; inauguramos ainda um Núcleo de Saúde Mental; temos ainda consultórios odontológicos com materiais de primeira qualidade; também inauguramos o Centro de Cultura; criamos uma coordenadoria de Esportes; implementamos um Programa de Bolsa Institucional; trabalhamos a climatização das salas de aulas, entre outras ações”.
Nesse sentido, o vice-reitor enfatizou que a Universidade não pode ficar restrita aos recursos do Pnaes, para que se possa continuar evoluindo, após análises críticas e diálogo com os estudantes. “Esperamos que essa sensibilidade seja ainda maior na sequência. Entender que isso não é favor, é obrigação, num país que precisa ser menos desigual e dar a oportunidade para as pessoas alcançarem um novo patamar”.
Após a abertura, o professor Valter explanou sobre todas as ações realizadas hoje na UFLA e em seguida a professora Maísa fez uma apresentação geral sobre a atual conjuntura política, desafios atuais e perspectivas futuras. A coordenadora do Fonaprace destacou que a UFLA é uma das poucas universidades que investe mais recursos na assistência estudantil, além do oferecido pelo Pnaes. “O nosso Restaurante Universitário consome cerca de 60% do recurso do Pnaes, por isso a necessidade de obtermos mais recursos para a manutenção das nossas ações da assistência estudantil”, completou o pró-reitor da UFLA.