Governo de Minas lança Medalha Alysson Paolinelli - ex-diretor e professor emérito da UFLA - além de R$25 milhões para pesquisas
Na terça-feira (9/7), evento realizado no Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa, celebrou a assinatura do decreto que regulamenta a Lei N° 24.582 de 2023, que criou a Medalha Ministro Alysson Paolinelli, ex-diretor e professor emérito da Universidade Federal de Lavras (UFLA). A honraria será concedida pelo Governo de Minas a pessoas e instituições com serviços relevantes prestados à agropecuária, ao setor produtivo e ao desenvolvimento sustentável do Estado. A cerimônia contou com o lançamento da Chamada Fapemig/Sede nº 11/2024, que disponibilizará até R$25 milhões, para estimular o desenvolvimento econômico em Minas Gerais através do apoio a projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação (PD&I) nas áreas agropecuárias.
A cerimônia teve a presença do pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFLA, professor Luis Roberto Batista, representando a Instituição, e do diretor de Inovação e Tecnologia, professor Paulo Henrique Leme.
Sobre a Honraria, o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, enfatizou o legado de Alysson Paolinelli para o País e para a UFLA, destacando o olhar visionário de sua gestão e o impacto de seus estudos para a evolução da agricultura brasileira. Considerou ainda a contribuição para a educação, tendo apoiado não apenas a formação de profissionais mais qualificados, como a capacitação de agricultores e técnicos, garantindo que as novas tecnologias e práticas fossem amplamente adotadas.
Sobre a Medalha
A comenda é oriunda do Projeto de Lei (PL) 1.050/23, de autoria de Antonio Carlos Arantes e aprovada no Plenário da ALMG em outubro do ano passado. A honraria será concedida anualmente, no dia 29 de junho, data de falecimento do homenageado. O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, apresentou o descritivo técnico da medalha, que terá como elemento principal a efígie de Paolinelli, além de elementos gráficos como a rama de café, trator e campo cultivado. Em sua fala, o secretário ressaltou a importância do legado de Paolinelli, mineiro de Bambuí, que também foi secretário da Agricultura de Minas Gerais em três oportunidades (1971-1974; 1991-1994 e 1995-1998), além de ministro da Agricultura. “Ele foi o líder da revolução agrícola tropical sustentável que transformou o Brasil em potência agroalimentar e criou horizontes para a segurança alimentar mundial. Seu trabalho lhe rendeu a indicação ao Prêmio Nobel da Paz”, destacou.
A Medalha Ministro Alysson Paolinelli será concedida em diversas categorias, abrangendo desde Pequeno Produtor, Médio Produtor e Grande Produtor até Universidades, Empresas de Pesquisa e Inovação Públicas e Privadas, Jornalismo e Comunicação Agro, Entidades, associações, cooperativas e empreendimentos Agropecuários, Pesquisadores e Profissionais das diversas ciências que impactam positivamente na agropecuária, até pessoas públicas e/ou de governo, empresas agropecuárias e agroindústrias, e jovens produtores.
Sobre a Chamada
Além da Medalha, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), lançou o edital Alysson Paolinelli, que vai destinar R$25 milhões de reais para apoio a projetos de pesquisadores vinculados às instituições científicas, tecnológicas e de inovação do Estado de Minas Gerais. A chamada incentiva a parceria com empresas e cooperativas e disponibiliza valores de financiamento maiores para projetos com essa característica. As categorias de financiamento variam de R$500 mil a R$3 milhões por projeto aprovado. O prazo para envio das propostas é 5 de agosto.
Clique neste link para acessar o Edital
Alysson Paolinelli
Nascido em 10 de julho de 1936, na cidade de Bambuí, aos 15 anos Alysson Paolinelli deixou a sua cidade natal para cursar o ensino médio no Instituto Presbiteriano Gammon, em Lavras. Em dezembro de 1955, foi aprovado em 1º lugar no vestibular de Agronomia da Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL), atual UFLA. Assim, iniciou sua jornada acadêmica, especializando-se nos estudos sobre o potencial da região do Cerrado para a produção agrícola. Formou-se engenheiro agrônomo em 1959 com louvor - foi orador da turma e mérito acadêmico. Logo após titulado, foi convidado a lecionar na Instituição. Entre os anos de 1966 e 1971, Paolinelli assumiu o cargo de diretor da ESAL, o que possibilitou um ritmo de expansão próprio do dinamismo que era característico do seu perfil. Pela importância de seu trabalho na Instituição, Paolinelli foi agraciado, em 1988, com a honraria acadêmica de Doutor Honoris Causa durante as comemorações dos 80 anos de fundação da ESAL. Em 2006, recebeu a honraria de Professor Emérito pela UFLA.
Paolinelli também foi responsável pela criação da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e por melhorias na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), durante sua gestão como ministro da Agricultura, na década de 70. Sua contribuição, fundamental na expansão do cerrado brasileiro e na consolidação do Brasil como grande exportador de alimentos, lhe rendeu reconhecimento internacional.
Em 2006, Paolinelli foi laureado com o prêmio World Food Prize, que condecora personalidades que contribuíram significativamente para o aumento da qualidade e da quantidade de alimentos no mundo. Em 2021, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz pela contribuição e dedicação à agricultura tropical, segurança alimentar e sustentabilidade que as novas tecnologias trouxeram à produção de grãos no Cerrado brasileiro em larga escala.
Conheça mais sobre sua trajetória por meio de matéria e vídeo sobre o professor:
UFLA lamenta o falecimento do ex-diretor da ESAL Alysson Paolinelli
Na primeira foto, o pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFLA, professor Luis Roberto Batista, e o diretor de Inovação e Tecnologia, professor Paulo Henrique Leme, com a viúva de Paulinelli, Marisa Gonzaga, durante a cerimônia no Palácio Tiradentes. Na segunda foto, os representantes da UFLA com o presidente da Fapemig, professor Carlos Alberto Arruda de Oliveira.